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quinta-feira, 19 de março de 2015

A Estranha Missão de Eliazar

Zamenhof, seu filho Dr Adão e o poeta A Grabowski

A Estranha Missão de Eliazar
Indalício H. Mendes
Reformador (FEB) Julho 1978

            Tendo diante de nós excelente livro devido à mediunidade de D. Dolores Bacellar, pusemo-nos a examiná-lo com profundo e desvelado interesse. O título, sugestivo e belo -- A Canção do Destino, espicaçou-nos a curiosidade. Fomos ao índice e vimos nomes conhecidos de intelectuais brasileiros, como Medeiros e Albuquerque, Monteiro Lobato, Coelho Neto, Bernardo Guimarães e Artur Azevedo, além de Benedita Fernandes (que militou no movimento espírita brasileiro) e outros, que, sem dúvida alguma, na simplicidade de suas referências, possuíam a autoridade que o serviço cristão confere aos obreiros verdadeiramente fiéis às suas responsabilidades espirituais, como Alfredo, Estevina Magalhães, Irmão Bernardes, Irmão Camilo, Irmão Herculano e Um Jardineiro.

            A apresentação da obra já era, por si mesma, uma afirmativa do seu enorme valor, pois trazia a assinatura do nosso querido e sempre lembrado Ismael Gomes Braga, hoje também integrando as turmas coesas de obreiros da Espiritualidade. Diz ele, com a autoridade que sempre revelou em seus testemunhos: "O valor educativo desta obra está ao alcance de todos. Sua finalidade é Instruir, educar, orientar, pelo mais encantador dos processos: contando histórias cativantes, das quais decorrem os ensinos. Serve para um sábio do mesmo modo que para uma criança." Absolutamente exato.

            Escolhemos para este artigo "A Estranha Missão de Eliazar", porque se refere muito particularmente ao genial criador do Esperanto, Dr. Lazarus Ludwig Zamenhof, que desempenha relevante atividade, no Plano Invisível, sob o nome de Eliazar. Uma nota da Editora esclarece: "Na edição hebraica do "Fundamento de Esperanto", o nome do Dr. Zamenhof aparece como Eliazar, embora ele fosse mais conhecido como Lazarus, que é uma variante de Eliazar e significa igualmente o "Ajudado por Deus". A médium não conhece sequer o alfabeto hebraico e não poderia saber que Zamenhof se chamava Eliazar. Devemos interpretar neste conto o nome da personagem como sendo, real ou alegoricamente, o iniciador do Esperanto. Outra informação preciosa que colhemos logo no início do conto é que a missão de Eliazar - de estabelecer a Fraternidade Universal - já é milenária. Existe já um trabalho preparatório muito longo antes de chegar à fase da Língua Internacional, pela qual trabalhamos hoje."

            Desejamos fazer um reparo assaz importante. Enquanto a nota acima diz e repete que se trata de "um conto", o Espírito Alfredo, logo nas primeiras linhas de sua mensagem, elucida significativamente: "O que escrevo não é propriamente "conto"; é, sim, o relato de um momento crítico vivido pelas nações terrestres e testemunhado por nós, discípulos de Eliazar, que o acompanhávamos sempre em suas excursões à Terra, onde o esclarecido Espírito exerce, há milênios, a missão de despertar as almas para os albores da Fraternidade Universal." (P. 249)

            Por conseguinte, o trabalho intitulado "A Estranha Missão de Eliazar" não é ficção, mas produto real da observação feita por um grupo de Espíritos em tarefas cristãs.

            Tentamos resumir, nas linhas que se seguem, o que se encontra no capítulo referido, com a preocupação de não eliminar o que nos pareceu verdadeiramente essencial.

*

            Multiplicavam-se, num Congresso Internacional pela Paz, as negociações e artimanhas políticas dos homens, presos a confusos e lastimáveis interesses pessoais e de grupos, para os quais as guerras são sempre lucrativas, não lhes preocupando a miséria humana, as lágrimas da viuvez e da orfandade. Enquanto isso, alguns poucos realizavam inauditos esforços para evitar o pior, tentando fixar um denominador comum para as controvérsias que dividiam os homens, em nome do nacionalismo ferrenho ou de uma democracia que se lhes enquistava nos lábios, jamais descendo ao coração.

