Pesquisar este blog

domingo, 19 de julho de 2015

Conquistas Transitórias



       “É indispensável manter o Espiritismo qual foi entregue pelos mensageiros divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.”

Conquistas Transitórias
Bezerra
  por Chico Xavier

Reformador (FEB) Dezembro 1970

Motes da Vida



“Um sábio lançou na Terra
Este rifão lapidar:
Quem enxuga o pranto alheio
Não tem tempo de chorar.”



Motes da Vida (parte)
Silva Lobato
por  Chico Xavier

Reformador (FEB) Julho 1970

sábado, 18 de julho de 2015

O Cooperador

                Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia.

            Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.

            Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.

            Se usado, à feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.

            Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.

            Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.

            Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.

            Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.

            Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.

            Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida.

            Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.

O Cooperador
Emmanuel
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Julho 1970

terça-feira, 14 de julho de 2015

Vergonha de ser bom

            Caridade é amor ao semelhante.

            Ofertando-nos aos que sofrem; doando-nos aos que se torturam nas tramas de sua existência; renunciando para que, sob o calor Divino, se redimam os companheiros amargurados de nossa caminhada - estaremos acendendo em nós mesmos, no imo de nossa alma, os primeiros clarões de nossa verdadeira natureza espiritual.

            Piedade é caridade para com nós mesmos.

            Liberando de nossa alma a ternura; exercitando a delicadeza de trato para com todas as criaturas, das mais próximas às mais afastadas; emocionando-nos até às lágrimas, com as dores de nossos semelhantes - a piedade se instalará em nós, quais tímidas violetas que recobrem o solo áspero e que perfumam os pés que as esmagam.

            Jesus é bússola de nossa vida.

            Seguir-lhe o norte do Evangelho, palmilhando na direção do mais Alto, levar-nos-á a vencer conceitos usuais que recolhemos no mercado de ideias que frequentamos desde a infância:

            - Um homem não chora!

            - Olvidemos a dor que não é a nossa, a fim de não nos enredarmos nos torvelinhos alheios.

            - Cada um por si...

            Reconstruamos a existência sob o pálio da piedade Espírita-cristã. Sem essa elevação da alma - essa prece viva que é a piedade - seremos tão só um cérebro ilustrado com o conhecimento superficial de Leis Naturais ou um coração que aspira, palpita, pulsa, mas não vibra na frequência de uma visão alta e panorâmica da Vida.

            Vivamos no mundo.

            Não nos rendamos, porém, às injunções das Sombras, amodorrando-nos a antigos e viciosos chavões de superioridade em face de nosso semelhante, exprimindo-nos pelo dicionário do egoísmo e do orgulho.

            Não sintamos, jamais, vergonha do ato bom.

            Não refreemos a ternura.

            Jamais nos distanciemos da oportunidade de radiar de nós, com intensidade, o sublime sentimento de piedade, porque o mundo precisa de corações degelados, a fim de que a sede dos sentimentos revele transformações para melhor.

            Que a dor do próximo nos comova, sem que aguardemos as grandes calamidades públicas para expressar nossos sentimentos. Há sempre alguém tão perto de nós, olvidado por todos, incompreendido por ele próprio, com sede, muita sede de fraternidade cristã.

            Esse alguém é o norte que Jesus aponta.

Vergonha de ser bom
Roque Jacintho

Reformador (FEB) Maio 1970

Amor a Deus

Respondendo à interpelação dos que o queriam confundir, asseverou Jesus, o Mestre por excelência, que devemos “amar a Deus de todo o nosso entendimento.”

            Somente com o luminoso advento do Espiritismo começamos a entender, realmente, as palavras do Mestre.

            Descortinando novos horizontes, mais amplos e sugestivos, para a segura interpretação do pensamento evangélico, a Doutrina dos Espíritos ensina que Deus, Supremo Criador, está em toda a parte. Que todos os seres e todas as coisas têm vida espiritual, ou psíquica, ou anímica, embora rudimentar, assinalando o começo da evolução. A marcha para o reencontro com o Pai.

