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quarta-feira, 21 de maio de 2014

2. O pensamento de Camille Flammarion







            pgs. 46/47  de
Sonhos Estelares’ de Camille Flammarion
(Edição FEB - 1941) 
-com tradução de Arnaldo S. Thiago-


            Todas as religiões são santas e respeitáveis, quando elevam o pensamento para um ideal superior, quando consolam o aflito e suavizam as misérias; mas que se não as explorem e que não se mate em seu nome!

Respeito à diversidade religiosa




Federação Espírita Brasileira

Assunto: manifesto sobre decisão justiça sobre religiões de matriz africana.

A Federação Espírita Brasileira – FEB vem a público solidarizar-se com as religiões de matrizes africanas, em especial ao Candomblé e Umbanda, no reconhecimento de suas características religiosas e na necessidade de respeito à diversidade religiosa pelos poderes públicos constituídos no dever de garantia da laicidade do Estado. 
Em um momento que as diversas expressões religiosas se unem para um diálogo contra a intolerância, imprescindível se faz o repúdio às ações discriminatórias que ofendem os Direitos Humanos gerando preconceito e fanatismo. 
A lição de amor ao próximo conduz, necessariamente, à formação de uma sociedade que promova o respeito e o diálogo inter-religioso fomentando a fraternidade e solidariedade entre todos, bem como liberdade de consciência e de crença.

Assinou o Dr. Perri, Presidente da FEB, nesta data.

Hipotecamos nossa solidariedade aos irmãos das religiões de matrizes africanas.

terça-feira, 20 de maio de 2014

1. O pensamento de Camille Flammarion


pg. 35 e seguintes de
Sonhos Estelares’ de Camille Flammarion
(Edição FEB - 1941 com tradução de Arnaldo S. Thiago)

           
            Os organismos que vivem na superfície das diversas moradas do espaço são a resultante das forças em atividade sobre cada mundo. A forma humana terrestre tem por origem as formas ancestrais da longa série animal, de que aquela forma gradualmente saiu e de que é a mais alta manifestação, e essas formas animais primitivas remontam sucessivamente, por elos ininterruptos, até os organismos rudimentares, desprovidos dos sentidos que são a glória do homem, pelos quais a vida inaugurou suas manifestações; organismos bem rudimentares, com efeito, aos quais hesitamos em dar o título de seres viventes, que não se podem chamar animais nem vegetais, que ainda não são nem uma nem outra coisa e que nos aparecem no estado de substâncias organizadas, já distintas do reino inorgânico, se bem que ainda simples combinações químicas trazendo em si uma espécie de vitalidade confusa, protoplasma elementar, gérmen de todos os desenvolvimentos futuros da vida terrestre, animal e vegetal. Os primeiros seres organizados formaram-se no seio das águas tépidas dos oceanos que cobriam toda a superfície do globo terrestre na origem dos períodos geológicos. Sua natureza intrínseca, suas propriedades, suas faculdades, eram já a resultante da composição química dessas águas, da densidade, da temperatura, do meio ambiente; as variações desse meio e das condições de existência produziram variações correlativas nos desenvolvimentos dessa árvore genealógica, e, segundo os organismos tenham habitado as regiões profundas, médias ou superficiais das águas, as praias, as planícies baixas e úmidas, as encostas ensolaradas ou as montanhas, a árvore genealógica desenvolveu-se, dando nascimento a organismos sempre e cada vez mais diversificados.

            A humanidade terrestre atual é a última flor, o último fruto dessa árvore. Mas essa vida toda é terrestre, desde suas raízes até as suas mais elevadas manifestações, e em cada mundo a árvore genealógica é diferente. A vida é netuniana em Netuno, uraniana em Urano, saturniana em Saturno, siriana no sistema de Sirius, arcturiana no de Arcturo, isto é, apropriada a cada meio ou, para dizer mais claramente, mais rigorosamente ainda, produzida e desenvolvida por este ou aquele mundo, segundo seu estado físico e mediante uma lei primordial a que obedece a natureza inteira: a lei do Progresso. 

            Essa imensa sinfonia da vida, adaptada a cada mundo, segundo as condições do espaço e do tempo, se desenvolve como um coro universal cujas vozes fossem separadas umas das outras por desertos de espaço e por eternidades de duração. Parece-nos ele descontinuo, porque não podemos ouvir-lhe senão uma nota de cada vez. Em realidade, porém, não há separação absoluta de espaço nem de tempo. Júpiter não será habitado por seres pensantes senão milhões de anos depois da Terra: sob o ponto de vista do absoluto, a diferença de data não é maior que o intervalo de tempo que separa o dia de ontem do de hoje.

