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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Lendo e Comentando (trechos) I



           ...nada recebemos de graça e ..., portanto, o nosso desenvolvimento espiritual é produto do nosso próprio esforço, dentro do contexto da lei de causa e efeito. Isto quer dizer...que o universo é regido pela justiça divina. Não importa quem seja o indivíduo ou qual seja a sua posição no mundo, ele está sujeito à operação das mesmas leis naturais como qualquer outra pessoa. Não há exceções, nem maneiras de enganar ou fugir à sequência imutável da lei de causa e efeito. Se isso fosse possível, a justiça divina seria inferior à que foi elaborada pelos homens. Alguns pensam, em momentos de crise, que podem fazer uma barganha com a Divindade. Tem sido sugerido com toda a seriedade que o arrependimento no leito da morte ou a recitação de alguma crença teológica tem
poderes para inutilizar o inviolável princípio de causa e efeito e absolver a responsabilidade pessoal.

            É bom que, de vez em quando, nos recordemos desses princípios. Para isso, nada melhor que vê-los expressos em palavras que sirvam de alimento à nossa meditação. Ainda hoje, decorridos tantos séculos e após tantas conquistas espirituais de notável significado, há quem julgue poder “negociar” as coisas que deseja com Deus, num tipo de barganha impossível, como se Deus fosse simples dono de uma barraca de feira. Outros propõem negócios semelhantes aos Espíritos, mediante oferendas e promessas, muitas vezes visando a conseguir favores especiais legítimos ou lamentavelmente ilícitos e inconfessáveis. Todas essas tentativas e manobras vão para o nosso “fichário” espiritual, onde se registam os atos de nossa responsabilidade, a fim de que no futuro sejam retificados os erros cometidos.

             É preciso aqui fazer uma distinção essencial e indispensável. A prece não é uma barganha; é nela que vamos encontrar os recursos de que tantas vezes precisamos para atravessar as crises surgidas de nossas imperfeições. Orar é uma atitude de defesa espiritual, na qual buscamos conforto, proteção e ajuda. Nossos mentores espirituais conhecem nossas deficiências e necessidades melhor do que nós próprios e somente podem ajudar-nos naquilo que não contrarie dispositivos da lei divina, nem interfira com o nosso programa de trabalho ou com o exercício do nosso livre-arbítrio. Não podem, por isso, prestar-nos favores ilícitos nem fazer por nós aquilo que nos compete realizar. Por isso há preces que, aparentemente, não são atendidas. Somos ajudados na medida das nossas boas intenções, dos nossos méritos e, principalmente, das nossas necessidades, isto é, em concordância com o nosso programa de trabalho evolutivo.

Lendo e Comentando  (trechos) 1
Hermínio A. Miranda

Reformador (FEB)  Janeiro 1970

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