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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Enterrar os mortos


Enterrar
os Mortos

8,21   Outra vez, um dos discípulos lhe disse: - Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai    
8,22   Jesus, porém, lhe respondeu: “Segue-me e deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.”

            Para Mt (8,21-22) -Enterrar os Mortos-, busquemos o  Cap. XXIII de  “O Evangelho...”, de A. Kardec:

            “Essas palavras encerram um sentido profundo que só um conhecimento mais completo da vida espiritual poderia fazer compreender.

            A vida espiritual, com efeito, é a verdadeira vida; é a vida normal do Espírito; sua existência terrestre não é senão transitória e passageira; é uma espécie de morte comparada ao esplendor e à atividade da vida espiritual. O corpo não é senão uma veste grosseira que reveste momentaneamente o Espírito, verdadeira cadeia que prende à gleba da Terra, e da qual se sente feliz de estar livre. O respeito que se tem pelos mortos não se prende à matéria mas, pela lembrança, ao Espírito ausente; é análogo aquele que se tem pelos objetos que lhe pertenceram, que tocou, e que aqueles que o amam guardam como relíquias.

            É o que esse homem não poderia compreender por si mesmo;  Jesus lho ensina, dizendo: Não vos inquieteis com o corpo, mas pensai antes no Espírito; ide ensinar o reino de Deus; ide dizer aos homens que sua pátria não está na Terra, mas no céu, porque lá somente está a verdadeira vida.”
             

            Para  Mt  (8,22) -Acorda e ajuda - leiamos “Fonte Viva” de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Jesus  não recomendou ao aprendiz deixasse “aos cadáveres o cuidado de enterrar os cadáveres” e sim “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.”

            Há, em verdade, grande diferença.

            O cadáver é carne sem vida, enquanto que um morto é alguém que se ausenta da vida.

            Há muita gente que perambula nas sombras da morte sem morrer. Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria mente, cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a experiência comum.

            Mergulham-se em sepulcros de ouro, de vício, de amargura e ilusão. Se vitimados pela tentação da riqueza, moram em túmulos de cifrões; se derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de sombra; se prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral, e, se atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos, residem sob as lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.

            Aprende a participar da luta coletiva.

            Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.

            Não  te  galvanizes  na  esfera  do  próprio  “eu.” Desperta e vive com todos, por todos e para todos, porque ninguém respira tão somente para si.

            Em qualquer parte do Universo, somos usufrutuários do esforço e do sacrifício de milhões de existências.

            Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito que os outros fazem por nós.

            Recordemos, desse modo, o ensinamento do Cristo.

            Se encontrares algum cadáver, dá-lhe a bênção da sepultura, na relação das tuas obras de caridade, mas, em se tratando da jornada espiritual, deixa sempre “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”.”


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