            Tudo isso se passa, se efetua, executa-se naturalmente e como se Deus não existisse. E, com efeito, o ser definido pelos habitantes da Terra, até aqui, como deus, não existe. O Buda dos Chineses, o Osíris dos Egípcios, o Javé dos Hebreus, o Ormuzd e o Ahriman dos Persas, o Teutates dos Gauleses, o Júpiter dos Gregos, Deus-Pai ou Deus-Filho dos cristãos, ou grande Alá dos muçulmanos, são concepções humanas, personificações inventadas pelo homem e nas quais ele encarnou não somente suas aspirações mais elevadas e suas virtudes mais sublimes,  mas ainda e sobretudo suas prevaricações mais grosseiras e seus vícios mais perversos.

            O homem concebeu um deus à sua imagem. É em nome desse pretenso deus que monarcas e pontífices têm, em todos os séculos e sob a capa de todas as religiões, submetido a humanidade a uma servidão de que não pode ainda libertar-se: é em nome desse deus que "protege a Alemanha", que "protege a Inglaterra", que "protege a França", que "protege a Itália", que "protege a Rússia”, que "protege a Turquia", que protege todas as dissenções e todas as barbarias; é em nome dele que, ainda em nossos dias, os povos pseudocivilizados de nosso planeta, estão perpetuamente armados em guerra uns contra os outros e excitados como cães furiosos a se precipitarem em uma refrega, acima da qual a hipocrisia e a mentira, assentadas sobre os degraus dos tronos, fazem reinar o "deus dos exércitos" que benze os punhais e mergulha suas mãos no sangue fumegante das vitimas, para marcar com ele a fronte dos potentados coroados. É a esse deus que se elevam altares e cantam-se Te-deum. Foi em nome dos deuses do Olimpo que os Gregos condenaram Sócrates a beber cicuta; foi em nome de Javé que os príncipes dos sacerdotes e os fariseus crucificaram Jesus: foi em nome de Jesus, tornado deus a seu turno, que o fanatismo fez ignominiosamente subir à fogueira Giordano Bruno, Vanini (Lucilio Vanini (1585 – Fevereiro 9, 1619, morreu queimado por ser herético. Antes foi torturado e teve sua língua cortada) , Etienne Dolet (3 Agosto 1509 - 3 Agosto 1546 morreu queimado junto com seus livros. O motivo? heresia!), João Huss (vide Blog), SavonaroIa (vide Blog), e tantas outras heroicas vitimas; que a inquisição impôs a Galileu mentir à sua consciência; que milhares e milhares de desgraçados, acusados de feitiçaria, foram queimados vivos, em cerimônias populares; que Ravaillac (c. de 1577, Angoulême - 27 de Maio de 1610, Praça de Grève, Paris)    apunhalou Henrique IV. Foi com a bênção expressa do papa Gregorio XIII que as matanças da noite de São Bartolomeu ensanguentaram Paris e que os livres pensadores da Reforma foram expulsos de França; foi para abolir pretensas heresias que milhares e milhares de pessoas respeitáveis foram queimadas vivas. Empunhando a cruz foi como os Espanhóis massacraram selvagemente os pacíficos indígenas da América. Foi em nome dos deuses adorados em Roma, que os mártires cristãos sofreram os mais aterradores suplícios; foi em nome do deus cristão que os energúmenos do bispo São Cirilo lapidaram a bela e sabia Hipatia (ca. AD 350–370–8 de março de 415) foi uma filósofa do Egito Romano, morreu assassinada por uma multidão de cristãos depois de ser acusada de exacerbar um conflito entre duas figuras proeminentes na Alexandria) e que mais tarde o bispo de Beauvais conduziu à fogueira a virgem de Domrémy (Joana D’Arc); foi em nome da Bíblia que os reis do "povo de Deus" exterminaram ferozmente os seus vizinhos; foi em nome de Alá que os estandartes de Maomé cobriram a Europa de exércitos de assassinos e que ainda hoje milhões de fanáticos estão prontos a levantar-se contra os Europeus, ao grito da guerra santa; que Maomé II avermelhou as paredes de Santa Sofia com os peitos ensanguentados de seu cavalo; que Genghis Khan (1162 - 18 de agosto de 1227) e Tamerlão (Kesh, atual Shahrisabz, Uzbequistão, 8 de abril de 1336 – Otrar, perto da atual Shymkent, Cazaquistão, 18 de fevereiro de 1405) assinalaram os caminhos de suas conquistas por pirâmides de cabeças decepadas; é em nome de tais inspiradores imaginários que ainda atualmente tantas almas piedosas e inúteis se condenam a bizarras penitências nos conventos, que os stropzi  (assassinam) e mutilam, que os dervixes (praticante aderente ao islamismo sufista) girantes e uivantes agitam-se em contorções desordenadas que certas seitas estrangulam crianças e bebem-lhe o sangue. Fanatismo religioso leva à loucura. Mostra-nos a história que a dominação teocrática é a mais intolerante e a mais pesada de todas as tiranias. As guerras de, religião tem sido as mais horríveis e as mais odiosas de todas e também as mais insensatas: tem-se praticado assassínios por motivo de interpretações de palavras, por causa de simples adjetivos, pela "consubstancialidade" do Filho e do Pai, na Trindade, por "homoios" (similares) contra "homoousios" (da mesma substância, consubstancial ou de igual substância), por mil outras frivolidades postas acima da razão mais elementar e proclamadas artigos de fé em nome de um deus! Símbolo da opressão dos povos, do assassinato e do roubo, tal ser infame não existe, nunca existiu.