            A minoria benévola, sem o saber, recebia do Alto intuições maravilhosas, para que não desanimasse na defesa da paz, buscando impedir que a Humanidade mergulhasse em uma grande e generalizada chacina. A situação era angustiante; as perspectivas se apresentavam sombrias. O medo torturava os mais sensíveis e espalhava no ambiente as vibrações negativas que podem levar ao terror.

            Entrementes, Angelo, um dos mentores dos planos evangelizados, que lutava, juntamente com Eliazar, pela implantação da paz, e seus discípulos foram convocados e instruídos para presenciar, em tal Congresso, as discussões dos políticos de diversos países em torno de problemas que envolviam a autonomia de povos fracos, acossados por nações poderosas.

            Os oradores se utilizavam dos idiomas que lhes eram próprios, mas, na realidade, nem sempre as imediatas traduções espelhavam o sentido real dos discursos, pois, insuficientes ou deturpadas pela impossibilidade de uma reprodução fiel do pensamento de cada um, criavam situações embaraçosas, ora cômicas, ora trágicas... Todos diziam pretender a paz, mas a confusão dos idiomas gerava dúvidas, mal entendidos, protestos, num clima evidentemente desfavorável à confraternidade, perdurando a incerteza e a desconfiança recíprocas, justamente porque muitos simulavam nas palavras os verdadeiros sentimentos que os animavam, comprometidos por interesses subalternos.

            Eliazar, em absoluta concentração, projetava sobre a assembleia fluidos magnéticos, vibrações de amor, para que os delegados a tal Congresso pela Paz Mundial se entendessem. Foi quando o Espírito Alfredo, diante da confusão estabelecida, perguntou-lhe:

            - Por que as discussões destes homens são tumultuosas, se todos eles visam ao mesmo fim - a Paz?

            Por dois motivos fundamentalmente contrários à boa harmonia entre os homens. Primeiro: muitos destes irmãos estão dominados por um auto interesse. As suas palavras não condizem com os pensamentos íntimos. Por isso estão imantados a influências espirituais as mais negativas. Quando os homens - continuou Eliazar, no caso Zamenhof -, se reúnem para discutir em prol da Paz terrestre, comparecem em suas assembleias duas forças contrárias, uma, negativa, adversa aos bons propósitos, e outra, positiva, favorável ao Bem.

            E Eliazar mostrou a Alfredo falanges das trevas, que eram como que chefiadas pelo "gênio do Mal, visto por Zoroastro - Ahriman". Seus fluidos atuam sobre os irmãos vencidos pelo egoísmo, movimentando-os como se fossem marionetes. Adotam atitudes falsas, enganosas, porque, na verdade, seus sentimentos abrem oportunidades ao trabalho nefasto de entidades empolgadas pela sombra.

            Eliazar foi apontando a Alfredo cada um dos elementos dominados por Espíritos trevosos. Um, senhor das mais ricas minas de ferro do mundo; outro, detentor de patentes de inventos mortíferos; outro mais, com sólidos interesses em indústrias de carvão e aço, fábricas de armamentos, etc.

            E Eliazar, penalizado, ponderou:

            - Nas mentes desses senhores, o interesse fala mais alto que o Direito e a Justiça... Enquanto suas vozes forem ouvidas nos Congressos Pró-Paz, o fantasma da guerra assombrará a Humanidade terrestre...

            - Mas, por que, então - atalhou Alfredo -, as forças do Bem não lhes interceptam as ações?

            A resposta foi pronta e esclarecedora. Para ela chamamos a atenção dos que estão lendo este relato verídico de Eliazar:

            - Porque o Bem não vai de encontro a nenhuma Lei Divina. Isto seria ferir o livre-arbítrio das criaturas, violentá-las em seus sentimentos.

            Alfredo insistiu, interessado:

            - Entretanto, os gênios de Ahriman impelem os seres ao Mal.. Não é isto uma violação das Leis divinas de Fraternidade e Amor? E essa violação não é feita aos olhos de Deus.

