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terça-feira, 6 de maio de 2014

O Fim do Mundo


trechos de...
O Fim do Mundo
(La Fin du Monde)
(pgs. 222 / 223  da 7ª Ed. FEB 1995)

            Senhores do mundo, de todos os seus valores e mobiliários, tudo possuindo, ei-los ambos mais pobres que os mais pobres mendigos do passado!

            De que serviu tudo isso? - dizia ela passeando os olhos por todas aquelas conquistas da humanidade extinta. Sim! - para que todo esse esforço, conquistas, descobertas, e crimes, e virtudes? Sucessivamente, cada povo havia crescido e desaparecido. Alternativamente, cada cidade brilhara na glória e no prazer, para acabar em pó. Ei-las, ali, patentes naquelas ruínas que cobriam o solo, amontoadas, superpostas, ruínas de ruínas, sobre ruínas. E as últimas teriam a mesma sorte. Dos bilhões de homens que aqui viveram, que resta? Nada!
           
            - Dize-me pois, meu bem-amado, tu que tudo sabes, porque, e para que teria Deus criado a Terra? E, porque a Humanidade? Não achas, meu querido, que esse Deus é um tanto louco? Todos esses bilhões de criaturas que vieram pulular e disputar sobre esta pequenina bola girante, de que e para que serviram, uma vez que nada resta? Dar-se-á não estejam agora, precisamente, como se nada houvera existido?

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            Diverte-se o Criador com os seus bonecos, ou apraz-lhe fazê-los sofrer? É idiota? Que me dizes, meu amor?
            - Para que indagar, oh! minha Eva? Que teus olhos não se turvem assim... Assenta-te aqui, nos meus joelhos, vem repousar a bela cabecinha junto do meu coração. Deus, crê, só fez o mundo para o amor. Esquece, pois, tudo o mais.

            - Mas, como esquecer, fechar os olhos, abafar a razão e o coração nestas horas tão solenes? Sim, nosso amor é tudo, absolutamente tudo. Mas, meu querido, como não pensar ainda que todos os casais que nos precederam, desde o princípio do mundo, desapareceram, também eles, e que todos esses amores que aureolaram de esperanças os votos humanos; todos esses ósculos divinais, de lábios nos quais dir-se-ia rescender um gozo eterno; todos esses arroubos se perderam, se diluíram em fumo; - sim, em fumo - e que de tudo não resta mais que nada, nada...

            .......a verdade é que a Humanidade viveu dez milhões de anos para acabar nada sabendo! A Ciência entre todas maravilhosa, a ciência do universo, a Astronomia, tudo nos ensinou, deu-nos a verdadeira religião, mas, não nos demonstrou a lógica de Deus!


            - Queres muito saber, Eva. Contudo, não ignoras que a humanidade terrestre flutuou no incognoscível e nós não podemos conhecer o incognoscível.... 

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