            Fazendo um deus à sua imagem, tão miserável como eles mesmos, os homens assemelham-se a macacos que, supondo elevar-se à ideia de Deus, tivessem feito dele um grande macaco - a cães que dele fizessem um grande cão - a pulgas que o representassem sob a forma de uma grande pulga.

            Mas, do fato de que esse deus minúsculo não existe, não se segue que o universo marcha sem desígnio, sem objetivo e sem leis. Se os crentes de todos os ritos estão em erro, os negadores de todo princípio intelectual não o estão menos.

            Sim, a evolução da natureza efetua-se sem os gestos de um deus antropomorfo, sem malignidade como sem milagres, O único nome que conviria a Deus é o de Incognoscível. Deus permanece oculto pela própria perfeição do mecanismo da natureza: em um corpo são, não se percebe a marcha do sangue no coração, nem a circulação no cérebro, nem o ar nos pulmões, nem o fígado, nem os rins, nem o estomago, nem as entranhas: a atenção não é solicitada para estes órgãos senão quando funcionam mal. O universo é organizado de tal sorte, que parece conduzir-se por si mesmo - e essa é a sua qualidade divina. Tudo funciona regularmente por uma construção perfeita, cujas engrenagens são invisíveis e silenciosas. construção que não podemos julgar pelo fragmento infinitesimal de que fazemos parte e cuja autoria cabe a um pensamento transcendente, impenetrável ao homem. A Força rege a matéria: Mens agitat molem; um Pensamento dirige a natureza.

            Sim. O Ser supremo é incognoscível. A mentalidade humana não pode compreender o espírito infinito, eterno, imutável, organizador de um Todo de que a Terra e o homem são partículas tão imperfeitas quanto medíocres... Esse Infinito é para o deus infantil imaginado pelo homem, o que o sol do meio dia é para a obscuridade lamacenta de um buraco de toupeira sob as raízes da erva de uma campina. Sua existência é demonstrada pela organização universal. Tudo é organizado desde a mais humilde das folhas até aos movimentos do sistema do mundo. Um elemento invisível, imaterial, de ordem psíquica, ainda insuficientemente determinado por nossos meios de investigação mostra-se em nós e ao redor de nós. Esse princípio espiritual deveria ser respeitado como envolvendo o mundo e contendo-nos em si. Mas a clerezia de todas as religiões, de todos os tempos e de todos os países, sempre monopolizou a ideia de Deus e apropriou à sua ambição dominadora, exclusivista e intolerante. Quando esses clérigos falam de Deus, referem-se ao deus deles: os espíritos livres que não admitem o personagem criado por eles, são tratados de ateus e perseguidos como tais pelos seus ódios. Não querem admitir que alguém possa ser deísta e anticlerical. Entretanto não são eles  assaz destituídos de inteligência para saberem que é uma injustiça, uma inépcia e uma mentira tratar de ateus os pensadores que negam a divindade de Jesus. Os homens que ousam tornar Deus bastante pequeno para amoldá-lo ao seu
proprio talhe (*) e mete-lo mesmo em seus bolsos. São os maiores blasfemadores.

            (*) Conheci um padre que se familiarizara a tal ponto com a ideia de Deus, que, ao passar diante do altar que continha o Santíssimo Sacramento, em lugar de se inclinar piedosamente, em genuflexão, perante Ele, chegara ao cúmulo de lhe não dirigir mais do que uma pequena saudação com a cabeça, parecendo tratá-lo de igual para igual, por pura cortesia. Era um prelado, camareiro de capa e espada do Santo Padre.  

            É singular que o homem, absolutamente grosseiro, selvagem, bárbaro, como ainda é, apenas saído da carapaça da ignorância primitiva, incapaz, como é, de conhecer mesmo o seu próprio corpo, tendo apenas começado a soletrar o grande livro do universo, tenha ousado, de boa fé, definir Deus. Não conhece o seu formigueiro e teve a pretensão de descobrir o Incognoscível.