            Francisco de Assis - “uma espécie de estrela d'alva da Renascença”, como o descrevem alguns biógrafos, não feria nem uma pedra, nem uma planta, nem um animal, porque, assim dizia ele, o animal, a planta e a própria pedra teriam, como efetivamente têm, alma. E sendo essa alma criada por Deus, não lhe seria lícito, por sua extrema sensibilidade, maltratar uma obra divina.

            O Espiritismo aceita, inteiramente, a tese orientalista de que “a alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem.”

            Em toda a Natureza, vemos a Inteligência Suprema, que nos compete amar pelo entendimento, porque Deus é onipresente.

            As florestas são obra divina.

            Nos troncos enormes e nas galharias frondosas, no fruto delicioso e no perfeito desenho da flor, o princípio anímico, que mais tarde se tornará alma consciente, realiza valiosas experiências, necessárias ao seu grande futuro.

            Os oceanos são obra divina.

            A sabedoria do Pai está no incessante fluxo e refluxo das ondas, nas correntes marinhas que sobem e descem.

            Através dos mares, que são caminhos de Deus, os homens se aproximam.

            Intercambiam ideias.

            Comerciam.

            Constroem a prosperidade.

            Desenvolvem a cultura.

            Expandem o bem.

            Conhecendo a Deus, e amando-o pelo entendimento, utilizará o homem Sua obra em favor do progresso e da felicidade.

            Dos oceanos vêm, ainda, elementos curativos indispensáveis à saúde física e espiritual, em conhecidos processos de reequilíbrio perispiritual.

            Os mundos são obra divina.

            Nos espaços infinitos a mecânica celeste mantém o maravilhoso desfile dos astros, o fabuloso cortejo dos milhões de orbes, girando sem cessar girando, cada um deles dentro de sua própria órbita, matemática e infalivelmente delimitada.

            Nesse movimento sublime, estonteantemente belo, estão a Sabedoria e o Amor de Deus na sustentação das moradas a que se refere Jesus, seu Dileto Filho e nosso Irmão Maior - “Há muitas moradas na Casa do meu Pai” onde os Espíritos evoluem pelo conhecimento e pela virtude.

            Os Espíritas procuramos entender e amar a Deus porque a Ele devem as humanidades o tesouro da Vida.

            De Deus, através de suas augustas manifestações, recebemos tudo quanto necessitamos para alcançar a Luz.

            Procuramos amar a Deus pelo sentimento, na sincera e profunda religiosidade que supera as nossas deficiências.

            Buscamos, igualmente, amá-lo pelas vias do entendimento superior, no raciocínio sublimado pela fé, que nos leva aos nobres caminhos da Ciência, através da pesquisa edificante, em que pesem aos andrajos de nossa incultura.

            As exclamações dos astronautas americanos, ao descortinarem nesgas do Universo, revelam ser possível amar a Deus pelo conhecimento científico, desde que tenhamos, lastreando a cultura, a religiosidade autêntica, que se não manifesta no fanatismo obscurecente.

            As palavras de Jesus, esclarecendo o malicioso intérprete da Lei Antiga, foram, como não podia deixar de ser, exatas, perfeitas: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem a lei e os profetas.”

Amor a Deus
J. Martins Peralva  

Reformador (FEB) Maio 1970

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Tendes por templo o universo



            Torna-se deveras necessária uma explicação mais extensa e satisfatória em torno da produção de Léon Denis.

            Filósofo dos mais profundos, mestre do pensamento esclarecido e dono da palavra  sadiamente empolgada, não se pode dirigir a obra do escritor a determinadas faixas etárias, uma vez que  tem a caracterizá-la a universalidade de ensinos; ela não se acha adstrita a particularismos grupais.

            Mas, como nos dizem os Espíritos amigos, "a verdade está na síntese" - assertiva essa já proclamada a viva voz por grande número de filósofos. Por isso mesmo, o perigo de distorção da produção de Denis está exatamente na interpretação que mentes imaturas lhe podem dar.

