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sábado, 3 de dezembro de 2011

02 Pot-Pourri Internacional


Parte de artigo publicado sob mesmo título em ‘Reformador’ (FEB) em Dezembro 1972.

‘Pot-Pourri’ Internacional
por Luciano dos Anjos


                A igualdade dos sexos vem provocando acirradas controvérsias nos círculos religiosos. No grupo católico, enquanto as Igrejas Ortodoxas Orientais permanecem aferradas à tradição da hegemonia masculina, no Ocidente verificam-se transformações graduais. O tema dos direitos femininos foi levantado, surpreendentemente, durante o último Sínodo Internacional dos Bispos, e uma comissão chegou a ser formada a fim de estudar o papel da mulher na sociedade e na igreja. A maioria das seitas protestantes já per
mite a ordenação de mulheres. Os anglicanos são os mais intransigentes, mas o Bispo de Hong-Kong ordenou, há pouco tempo, duas mulheres. Entre os israelitas, as mudanças mais sensíveis ocorrem no movimento de Reforma: em maio último, este grupo ordenou, nos Estados Unidos, a sua primeira mulher rabino.

                Justifica-se, comumente, o impedimento da ordenação de mulheres com o argumento de que se trata duma prática antibíblica. Os lideres de todos os credos religiosos, porém, estão convencidos de que os motivos que impedem a maior ordenação de mulheres são provocados por injunções culturais.
Estes comentários, aqui expostos resumidamente, são de Edward B. Fiske, divulgados no "The New York Times". Note-se como a deformação religiosa conduz a encruzilhadas pitorescas. Aí estão os lideres de alguns grupos a raciocinarem, à luz da Bíblia, em torno da conveniência de ordenar mulheres. E cada vez se complicarão mais. Criaram hiper sofisticados esquemas organizacionais para as suas religiões. E aí está o resultado. Agora estão aflitos com os múltiplos problemas dos efeitos. Nem sequer percebem mais que a solução está nas causas. É tão simples: acabe-se, pura e simplesmente, com as ordenações. Afinal, que é que elas valem?

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