            Impunha-se maior esclarecimento. E Eliazar, com brandura, respondeu:

            - Aos olhos de Deus, o Bem e o Mal não existem a não ser em função da Sua Justiça. Deus não castiga nem recompensa, porque Ele sabe que os seres erram não por maldade nata, mas por ignorância das Leis de Causa e Efeito. Quando os homens sentirem que são réus perante estas Leis que regem os destinos e se propuserem à corrigenda, então contra eles nenhuma influência exercerá Ahriman, porque Ahriman existe em função dos erros humanos. Todo aquele que encontra o caminho da Regeneração traçado pelo Mestre está contribuindo para exterminar o Mal da face da Terra...

            Se bem compreendemos a palavra de Eliazar, Ahriman é apenas uma figura simbólica do Mal, e este não deixa de ser, de certa maneira, um instrumento criado pela ignorância do Bem, destinado a despertar os Espíritos surdos ou indiferentes à Lei Divina para o Bem, pois atingem preferentemente os que ainda possuem antigos débitos a resgatar. Um dia, à própria custa, os Espíritos empenhados na prática do mal sentirão a consciência atormentada e serão os primeiros a desejar livrar-se das pesadas cargas que voluntariamente puseram sobre si, compreendendo que o mal leva sempre à dor, à desgraça, ao desespero. Cansados das perversidades perpetradas, experimentarão o desejo de fuga e, então, "amadurecidos", se renderão à influência do Bem. Considerado sob tal ponto de vista, o Mal é, através dos remorsos das consciências inquietas, do arrependimento que é o primeiro sinal de salvação à vista, um instrumento de corrigenda de quantos ainda possuem saldos negativos de existências pregressas.

            Ansioso por maior elucidação, Alfredo perguntou:

            - Dissestes, no princípio, Venerável Eliazar, que eram dois os motivos básicos que obstavam à boa compreensão entre os homens, quando discutiam meios de evitar a guerra, cancro que os extermina desde o aurorescer do gênero humano. Falastes de um: do egoístico interesse que os domina. Mas qual o outro motivo essencial que lhes dificulta a fraterna compreensão?

            - A falta de uma língua comum a todos os povos. Uma língua internacional - completou Eliazar.

            - Não compreendo...

            - Logo compreendereis... Se os homens discutissem, em linguagem conhecida de todos, os assuntos de interesse geral, chegariam, sempre, a um acordo, economizando tempo e trabalho.

            - Sim, tendes razão. Eles, porém, não possuem já uma língua internacional - o Esperanto?

            - Já a possuem - respondeu Eliazar -, mas não oficialmente aceita pelos povos... Há países até em que o estudo do Esperanto é proibido por seus governos.

            - Por que, se essa língua conduz à Paz?

            - Por isso mesmo. É que ainda há almas que somente sabem respirar numa atmosfera de terror e destruição. São elas remanescentes daquela época em que certos espíritos vibravam de satânica alegria diante dos corpos martirizados dos primeiros cristãos, queimados nas praças públicas e nas arenas dos circos de Roma e Alexandria...

            As repetidas encarnações para essas pobres almas passam como as mudanças de peles nas serpentes: modificam lhes o aspecto, não a ferocidade. As encarnações, nessas almas, não lhes aprimoram os instintos, que em nada as diferenciam dos primitivos trogloditas.

            Como chegasse o instrutor espiritual Ângelo, apreensivo, o diálogo se interrompeu. No Congresso, os líderes não chegavam a um acordo, embora lá houvessem ficado, por determinação de Ângelo, devotados Espíritos com a função de serenar os ânimos, através de passes magnéticos adequados. As vibrações negativas, no entanto, recrudesciam. Ângelo externou a opinião de que a guerra parecia inevitável. Eliazar, porém, confortou-o:

            - Não percamos a fé, amado Ângelo. Não nos esforçaremos inutilmente ... Trabalhamos, não pela paz de um dia, mas por aquela Paz que há de reinar por todo o sempre. Hoje lançamos as suas sementes; só amanhã colheremos os seus frutos.

            Em seguida, Eliazar entrou em prece e seu belo rosto resplandecia de Paz interior.

            O orador, que naquele momento discursava, deixou de exaltar-se e adotou mais harmônico e comedido diapasão, Profligava a guerra, lembrando as consequências gravíssimas de um novo conflito. Apelou para que os mais intransigentes contribuíssem para favorecer a paz que se buscava proteger. Chegara a ser patético. Embora seu país houvesse sofrido inesperada invasão de um vizinho poderoso, sua palavra era serena e conciliadora.