            Em uma época em que não se sabia absolutamente nada; em que a astronomia, a física, a química, a historia natural, a antropologia não tinham ainda nascido; em que o espírito, fraco, soltando apenas os primeiros vagidos, era rodeado somente de ilusões e de erros, a audácia humana concebeu as pretensas religiões reveladas e os deuses colocados à sua frente!

            Que Confúcio, Buda, Moisés, Sócrates, Jesus ou Maomé tenham sonhado em dar aos homens um código de moral, destinado a desprendê-los da barbárie e a elevá-los na ideia do bem, tais tentativas, tais obras não podem receber senão as homenagens e admiração de todos os que se preocupam com o progresso intelectual e moral da humanidade. Que os fundadores e os organizadores dos ritos religiosos tenham colocado à frente de cada culto um Ser ideal inatacável, em nome do qual pretendiam exercer o mando, ainda nisso se pode reconhecer uma obra útil sob o ponto de vista social mas cujo valor não ultrapassa a ordem mundana e não tem outro objetivo além do interesse geral dos homens e das sociedades. Mas que esses deuses inventados pelos homens tenham sido considerados como existindo realmente - em um céu aliás absolutamente imaginário e que se desmoronou às primeiras conquistas da astronomia; - que tenham sido eles e ainda sejam adorados por uma parte do gênero humano, e que, mesmo em nossa época, legisladores de todos os países pretendam ainda fazer politica em nome do direito divino, mostrando o sinal do "dedo de Deus" sobre as chagas mais monstruosas do corpo social e decorando com a imagem de uma providencia local as suas bandeiras de guerra, como ao tempo de Joanna d'Arc, de Constantino ou de Davi - eis aí certamente um anacronismo chocante, um misto de impostura e de credulidade, de hipocrisia e de estupidez, indigno da era de estudo leal e positivo, na qual vivemos e que levaria ao desprezo de qualquer homem independente, todos os funcionários que vivem às expensas de um tal sistema.

            As definições são enganadoras. Dar-se-á que os pagãos Sócrates, Platão, Aristóteles, Marco_Aurélio, PIotino não foram mais puros espiritualistas do que o papa Alexandre VI e o cardeal-arcebispo Dubois, verdadeiros ateus?

            A pesquisa da natureza da causa primária - não digo o "conhecimento de Deus", pretensão digna de um teólogo e em si mesma absurda - mas unicamente a pesquisa do Ser absoluto, da origem da energia que sustém, anima e rege o universo, da força inteligente que age universalmente e perpetuamente através do infinito e da eternidade e dá nascimento às aparências que impressionam os nossos olhos e são estudadas pelas nossas ciências, essa pesquisa, digo, não podia ser empreendida, nem mesmo legitimamente concebida, antes das primeiras descobertas da astronomia e da física modernas, isto é, antes das investigações de Galileu, de Kepler e de Newton.

            Não há mais de dois séculos que a ideia religiosa pura, liberta das idolatrias, das mitologias de toda ordem, dos erros e das superstições produzidos pela ignorância primitiva; não há mais de dois séculos que essa ideia pode surgir da evolução científica moderna. Todas as religiões atualmente existentes foram fundadas nas épocas de ignorância, em que nada se sabia, nem a respeito do céu nem a respeito da terra. A verdadeira religião, isto é, a união dos espíritos livres na pesquisa da Verdade, não poderá ser senão a obra de uma época tal como a nossa, na qual alguns espíritos corajosos e desinteressados se terão desprendido da hipocrisia das falsas doutrinas, sem se deixarem por isso tombar no ateísmo pueril dos espíritos fúteis que não vêm mais longe do que a superfície, espíritos esses que aplicarão sinceramente e livremente todos os ramos da ciência na pesquisa da constituição íntima do universo e do ser humano. O futuro nos instruirá. Hoje, pouco sabemos: apenas começamos a aprender.

