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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

07 Estudar e ... Estudar


07  Estudar e... Estuda
por J D Innocêncio

“Reformador” (FEB)  -   Setembro de 1981

"Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão,
em todas as épocas da Humanidade."
Allan Kardec

            Emmanuel, através da psicografia de diversos médiuns, em especial de Francisco Cândido Xavier, tem trazido à Humanidade muito esclarecimento e muito alento.

            Quem não conhece os romances históricos: "Há 2000 anos ... ", "50 Anos Depois", "Ave, Cristo!" e "Paulo e Estêvão"? As interpretações evangélicas constantes das obras: "Caminho, Verdade e Vida" "Pão Nosso" "Vinha de Luz" e "Fonte Viva"'? Os livros que ajudam o estudo das obras básicas: "Religião dos Espíritos" ("O Livro dos Espíritos"), "Seara dos Médiuns" ("O Livro dos Médiuns"), "O Espírito da Verdade" ("O Evangelho segundo o Espiritismo") e "Justiça Divina" ("O Céu e o Inferno")?

            E a obra "O Consolador"? Dividida em três partes, ou seja, os três aspectos da Doutrina Espírita: Ciência, Filosofia e Religião. "Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais", diz Emmanuel em resposta à pergunta que lhe fora feita: "( ... ) qual desses aspectos é o maior?" E acrescenta: "A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual."

            Na 3ª parte, Religião, da obra enfocada, encontramos três quesitos que, pela sua importância e atentos à autoridade do autor, transcrevemos integralmente.

            "Os Espíritos elevados, como os profetas antigos, devem ser considerados como anjos ou como Espíritos eleitos?

            - Como missionários do Senhor, junto à esfera de atividade propriamente material,  os profetas antigos eram também dos "chamados" à luminosa sementeira.

            Para a nossa compreensão, a palavra "anjo", neste passo, deve designar somente as entidades que já se elevaram ao plano superior plenamente redimidas, onde são "escolhidas" na tarefa sagrada dAquele cujas palavras não passarão. O Eleito, porém, é aquele que se elevou para Deus em linha reta, sem as quedas que nos são comuns, sendo justo afirmar que o orbe terrestre só viu um eleito, que é Jesus Cristo. (Destaques nossos.)

            A compreensão do homem, todavia, em se tratando de angelitude, generalizou a definição, estendendo-a a todas as almas virtuosas e boas, nos bastidores da sua literatura" ( ... ). (FEB) 8ª edição, 1980, págs. 164/5.)

            "Com referência a Jesus, como interpretar o sentido das palavras de João: - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade”?

            - Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual na direção das coletividades terrícolas. (Destaques nossos.)

            Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito.

            Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes, dando ensejo às palavras do apóstolo acima referidas." (Obra citada) pág. 168.)

            "Numerosos discípulos do Evangelho consideram que o sacrifício do Gólgota não teria sido completo sem o máximo de dor material para o Mestre Divino. Como conceituar essa suposição em face da intensidade do sofrimento moral que a cruz lhe terá oferecido?

            - A dor material é um fenômeno como o dos fogos de artifício, em face dos legítimos valores espirituais. (Destaques nossos.)

            Homens do mundo, que morreram por uma idéia, muitas vezes não chegaram a experimentar a dor física, sentindo apenas a amargura da incompreensão do seu ideal.

            Imaginai, pois, o Cristo, que se sacrificou pela Humanidade inteira, e chegareis a contemplá--Lo na imensidão da sua dor espiritual, augusta e indefinível para a nossa apreciação restrita e singela. (Destaques nossos.)

            De modo algum poderíamos fazer um estudo psicológico de Jesus} estabelecendo dados comparativos entre o Senhor e o homem.

            Em sua exemplificação divina, faz-se mister considerar, antes de tudo, o seu amor, a sua humildade, a sua renúncia por toda a Humanidade.

            Examinados esses fatores, a dor material teria significação especial para que a obra cristã ficasse consagrada? A dor espiritual, grande demais para ser compreendida, não constituiu o ponto essencial da sua perfeita renúncia pelos homens? (Destaques nossos.)

            Nesse particular, contudo, as criaturas humanas prosseguirão discutindo, como as crianças  que somente admitem as realidades da vida de um adulto, quando se lhes fornece o conhecimento tomando para imagens o cabedal imediato dos seus brinquedos» (Obra citada) págs. 169/170.)

            É, ainda, de Emmanuel ("Pelo Evangelho", psicografia de Francisco Cândido Xavier, em 28 de outubro de 1936, contida na obra "Vida de Jesus", de Antônio Lima, edição de 1979, da FEB, às págs. 16/17) o que, a seguir, transcrevemos:

            "Os homens devem saber que o Missionário Divino não viveu a mesma lama de suas existências de inquietações e de amarguras (destaques nossos), mas, para que discutirmos semelhantes assuntos, tão profundos e tão delicados na sua essência íntima, se mesmo nos Espaços, vizinhos da Terra, onde me encontro, sobram as polêmicas e as vacilações dos Espíritos?”
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            Cada qual, à maneira de Antônio Lima, poderá trazer o fruto de suas meditações e de seus estudos para a grande oficina da Fé. Fora ridículo proibir-se a elucidação. O que será de evitar-se, zelosamente, é a azedia da polêmica."  (Destaques nossos.)

            Encerramos, o presente artigo, relembrando a recomendação do Espírito de Verdade, dada em Paris, 1860 ("O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. VI, item 5):

            “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo."

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