Sim, sim. Não, Não.
O versículo bíblico que dá título a este artigo é o do evangelista Mateus numerado como 5,37 e faz referência à passagem onde Jesus compara a nova lei à antiga e diz:
“-Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não...Tudo o que passa além disso, vem do maligno.”
Para melhor compreensão das palavras de N. S. Jesus Cristo, leiamos “Bênção de Paz” (1ª Ed. GEE), de Emmanuel, em psicografia de Chico Xavier:
“Toda frase, no mundo da alma, é semelhante a engenho de projeção suscitando imagens na câmara oculta do pensamento.
Temos, assim, frases e frases: duras como aço, violentas como fogo, suaves como brisa, reconfortantes como sol, mordentes quais lâminas, providenciais como bálsamos.
À vista disso, todos nós carregamos, no estoque verbalístico, palavras e palavras: palavras-bênçãos, palavras-armadilhas, palavras-charcos, palavras-luzes, palavras-esperanças, palavras-alegrias, palavras-promessas, palavras-realizações, palavras- trevas, palavras-consolos, palavras-aflições, palavras-problemas.
Sabendo nós que o Criador, ao criar a criatura, criou nessa mesma criatura o poder de criar, é forçoso reconhecer que toda frase cria imagens e toda imagem pode criar alguma coisa.
Saibamos, assim, compor as nossas frases com as nossas melhores palavras, nascidas de nossos melhores sentimentos, porque toda peça verbal rende luz ou sombra, felicidade ou sofrimento, bem ou mal para aquele que lhe faz o lançamento na Criação.”
Emmanuel retoma o mesmo tema em “Livro de Esperança” (12ª Ed. CEC).
As palavras são outras mas o conteúdo é, como sempre, todo bondade:
“Falando, construímos. Não admitas em tua palavra o corrosivo da malícia ou ao azinhavre da queixa. Fala na bondade de Deus, na sabedoria do tempo, na beleza das estações, nas reminiscências alegres, nas induções ao reconforto. Nos lances difíceis, procura destacar os ângulos capazes de inspirar encorajamento e esperança.
Não te refiras a sucessos calamitosos, senão quando estritamente necessário e ora em silêncio por todos aqueles que lhes sofreram o impacto doloroso. Tantas vezes acompanhas, com reverente apreço, os que tombam em desastre na rua!... Homenageia igualmente com a tua compaixão respeitosa os que resvalam em queda moral, acordando em escabroso infortúnio do coração!... Se motivos surgem para admoestações, cumpre o dever que te assiste, mas lembra que o estopim é suscetível de ser apagado antes da explosão e reprime os ímpetos da fúria, antes que estourem na cólera. Em várias circunstâncias, a indignação justa é chamada à reposição do equilíbrio, mas deve ser dosada como o fogo, quando trazido ao refúgio doméstico para a execução da limpeza, sem que, por isso, tenhamos necessidade de consumir a casa em labaredas de incêndio.
Larga à sombra de ontem os calhaus que te feriram... A noite já passou na estrada que percorreste e o sol do novo dia nos chama à incessante transformação.
Conversa em trabalho renovador e louva a amizade santificante. Não te detenhas em demasia sobre mágoas, doenças, pesadelos, profecias temerárias e impressões infelizes; dá-lhes apenas breve espaço mental ou verbal, semelhante àquele de que nos utilizamos para afastar um espírito ou remover uma pedra.
Não comentes o mal, senão para exaltar o bem, quando seja possível extrair essa ou aquela lição que ampare a quem lê ou a quem ouve, enobrecendo a vida.
Junto do desespero, providencia o consolo, sem a pretensão de ensinar, e renteando com a penúria, menciona as riquezas que a Bondade Divina espalha a mancheias, em benefício de todas as criaturas, sem desconsiderar a dor dos que choram. Ilumina a palavra. Deixa que ela te mostre a compreensão e o amor onde passes, sem olvidar o esclarecimento e sem prejudicar a harmonia. O Cristo edificou o Evangelho, por luz inapagável, nas sombras do mundo, não somente agindo, mas conversando também. ”
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