            O Deus desconhecido, adivinhado pelos pensadores, por Sócrates, por Platão, por Marco Aurélio (26 de abril de 121 — 17 de março de 180), foi imperador romano desde 161 até sua morte. Dedicou-se à filosofia, especialmente à corrente filosófica do estoicismo, e escreveu uma obra que até hoje é lida: Meditações (wikipedia.com), por Voltaire (tão ardente deísta como violento anticlericalista}, por Newton, por Descartes, por Linneu botânico, zoólogo e médico sueco. Nasc. 23 de maio de 1707 Morte: 10 de janeiro de 1778), por Euler (Basileia, 15 de abril de 1707 – S. Petersburgo, 18 de setembro de 1783) foi um grande matemático e físico suíço de língua alemã, por Spinoza, por Kant, por todos os deístas puros, domina imensamente por sua grandeza todas as pobres invenções das clerezias de todos os cultos. Não se vê o Criador dos cem milhões de sóis da Via láctea contemplando uma pequena aldeia da Judeia e inspirando a Judith a ideia de ir seduzir Holofernes, para cortar lhe traiçoeiramente a cabeça, após havê-lo embriagado com as suas carícias (Segundo relata a Biblia, o rei de Babilônia Nabucodonosor enviou Holofernes para vingar-se das nações que haviam prejudicado a seu reino. Durante o sítio a Betulia feita por Holofernes, Judith, uma bela viúva judia que se introduziu no acampamento de Holofernes, bebeu com o general e o embebedou, para então decapita-lo enquanto dormia. Após, ela regressou à Betulia com a cabeça do general e os judeus venceram o inimigo) ou conferindo a Josué o poder de deter a marcha do sistema do mundo, para lhe dar tempo de exterminar os sitiantes de Gabaon (cidade de Israel)! Que ideia então faziam semelhantes escritores do Ser Supremo; e que ideia continuam a fazer dele os predicadores que continuam a ensinar esta "Escritura santa"? (*)

            (*) A objurgatória de Flammarion deve ser aplicada aos que tomam à letra as passagens da Escritura, que, interpretadas em espíríto e verdade, constituem a fonte da eterna sabedoria. NOTA DO TRADUTOR.

            O Infinito não pôde ser compreendido pelo finito. Aquele que fez a volta ao mundo, que visitou a Europa, a Ásia, a África, as Américas, raciocina de um modo incomparavelmente mais amplo, do ponto de vista do estado da humanidade, do que quem jamais saiu de seu país. Entre as ideias estreitas, incompletas, ilusórias, falsas deste e as apreciações gerais, justas, judiciosas, exatas do primeiro, há a diferença da noite para o dia.

            Desgraçadamente, pregamos no deserto. Para um homem que raciocina, há cem que não raciocinam. As lutas contra a dominação dos diretores de consciência são, aliás, bastante platônicas e o clero as despreza, com autoridade. A Igreja organizou o casamento, o nascimento e a morte por meio de cerimonias que seduzem a imaginação e agradam às mulheres. Comparai o casamento civil e o casamento religioso, o primeiro frio, sem brilho, insípido, glacial; o segundo pomposo, elegante nas cerimonias do altar enfeitado de flores e no encanto da música fazendo descer o Criador para o seio da esposa "Veni Creator Spiritus!" (Vem Espírito Criador) é um hino da Igreja Católica. Levareis séculos para substituir o segundo casamento pelo primeiro. Tal pai de família, livre-pensador, não fez batizar seus filhos para lhes deixar inteira a liberdade de consciência. Tinha quatro rapazes. Os quatro filhos fizeram-se todos batizar na véspera de seu casamento, porque suas noivas desejavam casar-se na igreja. Fé ou convenção, é assim que o mundo marcha... E os padres sorriem da ingenuidade dos leigos.

            O que é o domingo, para a maior parte dos cristãos? Um dia de belas toaletes. As tradições criaram uma "sociedade distinta", quase sempre hipócrita, à qual é de bom tom pertencer. Entretêm-se erros seculares, sem neles, por isso, acreditar-se. As convenções dirigem as pessoas de "bom senso".

            Por outra parte, confessemo-lo, quantos vivem desses erros, desses prejuízos, que exploram de diversos modos e sobre os quais regulam os seus interesses, enganando uns, lisonjeando outros, bajulando os vaidosos, adaptando seu modo de existência às convenções vantajosas e continuando a sociedade burguesa muito simplesmente, porque isso é mais simples e mais vantajoso, sem nenhuma preocupação da verdade e sem independência de espírito! A Razão e a sabedoria, que deveriam ser a regra, são exceção e os extremos reinarão por muito tempo: crédulos de um lado, negadores radicais do outro, estando os sábios no centro, em minoria minúscula. - e o interesse pessoal tudo dominando!
           
           


domingo, 18 de maio de 2014

Setenta vezes sete


Setenta vezes sete

18,21 Então, Pedro aproximou-se Dele e disse: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele faltar para comigo? Até sete vezes?
18,22 Respondeu Jesus: “ -Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

          Para Mt (18,15 et 21-22), -Setenta vezes sete - leiamos “O Evangelho...” de Kardec:

            “...Ai daquele que diz: Eu não perdoarei jamais, porque, se não for condenado pelos homens, o será certamente por Deus; porque, com que direito reclamará o perdão das próprias faltas se ele mesmo não perdoa as dos outros ?  Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz para perdoar ao seu irmão não sete vezes mas setenta vezes sete vezes...”

             Ainda Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” ,  em  seu  Cap. X,  onde reproduz  mensagem mediúnica recebida em 1861 e assinada por Paulo, Apóstolo. Dela, reproduzimos apenas seu último parágrafo:

            “Mas, há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem aos seus adversários: “Eu lhe perdoo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer do mal que lhe acontece, dizendo para si mesmas que não tem senão o que merece.