            Já de imediato, como entender a unidade de problemas suscitada pelo filósofo quando, a páginas 54 do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", edição de 1961, colocamo-nos face a face com a seguinte asserção:

            "O primeiro problema que se apresenta ao pensamento é o próprio pensamento", ou seja, "o primeiro problema que se apresenta ao ser pensante é o próprio pensamento." E, mais adiante: "O problema do ser e o problema da alma fundem-se num só." Vamos, como pensadores evangelizados, dissecar a peça anatômica que se apresenta à nossa frente.

            Inicialmente, o que é a UNIDADE, ou a UNICIDADE suscitada por Denis? Certamente, se pusermos em movimento toda a nossa capacidade de compreensão, entenderemos a Unidade como uma interligação mental, e portanto, interior, com reflexos na vida exterior, isto é, na vida de relação, e não uma vinculação interna totalmente desmembrada do exterior.

            No entanto, como dissemos, nem sempre é fácil interpretar o pensamento de Denis. O seu vocabulário riquíssimo e belo esconde uma profundidade e complexidade (esta, em relação ao nosso parco entendimento) plenamente justificáveis face à amplitude da visão espiritual do filósofo.

            Assim é que boa parte da juventude entende Denis como um grande "reacionário", ou um socialista extremado, dentre outros qualificativos, como o de pessimista no que toca aos destinos da sociedade terrena. Um segundo Nietzche, enfim.

            A maioria, após a leitura (não o estudo) de suas obras, enterra-se em um castelo de sólidas rochas, reagindo egoisticamente no que concerne aos problemas do mundo - que também são dela - e adota a filosofia do protesto pela não intervenção no campo prático da coletividade.

            Refutam usos e costumes; atacam maciçamente o arcabouço que lhes foi legado ou que por eles foi herdado, esquecendo-se de que "renovar não é destruir" (André Luiz, "Agenda Cristã", FEB, psicografia de Chico Xavier) e de que o marasmo não cria. Com tal proceder, fatalmente surge a piora de uma situação que podemos classificar como negra, acionando os mecanismos da Lei de retorno, gerando o verdadeiro caos social. Cultiva-se, de tal modo, a desordem mental, que os Espíritos amigos sempre condenaram, condenam e condenarão com veemência. E muitos, meus amigos... muitos justificam suas posições irrefletidas neste ou naquele volume de Léon Denis!..

            E, o que é pior, muita gente dentro da própria Doutrina Espírita procura combater a orientação segura do Alto, resguardando-se no socialismo, no não conformismo e em tantos outros "ismos", "que Léon Denis proclamou no livro tal, à página tal", ou, então, "com base no que ele afirmou na mensagem que o médium Y recebeu no Centro Z".

            Por aí se compreende que uma pequena frase de uma simples página, de um só livro do grande batalhador espírita é o bastante para abarcar uma série de problemas que se apresentam jungidos uns aos outros, formando uma unidade, e que existirão ainda por muito tempo. Além disso, esquecem-se os arautos desses "ismos" de que o nosso mundo ainda precisa depurar-se. A maioria dos espíritos que aqui reencarnam trazem profundos débitos de vidas pregressas, que se manifestam sob a forma de expiação e de prova por encarnações inteiras. De tal modo, o entrelaçamento de fios vinculatórios de uma causa às demais exterioriza-se como uma verdadeira teia, onde a aranha venenosa (o embotamento total do homem pela própria culpa) é suprema dominadora.


            Denis mostra claramente - muito embora, repetimos, não seja um Nietzche - que essa realidade dominadora se projeta a terrenos afastados, ameaçando minar toda uma estrutura cristã. E um dos campos mais propícios às suas sinistras investidas é o dos jovens, esclarece-nos.

            "Nos meios universitários, reina ainda a mais completa incerteza sobre a solução dos mais importantes problemas com que o homem jamais se defrontou em suas passagens pela Terra."

            Aqui ressurge a mencionada unidade, como produto mesmo da própria natureza gregária do Homem. A juventude não deve e não pode passar à crisálida do insulamento, alegando um choque de gerações e, suas desilusões, gerando a descrença e, consequentemente, o medo. Tudo isto nos esclarece Léon Denis.

