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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

5. 'As Vidas Sucessivas'



5

‘As Vidas
Sucessivas’

por  Adauto de Oliveira Serra

 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira

1943


OUTROS TESTEMUNHOS


            M. Laurent, professor da Universidade de Gand, em sua "Philosophie Chrétienne", diz que nós próprios fazemos o nosso destino; que as existências sucessivas constituem as oportunidades que a justiça divina oferece ao homem para premiar as suas virtudes e reparar as faltas cometidas.

            Continua ainda Laurent dizendo que na pluralidade das existências, a lei do progresso obriga o desenvolvimento do bem e a diminuição do mal. e que a vida 'atual é continuação da anterior, como a futura será o prolongamento da atual.

            Desse princípio ressalta a mais bela das leis morais: - a de causa e efeito. É a lei divina por excelência, iniludível, que a todos obriga o cumprimento formal de seus deveres.

            Façamos o bem porque receberemos, não uma recompensa hipotética, ou um paraíso imaginário, mas os benéficos reflexos da boa ação praticada. Evitemos o mal, não com medo de tormentos eternos; mas para a sua influência perniciosa não possa perturbar nossa marcha evolutiva.

            Victor Hugo pergunta, com razão, a cerca do esquecimento das vidas anteriores: "Se nós não nos recordamos de mil e uma cenas da vida presente, como pretender guardar as recordações dos séculos passados?"

            E diz mais, na certeza absoluta da imortalidade da alma e na convicção inabalável de sua existência futura: "Quando me deitar no túmulo, não direi como tantos outros: terminei minha viagem. Não; o túmulo não é um "in-pace" (Requiescant in pace (no plural) = Repouse em paz ou Repousem em paz) , é uma avenida; ela se fecha sobre o crepúsculo, ela volta a abrir sobre a aurora!"

            Como se não bastassem já os testemunhos de sábios -como De Rochas, Delanne, Lancelin, Regnault, F. Remo e outros, as provas racionais, morais e experimentais sobre a reencarnação, abundam inúmeras outras, todas convergindo para a demonstração do princípio reencarcionista.

            Quem poderá negar o conhecimento inato? Quem poderá explicar as precocidades? Quem poderá duvidar que filhos dos mesmos pais, têm costumes, inclinações, gênios, aptidões diferentes e muitas e muitas  vezes opostas?

            Mozart aos 5 anos compôs uma sinfonia e aos 11 duas óperas; Beethoven aos 10 já era exímio musicista; Meyerbeer aos 6 dava concertos admiráveis e Paganini, aos 9 anos apenas, deu um concerto público em Gênova!

            Líszt aos 9 anos executava trechos de grandes autores e compunha óperas aos 14 anos; a lista dos artistas inatos prossegue: HaendeI, Schubert, Rubinstein, Sarasate, Saint-Saens e o pequeno Pepito Ariola que em 1900, em Paris, com 3 anos e meio de idade, sem conhecer música, tocou e improvisou ao piano, árias admiráveis.

            Leibnitz aos 8 anos sabia latim, que aprendeu sozinho; e aos 12 conhecia o grego; Stuart Mill aos 10 anos falava corretamente o grego e o latim; Young aos 8 já conhecia 6 línguas e Macauley escreveu um compêndio de Historia UniversaI, com 8 anos de idade, apenas!

            William Sidis aos 10 anos era notável geometra, tendo realizado importante conferência sobre a quarta dimensão. Pascal aos 14 anos conseguiu, sozinho, descobrir as primeiras 31 proposições de Euclides, e aos 16 surpreendeu os sábios com o seu "Tratado de seções cônícas".

            Gauss aos 3 anos resolvia qualquer problema de aritmética e Hamilton foi considerado um dos maiores matemáticos do seu tempo, quando tinha 18 anos de idade.    

            Todos nós sabemos que o gênio não se transmite, pois ainda não tivemos um Pascal II, um Rui Barbosa nÚmero 2 ou um segundo Paganini.

            "É interessante", diz Garbedian em "O Romance da Ciência", pág. 122, "observar que a biologia moderna demonstrou, ao contrário do que acreditavam autoridades mais antigas. como Galton, que o talento não é definitivamente hereditário."

            Páraclos e Xântipos foram dois cretinos filhos do grande Péricles: Cômodo  ,o sanguinário - era filho de Marco Aurélio; CIínias - o perverso - era filho de Arístipo.

            E para mostrar que as grandes rodas que movem o engenho da mundo têm origem modesta", bastaria lembrar-nos de Copérnico, filho de padeiro; de Kepler, filho de taverneira; de Newton e Laplace, descendentes de broncos camponeses; Giotto era um simples pastor, que impressionou Cimabue com as suas artísticas pinturas! D'Alembert foi um enjeitado, encontrado à porta de uma igreja; Humphry Davy foi lavador de vidros de uma farmácia; Paraday simples operário, e Franklin ajudante de Impressor.

            Não são, pois, nem as condições nem as origens que favorecem os gênios.

            Explicando-se esses fatos pela graça especial ou pela predestinação, da Igreja Católica. cairemos no ridículo de julgar Deus injusto e parcial, a favorecer em abundância um determinado número de filhos e roubando a quase totalidade as fatores inatos que conduzem à glória ao triunfo!

            O Espiritismo demonstra que as meninas prodígios bem como os gênios, são Espíritos já evoluídos em existências anteriores, vindos à Terra pela última vez e passando a outros mundos mais adiantados, de acordo com a evolução que alcançaram.

            Eis porque, diz a Dr. Geley: "Cada encarnação é uma análise e cada desencarnação, uma síntese."




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