            Quantos dizem: “Eu perdoo” e que acrescentam: “mas não me reconciliarei nunca; não quero vê-lo para o resto da vida.  Está aí o perdão segundo o Evangelho?  Não; o verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado; é o único que vos será contado, porque Deus não se contenta com a aparência; ele sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos; não se lhe engana com palavras e vãos simulacros.

            O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de rebaixamento e de inferioridade.

             Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece nos atos bem mais que nas palavras.”  


terça-feira, 6 de maio de 2014

O Fim do Mundo


trechos de...
O Fim do Mundo
(La Fin du Monde)
(pgs. 222 / 223  da 7ª Ed. FEB 1995)

            Senhores do mundo, de todos os seus valores e mobiliários, tudo possuindo, ei-los ambos mais pobres que os mais pobres mendigos do passado!

            De que serviu tudo isso? - dizia ela passeando os olhos por todas aquelas conquistas da humanidade extinta. Sim! - para que todo esse esforço, conquistas, descobertas, e crimes, e virtudes? Sucessivamente, cada povo havia crescido e desaparecido. Alternativamente, cada cidade brilhara na glória e no prazer, para acabar em pó. Ei-las, ali, patentes naquelas ruínas que cobriam o solo, amontoadas, superpostas, ruínas de ruínas, sobre ruínas. E as últimas teriam a mesma sorte. Dos bilhões de homens que aqui viveram, que resta? Nada!
           
            - Dize-me pois, meu bem-amado, tu que tudo sabes, porque, e para que teria Deus criado a Terra? E, porque a Humanidade? Não achas, meu querido, que esse Deus é um tanto louco? Todos esses bilhões de criaturas que vieram pulular e disputar sobre esta pequenina bola girante, de que e para que serviram, uma vez que nada resta? Dar-se-á não estejam agora, precisamente, como se nada houvera existido?

.................................

            Diverte-se o Criador com os seus bonecos, ou apraz-lhe fazê-los sofrer? É idiota? Que me dizes, meu amor?
            - Para que indagar, oh! minha Eva? Que teus olhos não se turvem assim... Assenta-te aqui, nos meus joelhos, vem repousar a bela cabecinha junto do meu coração. Deus, crê, só fez o mundo para o amor. Esquece, pois, tudo o mais.

            - Mas, como esquecer, fechar os olhos, abafar a razão e o coração nestas horas tão solenes? Sim, nosso amor é tudo, absolutamente tudo. Mas, meu querido, como não pensar ainda que todos os casais que nos precederam, desde o princípio do mundo, desapareceram, também eles, e que todos esses amores que aureolaram de esperanças os votos humanos; todos esses ósculos divinais, de lábios nos quais dir-se-ia rescender um gozo eterno; todos esses arroubos se perderam, se diluíram em fumo; - sim, em fumo - e que de tudo não resta mais que nada, nada...

            .......a verdade é que a Humanidade viveu dez milhões de anos para acabar nada sabendo! A Ciência entre todas maravilhosa, a ciência do universo, a Astronomia, tudo nos ensinou, deu-nos a verdadeira religião, mas, não nos demonstrou a lógica de Deus!


            - Queres muito saber, Eva. Contudo, não ignoras que a humanidade terrestre flutuou no incognoscível e nós não podemos conhecer o incognoscível.... 

Jesus em Casa


JESUS
EM CASA

O culto do Mestre em casa,
É novo sol que irradia
A música da alegria.
Em santa e bela canção.
É a glória de Deus que vasa
O dom da Graça Divina,
Que regenera e ilumina   
O templo do coração.

Ouvida a bênção da prece,
Na sala doce e tranquila,
A lição do bem cintila,
Como um poema a brilhar.
O verbo humano enaltece,
A caridade e a esperança,
Tudo é bendita mudança
No plano familiar.

Anula-se a malquerença,
A frase é contente e boa.
Quem guarda ofensas, perdoa,
Quem sofre, agradece a cruz.
A maldade escuta e pensa
E o vício da rebeldia
Perde a máscara sombria...
Toda névoa faz-se luz!

Na casa fortalecida
Por semelhante alimento,
Tudo vibra entendimento
Sublime e renovador.
O dever governa a vida,
Vozes brandas falam calmas...
É Jesus chamando as almas
Ao Reino do Eterno Amor!

Irene S. Pinto
por Chico Xavier

via ‘GE Os Mensageiros’

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O fenômeno da 'Voz Direta'

O fenômeno da
 ‘Voz Direta’
por Ernesto Bozzano

in ‘Metapsíquica Humana’ (4ª ed. FEB – 1992)

            “Destaco o episódio do livro de Hannen Swaffer: "Northcliffe's Return", livro bastante interessante, recentemente aparecido na Inglaterra, e no qual trata das manifestações e das provas de identificação pessoal, fornecidas por Lord Northcliffe, através de vários médiuns.