            Ainda em "O problema do Ser, do Destino e da Dor", Denis enfoca, à plena luz de sua compreensão, o problema do jovem no mundo moderno, aludindo inclusive à obra de Carl du Prel, "La Mort et l'au delà", onde, a páginas 7, o conhecido mestre nos diz que a Filosofia não auxiliava a resolver o problema da mortalidade
que afligia a idade adulta e, ainda mais, os jovens.

            Fruto de uma visão falha, que não prepara a juventude para a vida, embasava-se ela no Naturalismo de um Hegel, no Positivismo de um Auguste Comte ou, o que é pior, no Materialismo de um Stuart Mill, tudo isso na busca de um ideal "incerto" e "flutuante". Denis nos mostra, com uma clareza meridiana, que a descrença gera o medo, que embota toda e qualquer perspectiva mais ampla, mais acalentadora. Esta é, aliás, a tônica da obra de Denis. O pessimismo e o fanatismo contribuem ainda mais para a descrença na Força Maior que dirige o Universo inteiro, chegando-se ao ápice da negação com a frase, ou melhor, a sentença "Deus está morto", com o que Nietzche consubstanciou a sua posição de negador de si mesmo, porque nenhum homem que negue a Deus pode reconhecer-se a si próprio.

            Raoul Pictet, que Denis também cita com frequência, afirma que "o desânimo precoce e o pessimismo dissolvente são ameaças terríveis para o futuro".

            A mocidade, cultuando, quer o êxito e a riqueza, quer o protesto contra o estabelecido de há muito - que lentamente irá mudando -, não atingiu ainda a posição de síntese que nos é apresentada pela Espiritualidade Maior. Em ambas as posições configura-se a descrença na Providência Maior e nas próprias forças que ela nos outorga. Cultua-se o acaso e a influência de condições primárias, em que a vontade não intervém, conforme nos elucida Raoul Pictet em sua obra "Étude Critique du Matérialisme et du Spiritisme par Ia Physique Expérimentale".

            Ressalte-se ainda uma posição muito em voga, adotada por criaturas de todas as idades, segundo a qual a existência deve ser considerada como mero caso fortuito,
produto, tanto ela quanto o Universo, de uma gigantesca explosão que teria lançado
os corpos celestes em movimento de rotação em torno de um centro, que para o nosso sistema planetário seria o Sol. Parece-nos, sem dúvida, ter havido semelhante explosão, mas... perguntaríamos se se poderia prescindir de um motor inicial que movimentasse os corpos e provocasse a própria explosão. Mais uma vez, vamos beber ensinamentos na opulenta obra de Denis, que nos informa que o choque interatômico das moléculas que, segundo Kant, teria ocasionado a movimentação é totalmente improcedente, uma vez que a energia desprendida por tal explosão é igual em todos os sentidos, o que, como facilmente se depreende, não estaria em condições de gerar movimento. Além disso, vamos lembrar a resposta de Albert Einstein, quando inquirido sobre o acaso:

            - "Não creio no acaso porque igualmente não creio que Deus pudesse jogar
dados com o Universo."

            Seria necessário mais algum depoimento?

            Naturalmente, alguém há de alegar que Einstein estaria fora de suas faculdades quando assim disse. Quanto a estes, deixemos que novas luzes se façam para eles.

            Tal é a situação de grande parte dos moços na atual vida terrena... e talvez ainda o seja por muitas encarnações. Descrentes de si mesmos, tudo negam, tudo rebatem e atacam; não percebem, entretanto, que, ao negar a Deus, negam-se a si mesmos e a toda a humanidade, à Natureza, enfim, à própria vida de que somos o exemplo mais gritante, uma vez que já estamos investidos do livre arbítrio e, conseguintemente, já nos encontramos raciocinando.

            Se a essência espiritual veio do reino mineral, passou pelo vegetal, animal... se
no vegetal só possuía sensação e no animal adquiriu instinto... do mesmo modo, no estágio humano conscientizou-se de uma liberdade maior, muito embora a igualdade perante Deus imponha determinadas restrições, em benefício da própria harmonia universal. É essa harmonia que os jovens negam, isolando-se em castas e em seitas utópicas, onde podem viver plenamente as ilusões do clima em que gravitam... ilusões das quais não são os exclusivos culpados, uma vez que, indubitavelmente, o meio influencia aqueles que ainda não se encontram embasados no Santo Evangelho do Cristo de Deus!

