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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Em casa...


Em Casa...
           


            Ninguém foge à lei da reencarnação.

            Ontem, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.  Hoje, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.

            Ontem, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. Hoje, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.

            Ontem, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes. Hoje, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de um filho-problema, o cálice amargo da redenção.

            Ontem, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio. Hoje, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.

            Ontem, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinquência. Hoje, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.

            Ontem, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão. Hoje, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinhos e fidelidade.

            À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas. Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorria para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...

            A humildade é chave de nossa libertação.

            E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.
Emmanuel

por Chico Xavier

in   “Ideal Espírita” (8ª Ed. CEC – 1982)




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