            É mais um caso de identificação espírita de primeira ordem, inexplicável por qualquer teoria materialista e que se vem juntar à coleção já tão vasta e preciosa dos da mesma natureza, constatados nestes últimos tempos.

            Existe em Londres uma senhora de rara distinção, a Sra. Gibbons Grinling, que, com ardor e inteligência, se dedica a investigações metapsíquicas. Acompanhada sempre de seu filho Denis, e, às vezes, da sua amiga, Sra. Leonard, tentou em sessões regulares, de uma hora cada uma, realizadas três vezes por semana, desenvolver em si a mediunidade da "voz direta".

            Durante três anos foi essa perseverança admirável desafiada do modo mais desanimador, até que afinal, certa vez, de um dos cantos do quarto, em que mãe e filho estavam assentados, em completa escuridão, partiu uma voz, que chamava: "mamãe!"

            Era a voz do seu filho Cedric, morto em idade muito tenra. Desse dia em diante, o fenômeno da "voz direta", na Sra. Gibbons Grinling, desenvolveu-se com rapidez, atingindo, dentro em pouco, perfeição rara. Atualmente os Espíritos comunicantes não mais precisam do "porta-voz" para condensar as vibrações sonoras e falam, independentemente, com o mesmo timbre de voz que tinham quando vivos.

            Ora, uma noite em que a Sra. Grinling fazia uma sessão na maior intimidade, Lord Northcliffe se manifestou, espontaneamente, para dizer à médium que desejava fosse convidado a tomar parte numa das sessões o jornalista Hannen Swaffer, a quem desejava falar.

            A Sra. Grinling conhecia, de nome, Lord Northcliffe, mas nunca ouvira falar no jornalista Hannen Swaffer. Para obter as necessárias informações dirigiu-se à sua amiga Sra. Leonard, que se encarregou de prevenir Swaffer e de apresentá-lo à Sra. Gibbons Grinling.

            Hannen Swaffer compareceu a uma dessas sessões a que também assistiram, além naturalmente da Sra. Grinling e Denis, a Srta. Louise Owen e a Sra. Osborne Leonard.

            A sessão teve início em quarto iluminado por pequena lâmpada elétrica, suspensa ao teto. Passados alguns minutos, ouviu-se uma "voz direta" partindo do ângulo menos iluminado do quarto, dizendo: "A luz está muito forte." Era a voz de Cedric. Swaffer levantou-se e atirou à lâmpada, colocada um tanto alto, dois lenços que, depois de algumas tentativas, nela se prenderam, envolvendo-a, o que de muito diminuiu a intensidade da luz.

            Agora é Hannen Swaffer que vai narrar o ocorrido:

            Logo após, escreve ele, ouvi a voz de Lord Northcliffe, que me disse perto do ouvido:

            - Doris está aqui comigo:

            Para que se possa bem compreender a significação disto, devo esclarecer que, dias antes, durante uma sessão com a Sra. Leonard, perguntara eu a Lord Northcliffe se, no meio espiritual em que se achava, não havia encontrado uma pessoa dele conhecida e a mim estreitamente ligada...

            - Compreende bem a quem me quero referir? - perguntei.

            Não lhe havia pronunciado o nome da pessoa, mas mesmo assim a ela se referiu durante algum tempo e Fedda acrescentou saber que a amiga a quem nos referíamos "havia sofrido bastante durante a vida".

            Está claro que, tendo encontrado aquele ensejo de conduzir o Espírito dessa minha amiga a uma sessão, onde pudesse ela conversar diretamente comigo, Lord Northcliffe o não perdesse, embora não lhe havendo eu pedido tanto...

            Em seguida, uma voz de mulher a mim se dirigiu:

            - Sou eu, Doris, que te estou falando. Acho-me novamente contigo. Lembras-te do lugar em que me encontraste?

            - Sim - respondi-lhe, embora para isso tivesse a minha memória de recuar um bom quarto de século.

            A Srta. Owen perguntou:

            É esta a primeira vez que te manifestas?

            - Sim - e acrescentou: - Tive uma vida muito atribulada... mas meu filho, continuou ela, dirigindo-se a mim, meu filho está prestes a voltar para a Inglaterra... Ele deve continuar a ignorar... guarda bem o segredo.

            Compreendi perfeitamente o que me quis dizer. Era uma mensagem de além-túmulo na qual me pediam o maior desvelo por alguém que era extremamente amado da pessoa que falava. A alusão feita se referia a alguma coisa que só eu podia compreender e de que fazia grande questão o Espírito comunicante. Cumpre notar que por mais de uma vez muito me havia preocupado se devia revelar ao rapaz a sua origem...”