            Não obstante, conforme nos diz Léon Denis, "as potências da alma são inúmeras e somente esperam o alarma vitorioso para que entrem em funcionamento, criando, modificando e extinguindo situações", tudo para melhor.

            Por isso, os Espíritos amigos não se cansam de nos aconselhar o estudo e o raciocínio. Denis assim também o faz.

            Antes de vermos em suas obras monumentais o socialista intransigente, entendamos seus propósitos primeiros. Como todo verdadeiro espírita, como o próprio Cristo o fez, Denis é socialista na medida em que acha que devemos dar a cada um pouco do que é nosso, principalmente nossos valores morais: nosso amor, nosso carinho, nossa compreensão, nosso alento e nosso discernimento.

            Não vamos, é imprescindível, misturar política com Doutrina Espírita! ... Se
compreendermos Denis, compreenderemos também que não podemos mudar o mundo, que não podemos destruir sem construir; que não nos achamos, mesmo, em condições para assim agir. Deixemos que o progresso se faça aos poucos. Não vamos simplesmente afirmar que Denis dá ao substantivo pobreza sempre e sempre o sentido material. "Entre nós sempre haverá pobres", diz-nos Antônio Luiz Sayão, a páginas 433 de seu "Elucidações Evangélicas".

            Haverá sempre a pobreza moral e, mesmo quando esta houver desaparecido, haverá sempre espíritos mais evoluídos que outros; assim sendo, sempre existirão os mais pobres. E, materialmente falando, o mesmo Sayão, a páginas 434 da mesma obra, nos diz: "O desaparecimento, a cessação completa da pobreza material, de maneira que cada um viva folgadamente do seu labor, será um sonho, enquanto a nossa depuração moral não nos houver suavizado as futuras expiações."

            Novamente perguntamos:

            Será necessário mais algum testemunho?

            Tudo isto que vimos dizendo, nesta exposição, traduz o pensamento de Léon Denis quanto aos problemas do mundo. A idade adulta, ele pede um pouco mais de paciência e compreensão; um pouco mais de esclarecimento e lealdade para com a juventude. A esta, ele pede um pouco mais de calma, de perseverança, de raciocínio, de entendimento das premissas maiores de espiritualização.

            Relembremos as palavras do filósofo:

            "As potências da alma são inúmeras e somente esperam o alarma vitorioso para que entrem em funcionamento, criando, modificando e extinguindo situações, tudo para melhor."

            Não são poucos os amigos da Espiritualidade Maior que se manifestam em apoio às palavras de Denis, com esclarecimentos que são da própria Doutrina Cristã.

            Bezerra de Menezes chama a atenção para a presença do Evangelho na vida de
cada um, inclusive como medida de levantamento das forças íntimas, de que Denis
tanto nos fala. Assim:

            "Sobrevém a queda, acarretando sérias consequências àquele que conhece as forças que traz em si e que cai, fragorosamente, esquecido do Evangelho."

            Do mesmo modo, externa-se o venerável Bittencourt Sampaio, lembrando ao homem que a lei é evolução e que o marasmo é o câncer da alma:

            Dentro das possibilidades de cada um, manifesta-se o manancial de forças espirituais.

            "Mesmo assim, nada obsta a que o esforço próprio venha acentuar a evolução,
desenvolvendo aos poucos a vista espiritual."

            Ainda Eurípedes Barsanulfo assevera:

            "Lutemos com todas as forças que nos são próprias e que dormitam em nosso imo, encaminhando-as para a ação paulatina e franca nas searas do Mestre."

            Mesmo ante todos estes testemunhos, corroboradores da mensagem de Léon Denis, há os que objetam que a tendência do Espírito é o que verdadeiramente atua, cerceando todos os esforços dirigidos a mais além. Concordamos em parte com semelhante tese. É bem verdade que as tendências espirituais são dominantes, não podendo ser imediatamente transformadas.