            Mas o representante do país invasor, cercado de entidades tenebrosas, perorava com arrogância. Persistia em dizer que seu governo era "realista" e chegara à conclusão que se tornava preciso orientar e guiar os povos "bárbaros":

            - Povos, Senhor Presidente - dizia ele -, distanciados séculos da Civilização. Não rompemos tratados, fomos, isto sim, em socorro dos irmãos de ideais que nos estendiam os braços, escravos do estrangeiro que os traz acorrentados ao seu poderio, explorando lhes as energias gastas no trabalho, cujos maiores lucros vão favorecer os cofres de certas organizações. Houve naquele protetorado, Senhor Presidente, uma revolução e os seus bravos chefes, que lutaram pela independência da pátria asfixiada, pediram ao meu país, além de armas e munições, o auxílio de nossas brigadas, sempre prontas à luta em prol de ideias que defendam as classes sacrificadas. Não invadimos fronteiras; socorremos, auxiliamos a irmãos.

            Aparteado, o orador, enfurecido, teve de ouvir estas palavras:

            - Atendestes ao apelo dos agentes de vosso governo, infiltrados nos organismos das pátrias, como cancros malignos!

            As entidades trevosas exultavam com a contenda.

            Fizemos questão de reproduzir o diálogo, ainda que sintetizado, para que se tenha uma ideia de como agem os elementos perturbadores da Espiritualidade inferior, sempre que encontram ressonância para as suas baixas vibrações.

            Ninguém se iluda. Legiões de maus Espíritos desceram à Terra, reforçando suas falanges, para que seus desígnios maléficos possam triunfar mais depressa. Eis por que todos devemos usar o recurso da prece, a fim de dar aos bons Espíritos a cooperação de que, também sob esse aspecto, eles necessitam para a defesa da Humanidade.

            Eliazar e seus companheiros seguiram todos os trabalhos posteriores e cada vez mais se assegurava ele de que a falta de confiança entre os homens, principalmente nas reuniões de indivíduos de falas diferentes, se acentuava devido à inexistência de um entendimento verbal direto. E comentou:

            - A falta de uma língua comum se faz sentir em momentos como este, de incontestável gravidade. Neste caso, onde os interesses falam mais alto que o senso de justiça, seria necessário que uma voz plena de altruísmo e saber - voz que se fizesse ouvir por suas virtudes e compreender por todos - chamasse estas almas à razão, convocando-as ao dever de amor ao semelhante. Estes homens não se compreendem: falam e pensam como estranhos. Estão separados não somente pelas fronteiras terrenas, mas pelos sentimentos e costumes, pelas crenças e ideais e, principalmente, pela muralha das línguas... Pensam através de ouvidos alheios, na dependência de intérpretes por vezes inábeis para traduzirem o sentido oculto das palavras, que se esconde na inflexão.

            Esperemos que o Homem compreenda, premido por suas próprias necessidades, que a par do vocabulário pátrio deve aprender o Esperanto, a língua trazida à Terra por inspiração divina. O conhecimento desta língua daria asas à inteligência humana, que se alçaria a alturas jamais sonhadas. O pensamento religioso e científico, todas as aquisições intelectuais e morais - Política, Arte, Filosofia - tornar-se-iam conhecidos dos homens, livres de deturpações, pois que em Esperanto seriam eles expressos diretamente. A Humanidade sentir-se-ia uma só família, irmanada pelo verbo comum a todos, pois quando falamos a mesma linguagem não nos sentimos estrangeiros. Mas, enquanto aguardamos que a Torre de Babel seja demolida de todo da face da Terra, oremos e trabalhemos pela
compreensão universal.

