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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cristo Vencerá!




Cristo Vencerá
Hernany T. Sant’Anna
Reformador (FEB) Novembro 1948


"As mágoas do mundo vão tomar vulto impiedoso."
Emmanuel ("Reformador", Fevereiro, 1948.)

"E a condenação é esta: que a Luz veio ao mundo,
e os homens amaram mais as trevas que a Luz,
porque as suas obras eram más."  João, 3:19.

            Os bafos sufocantes da borrasca acaloram a atmosfera do mundo e a dor lacera sem piedade as almas transidas de pavor. Do pélago abissal da miséria humana sobem gemidos abafados e angustiosos. O medo domina os corações ensombrecidos das criaturas. Algo de terrível se prenuncia e se teme. Catástrofes pavorosas se preparam para dias não longínquos. Paira no ar uma incerteza profunda.

            Paira no ar uma incerteza profunda. Há um arrepio de maus presságios varando o misterioso arcano do futuro.

            Durante séculos a fio a humanidade acumulou montanhas de ódios, e já a emanação sedimentosa dos pensamentos sombrios e ferozes se aglomera sobre a Terra, em espessas camadas superpostas e ameaçadoras, que lembram cirros virulentos e invisíveis...

            O monstro da destruição, por ela alimentado com tanta solicitude, rosna sanhudo à sua face, qual áspide principescamente criada para o assassínio traiçoeiro do seu dono! 

            O vendaval não tarda a desencadear sobre as valas torturadas do orbe a procela furiosa que se alimenta de sangue e que se banha nas lágrimas!           

            Relegado o Evangelho do Cristo, olvidados os seus divinos ensinamentos, ergastulado no cárcere dos dogmas o espírito sublimado da sua Doutrina de Amor que outra coisa poderia suceder à humanidade desvairada, senão a completa bancarrota dos seus princípios superiores esmagados perante o esquife da justiça, apunhalada pelo egoísmo feroz, nos delírios da vaidade e da rapina?

            Na orgulhosa presunção da sua trágica cegueira, o homem rejeitou a direção de Jesus chafurdando-se no mar das experiências dolorosas do desvario e dos crimes. Agora, num crepúsculo agoniado de jornada, treme assustadiço ante os densos novelos de fumaça que sobem do monturo letal dos próprios erros!

            Armados até os dentes, espreitam-se os povos, numa estranha dança de malabarismos fatídicos, temendo pela própria sorte! As máquinas de obstrução criadas pelo homem ameaçam-lhe a própria subsistência e a dura necessidade de paz não consegue suplantar a fantástica miragem da luta de extermínio!            

            Eis o salário da rebeldia humana! Eis o altíssimo preço da ambição!

            A tormenta desabará. A Justiça Divina que dá a cada qual segundo as suas obras, não susterá o automatismo da lei de causa e efeito que o Espiritismo tão bem define e prega. A sementeira de maldades e ignomínias rebentará num oceano de frutos amargurosos de prantos e de dores, e o homem aprenderá, por fim, que o Evangelho do Senhor não é um conto de fadas, mas uma Lei de Vida que ninguém pode violar sem funestas consequências.

            Então, raiará para a Terra um Novo Dia. As lições maravilhosas de Jesus, vivificadas e restabelecidas em sua pureza original pela 3ª Revelação, regerão as manifestações do sentimento enobrecido nas forjas da amargura. Uma Nova Aurora despontará, fecunda, para este orbe triste e malsinado, e a aleluia de há dois mil anos ressoará mais vívida e mais clara, nas quebradas dos nossos alcantis.

            O Espírito do Bem reinará na alma dos homens!

            Cristo vencerá!



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