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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tiago fala de Kardec




Tiago fala de Kardec


Reformador(FEB) 16.10.1921
            Comunicação recebida na FEB,
em sessão pública de 3.10.1921,
comemorativa do aniversário de Allan Kardec.

            “Paz convosco, amados irmãos meus,

            É grande o meu prazer de estar convosco neste momento, por ver o interesse que tomais em recordar as coisas santas, porque é santa a obra do Espiritismo.

            Procurai edificar-vos relembrando os fatos passados com aquele que foi o Codificador da doutrina espírita; sois gratos a esse espírito trabalhador, que baixou no cumprimento de uma nobre missão. Sabei, no entanto, filhos meus, que a principal virtude desse espírito foi a de não falir na missão que aqui o trouxe, pois muitos outros têm baixado à terra no cumprimento de um dever, dever que, como  não ignorais, é sempre sagrado e têm falido. Quantos tem falido ao cumprimento desse dever!

            Ninguém jamais baixou a este mundo sem um motivo para isso. Esta não é a vossa pátria verdadeira. Por aqui passais e repassais grande número de vezes e, todavia, esta não é a vossa pátria. Aqui vindes por diferentes motivos, aqui vos trazem as provações, compromissos tomados no Além para o desempenho de tarefas, muitas vezes sublimes. Mas, quantas vezes, ao baixardes a este mundo, da vossa memória se varrem as recordações do dever a cumprir e caminhais por estrada bem diversa da que deveis percorrer. Quantos amaldiçoam as provações, as dores e os sofrimentos, que, no seio do infinito, tomaram o compromisso solene que suportariam com paciência e resignação!

            Deus a ninguém faz sofrer em vão; ninguém sofre dor física ou moral, ninguém é acicatado no corpo ou no espírito por acaso. Há motivo para isso e grave motivo.

            Ao deixardes essa vida temporal, transpondo os umbrais da eternidade, sabereis o por que desses sofrimentos, pois a memória vos será avivada, o passado se desdobrará diante dos vossos olhos e podereis ver, certamente com tristeza, que não soubestes de tais provações tirar o proveito necessário ao vosso progresso espiritual.

            Há, entretanto, espíritos de escol, almas de têmpera rija, dispostos ao serviço do seu Deus, que, tomando altos compromissos no Além, descem à Terra em missão e conservam a noção clara do dever que tem a cumprir e que consideram sagrado, porque de fato o é, sem vacilações, dão conta, jubilosos, do desempenho de sua tarefa.

            Para as muitas provações, os muitos tormentos e as muitas dores, que os vão assaltando, eles encontram em si lenitivo na certeza que tem da necessidade do bom desempenho da sua missão e isto é o bastante para lhes dar alegria.

            Allan Kardec não entrou em dúvida sobre o que lhe foi prescrito a respeito da sua missão, não viu nela utopia, não se encheu de vanglória, não se supôs criatura diferente de todas as outras.

            Como servo humilde de seu Senhor, dispôs-se a executar as ordens recebidas, fiel ao cumprimento dos seus deveres. Considerando a obra que o Senhor lhe confiara e de que não se achava digno, humilde e com fervor, no recôndito de sua alma, no íntimo da sua consciência, elevando o seu coração a Deus, dizia: Senhor, dá forças ao teu servo para que ele possa cumprir a tarefa de que o encarregaste; dá-me alento e coragem, para que possa carregar dignamente o fardo que trago sobre os ombros.

            Pois bem, meus filhos, é este exemplo que todos vós deveis imitar. Se a todos não cabe missão tão sublime, todavia a cada um de vós Deus tem confiado um dever e de todos vós espera alguma coisa.

            Este edifício do Espiritismo Cristão vós o tendes de edificar pedra por pedra. Aquele sobre cujos ombros pese esse encargo que o faça leve, dando desempenho a tão grandiosa missão com humildade e com amor.

            Pois bem, meus amigos, esse espírito cujo advento rememorais não está mais no seio da imortalidade, já se encontra de novo nesta oficina de trabalho. Ele ora e espera levar avante a sua obra. Kardec trabalha e trabalha com atividade e do alto do espaço baixam as bênçãos para fortalecê-lo e ampará-lo na continuação de sua tarefa. Auxiliai-o vós também na sua grande obra, ajudai-o na sua excelsa missão. De que forma?

            Orando, pedindo a Deus a sua bênção para aquele que novamente trabalha na oficina santa, elevando as vossas almas até o trono do Criador, suplicando as graças do Senhor para que ele, sem falir, possa levar a cabo a sua pesadíssima missão.

            Bendito seja Deus que abençoará o seu servo e glória a Nosso Senhor Jesus Cristo que amparará a mísera criatura, para que lhe não faltem as forças necessárias.

            Deus os abençoe na intenção que tendes de praticar os ensinos do Cristo, pois desta forma é que o Espiritismo cristão progredirá nas almas.

            A bênção do Senhor seja com todos vós.                                                  Tiago



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