            Respondendo a outra pergunta de Alfredo, Eliazar disse que os homens ainda seguem o Mal porque lhes falta aptidão para seguir o Bem. E frisou, com admirável precisão:

            - Cada Humanidade tem o mundo que merece; cada homem a vida correspondente aos seus sentimentos. O meio onde estamos situados reflete a nossa alma. Quando vemos um campo cultivado, sentimos que é habitado por homens operosos; se presa de ervas daninhas, que ali imperam a negligência e a inatividade... O homem laborioso é o Bem; o preguiçoso é o Mal. O Bem usufrui os benefícios do próprio esforço; o Mal vive sofrendo a privação de bons frutos, em virtude de sua própria indolência. O Sol nasce para todos, mas somente o veem, em todo esplendor, aqueles que cedo despertam... O Mal não existiria se o homem não o criasse com as suas próprias mãos... Como também o Bem só existe em função do homem. Para Deus, estes sentimentos são estados d’alma de Suas criaturas. São os reflexos das mentes sãs ou doentias que desaparecerão quando elas compreenderem que o Amor é o natural estado dos seres e não acidente. O Mal desaparecerá quando cessarem as causas e os efeitos por ele provocados... "

            Dava Eliazar, dessa forma, outra estupenda lição sobre a sabedoria divina, sublinhando a infalibilidade da ação cármica:

            - Os homens, através das ações, determinam seus próprios destinos. Somos, pois, senhores de nossas vidas, dependendo o bem-estar futuro do labor do presente. Quando o Homem tiver capacidade de amar; quando souber vibrar em uníssono com as Leis divinas, justo será e lógico que o seu mundo se eleve à condição de Céu, porque o mundo em que vivemos reflete as nossas ações e os nossos sentimentos. Todo sofrimento tem suas raízes no passado. Ninguém sofre inocente. Certamente, as ações de agora destes irmãos serão medidas e pesadas e servirão de contrapeso na Balança da Justiça Divina quando forem avaliados os seus méritos.

            Entrementes, os delegados à Assembleia das Nações, convocados para dirimir a questão já mencionada linhas atrás, mantiveram seus pontos de vista, a maioria impelida por suas próprias conveniências; a minoria sem perceber bem o que fazia... Somente um pequeno número votou, conscientemente, em prol da Paz. A maioria, cavilosamente, manifestou-se pela neutralidade...

            Meditando sobre esses episódios, dos quais ressalta o importante papel que os Espíritos do Bem desempenham para beneficiar a Humanidade, voltamos o pensamento para as célebres reuniões políticas que precederam o desencadear da II Guerra Mundial, em 1939, e, depois, para a conferência de Yalta, cujos segredos mais íntimos ainda não foram revelados, mas onde o temor e a tibieza transferiram, das mãos de um déspota para as de outro, a influência de ideologias conflitantes em essência, ambas, porém, igualmente prejudiciais ao equilíbrio social, político e moral do mundo. A História já deixou claro que o medo de que um mal tangível se expandisse, para desgraça da Humanidade, não deixou se visse que outro mal, de igual potência nefasta, se fortaleceria logo que lhe atribuíssem função predominante na política mundial. Os Espíritos trevosos estavam, nesse poker sinistro, com dois jogadores portando trunfos idênticos, podendo blefar os outros participantes quando a partida atingisse o clímax. E foi o que aconteceu, para confirmar as profecias...

            0s espíritas, porém, creem no poder do Evangelho, sabem como se desenvolve na Terra a lei cármica (de ação e reação) e confiam no futuro reservado à Humanidade. Pensam, portanto, como Eliazar, quando Alfredo, preocupado com a continuação da guerra, dele obteve estes esclarecimentos:

            - O conflito vai ferir apenas uma pequena parte do globo. Mas, creiam: o mundo se aproxima da sonhada Paz. Os caminhos que levarão o homem até ela vêm sendo delineados pelos séculos a fora.. Citaremos três desses caminhos que, se trilhados, conduzirão à Paz, à Felicidade, ao Céu: Evangelho, Espiritismo, Esperanto. Um, prolongamento do outro, porque o Evangelho conduz ao Espiritismo e este ao Esperanto. Indicar estes três caminhos é a nossa missão, o objetivo santo de todos os obreiros de
Jesus.

            E Eliazar calou-se. Alfredo, em silêncio, entregara-se a um solilóquio: " ... que importa uma fração do Tempo aos Missionários de Deus? Mil anos na Terra são um minuto na Eternidade ... O Sol da Paz fulgirá! Hoje?.. Amanhã?.. Que importa o tempo? Aos olhos de Deus não existe tempo nem espaço: tudo é Infinito.."
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