            Mas, relembramos novamente o filósofo do Espiritismo quando, dirigindo-se a todas as idades, fala da vontade, potência-chave da alma, que pode elevar, se assim o quisermos, bem como obrigar-nos ao estacionamento, se assim o desejarmos. "A vontade", assevera Denis, "é um meio para pormos em movimento as demais forças pelo uso persistente e tenaz desta faculdade soberana que nos há de permitir modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte." ("O Problema do Ser, do Destino e da Dor", pág. 305.)

            Ainda a esse propósito, manifestou-se com muita sabedoria o Espírito Ubaldo Ramalhete, relembrando com todo o seu carinho uma frase de Suffis Ferdousis, que se acha contida na obra de Denis e que bem expressa o descaso da humanidade pelos tesouros eternos do espírito:

            "Vós viveis no meio de armazéns cheios de riqueza e morreis de fome à porta."

            Como abrir essas portas do tesouro eterno? Como possibilitar a exteriorização da alma, rasgando o véu que encobre o firmamento de glórias sublimes?

            Não pelo ódio ou pelo rancor; muito menos pela inveja ou pelo prazer fútil. Mas, sim, diz-nos Léon Denis, "pelo amor e compreensão que alcançamos pela dor, essa revelação que a natureza guarda e contra a qual tanto nos debatemos". Mais adiante, visivelmente inspirado pelo Alto, prossegue: "Abri o vosso ser interno, abri as janelas da prisão da alma aos eflúvios da vida universal e, de súbito, essa prisão encher-se-á de claridade, de melodias... um mundo todo de luz penetrará vosso ser!"

            Frequentemente, escutamos as mais bizarras interpretações das assertivas de Denis. No entanto, os Espíritos amigos sempre nos lembram a paciência e a tolerância, como apanágio do verdadeiro espírita... E, relembrando o próprio Cristo, nunca tivemos notícia de que ele tenha abandonado a cruz ao meio do caminho para entrar em luta com a multidão. Cabe-nos apenas transmitir a mensagem de amor que a Espiritualidade Maior derrama sobre todos nós, relembrando sempre que o homem progride, malgrado as aparências ... que tudo isto é necessário à caminhada (Denis assim também o afirma). "A todo homem é dada a ventura da elevação espiritual. Esta é um progresso contínuo, ininterrupto, porque é essencialmente vida, ainda que a aparência seja de natureza contrária para nossos modestos sentidos." (Bittencourt Sampaio.)

            Para que todos entendam em espírito e em verdade a obra de Léon Denis, é apenas necessário que consigamos, pela vontade e pelo amor, dizer o "abre-te, Sésamo" que nos mostrará a mais intensa claridade do "entendimento com Jesus".

A Problemática
da juventude
na obra
de Léon Denis

Gilberto Campista Guarino
Reformador (FEB) Dezembro 1972



Marcus: 9-40, in dialogus


            Motes há, que, pela sua sutileza, sugerem particular cautela para serem feridos. Eles figuram no índex de alguns confrades e, cem olhos, como os do gigante Argos (da mitologia grega), os rebuscam nas publicações espíritas, a fim de serem imediatamente criticados, se chegam a ser abordados. Um caprichoso tabu faz com que se transformem em tema sacrílego, por isso conservados atrás de simplégadas (Da Mitologia - eram rochas móveis no Bósforo que impediam, com seus repentinos choques, que os barcos, passando por elas, atingissem as águas do Ponto.) que fecham a passagem ao articulista audaz, esmagado sistematicamente, sempre que pretende invadir o Ponto Euxino (O mar Negro era originalmente chamado de Ponto Euxino) em que são conservados. Abordá-Ios, portanto, é temeroso. Todo cuidado é pouco. Esse cuidado, todavia, pode ir, se se quiser, desde a fábula até a parábola, a paródia, ou o diálogo. Eis os recursos para se tratar de determinados motes, sem deixar em pânico alguns de nossos vigilantes leitores.

            Platão foi o gênio do diálogo e ninguém, entre os gregos, o excedeu. