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quarta-feira, 11 de março de 2015

Ainda o corpo de Jesus

Ainda o Corpo de Jesus
Ramiro Gama
Reformador (FEB) Novembro 1971


            Não faz muito tempo publicamos, aqui, um artigo sobre o corpo de Jesus.

            Manifestamos nossa opinião humilde, sincera e sensata.

            Não procuramos mostrar erudição com relação ao magno assunto, mas, sem espírito de sistema, no dizer do querido Médico dos Pobres, focamo-lo olhando Jesus como sempre o olhamos, isto é, emocionadamente, sentindo lhe o corpo e o Espírito diferentemente de todos nós, criaturas ainda carregadas de dívidas e de vícios.

            Como o Padre Marschal, temos diante de nós, em nossa secretária, uma imagem de Jesus que, pobremente, o deve retratar; mas, mesmo assim, diante dela sentimo-nos num estado de sursum corda, principalmente quando o buscamos para uma prestação de contas e para lhe pedir o socorro da sua misericórdia para nossas imensas faltas.

            Sentimos, então, que o Amigo Celeste nos comove, ouvindo-nos.

            E jamais pensamos que tivesse ele um corpo igual ao nosso, isto antes mesmo de nos tornarmos espírita e de havermos lido as argumentações felizes e bem rebuscadas dos livros de Manuel Quintão, Guillon Ribeiro, Antônio Lima, Ismael Gomes Braga e de Leopoldo Cirne.

            Depois que nos tornamos espírita, apenas bastou, para consolidar nossa opinião, o dizer do Divino Amigo sobre João Batista: Dos nascidos de mulher, João é o maior.

            Não precisamos de nenhuma outra documentação.

            As poucas palavras que Jesus pronunciou e constantes de seu Evangelho de Amor e Luz nos bastaram e nos penetraram o Espírito, fazendo-nos vê-lo como sempre o vimos: com um corpo fluídico e o Espírito tão puro, tão grande, tão lindo, tão diferente de todos nós, que nossa canhestra pena se sente incapaz de lhe traduzir a grandeza imácula, a personalidade indescritível!

            Depois da publicação daquele nosso artigo, recebemos muitas cartas de vários confrades, uns aplaudindo-nos e outros, em pequena minoria, criticando-nos e demonstrando-nos até o calor de quem está contrariado com a nossa maneira de ver, sentir e traduzir o assunto.

            Alguns irmãos chegam até a dizer-nos que esta matéria é perigosa e que sua apreciação, mesmo em clima de elevação e sem apaixonamento, desune os espíritas, fazendo-os desfraternizados ou inimizados ...

            E ficamos, deveras, num misto de surpresa e de tristeza, para agora lhes perguntar, humilde e sinceramente: em que mundo e época estamos que divergir quer dizer desunir? opinar sobre a Doutrina, contrariando pontos de vistas de terceiros, seja crime de lesa-união?! ...

            A própria Natureza, diz um evangelizado escritor, nos dá, diariamente, uma lição da diversidade na unidade. Dessemelhança de cores e aspectos no mundo vegetal, principalmente, jamais concorreu para desarmonizá-lo; antes, como nos demonstra, é uma vitória da unidade na diversidade, e com a mesma destinação de servir, isto é, de amar e nem sempre ser amado...

            O Espiritismo codificado por Allan Kardec e valorizado em sua conceituação por outros enviados de Deus, à frente J.-B. Roustaing, para que, de vez, penetre e trabalhe o Espírito dos que o buscam, precisa ser estudado e praticado, sem espírito de sistema.

            Quem assim o fizer, olhando o Mestre como o Modelo das Virtudes e o Grande Vitorioso do amor que sabe, alcançará o espírito da letra das verdades cristãs e também sentir-se-á inundado daquela luz que penetrou Saulo, tirando-lhe as escamas do orgulho para que ele visse e sentisse Jesus, e o seu objetivo, descendo das Alturas para as trevas da Terra, sofrendo e amando para nos trazer a salvação.

            Por isso mesmo, em nossas palestras e em nossos pequenos livros, sempre e sempre, nos damos pressa de ressaltar lhe os ensinos, as parábolas, as lições do seu Grande Livro, o Evangelho, concluindo que: não é verdadeiramente espírita quem não procurar domar suas paixões e lutar por ser melhor hoje mais do que ontem e, amanhã, mais do que hoje.


            Porque, a nosso ver e com a nossa experiência de 40 anos de Espiritismo, cultuando, no lar, o Livro da nossa redenção, compreendemos que, ele, o Espiritismo, não é apenas uma Religião, mas a própria RELIGIÃO, visto que é o único que, através de sua exegese, religa a criatura ao seu Criador e consegue, espontaneamente, ou pelo benefício da dor, tornar-nos menos orgulhosos e mais moralizados, mais caridosos, verdadeiros filhos de Deus! 

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