Lembrança Fraternal aos Enfermos



Lembrança fraternal
aos enfermos

Emmanuel
por Chico Xavier
in Reformador (FEB) Setembro 1941  

            Queres o restabelecimento da saúde do corpo e isso é justo. Mas, atende ao que te lembra um amigo que já se vestiu de vários corpos e compreendeu, depois de longas lutas, a necessidade da saúde espiritual.

            A tarefa humana já representa, por si, uma oportunidade de reerguimento aos espíritos enfermos. Lembra-te, pois, de que tua alma está doente e precisa curar-se sob os cuidados de Jesus, o nosso Grande Médico.

            Nunca pensaste que o Evangelho é uma receita geral para a humanidade sofredora?

            É muito importante combater as moléstias do corpo; mas, ninguém conseguirá eliminar efeitos quando as causas permanecem. Usa os remédios humanos, porém, inclina-te para Jesus e renova-te, espiritualmente, nas lições de seu amor. Recorda que Lázaro, não obstante voltar do sepulcro, em sua carne, pela poderosa influência do Cristo, teve de entregar seu corpo ao túmulo, mais tarde. O Mestre chamava-o a novo ensejo de iluminação da alma imperecível, mas não ao absurdo privilégio da carne imutável.

            Não somos as células orgânicas que se agrupam, a nosso serviço, quando necessitamos da experiência terrestre. Somos espíritos imortais e esses microrganismos são naturalmente intoxicados, quando os viciamos ou aviltamos, em nossa condição de rebeldia ou de inferioridade.

            Os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais intimas. Não trates as doenças com pavor e desequilíbrio das emoções. Cada uma tem sua linguagem silenciosa e se faz acompanhar de finalidades especiais.

            A hepatite, a indigestão, a gastralgia, o resfriado são ótimos avisos contra o abuso e a indiferença. Por que preferes bebidas excitantes, quando sabes que a água é a boa companheira, que lava os piores detritos humanos? Por que o excesso dos frios no verão e a demasia de calor nos tempos de inverno? Acaso ignoras que o equilíbrio é filho da sobriedade? O próprio irracional tem uma lição de simples impulso, satisfazendo-se com a sombra das árvores na secura do estio e com a bênção do sol nas manhãs hibernais. Pela tua inconformação e indisciplina, desordenas o fígado, estragas os órgãos respiratórios. aborreces o estômago. Observamos, assim, que essas doenças-avisos se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as congestões, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas. Por não se conformar o homem, com os desígnios do Pai que criou as leis da natureza como regulamentos naturais para a sua casa terrestre, submete as células que o servem ao desregramento, velha causa de nossas ruinas.

            E que dizermos da sífilis e do alcoolismo procurados além do próprio abuso?

            Entretanto, no capítulo das enfermidades que buscam a criatura, necessitamos considerar que cada uma tem sua função justa e definida.

            As moléstias dificilmente curáveis, como a tuberculose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o câncer, são escoadouros das imperfeições. A epidemia é uma provação coletiva, sem que essa afirmativa, no entanto, dispense o homem do esforço para o saneamento e higiene de sua habitação. Há dores íntimas, ocultas ao público, que são aguilhões salvadores para a existência inteira. As enfermidades oriundas dos acidentes imprevistos são resgates justos. Os aleijões são parte integrante das tabelas expiatórias. A moléstia hereditária assinala a luta merecida.

            Vemos, portanto, que a doença, quando não seja a advertência das células queixosas do tirânico senhor que as domina, é a mensageira amiga convidando a meditações necessárias.

            Desejas a cura; é natural; mas, precisas tratar-te a ti mesmo para que possas remediar ao teu corpo. Nos pensamentos ansiosos, recorre ao exemplo de Jesus. Não nos consta que o Mestre estivesse algum dia de cama; todavia, sabemos que ele esteve na cruz. Obedece, pois, a Deus e não te rebeles contra os aguilhões. Socorre-te do médico do mundo ou de teu irmão do plano espiritual, mas, não exijas milagres, que esses benfeitores da terra e do céu não podem fazer. Só Deus te pode dar acréscimo de misericórdia, quando te esforçares por compreendê-lo.

            Não deixes de atender às necessidades de teus órgãos materiais que constituem a tua vestimenta no mundo; mas, lembra-te do problema fundamental que é a posse da saúde para a vida eterna. Cumpre teus deveres, repara como te alimentas, busca prever antes de remediar e, pelas muitas experiências dolorosas que já vivi no mundo terrestre, re

corda comigo aquelas sábias palavras do Senhor ao paralitico de Jerusalém: "Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior."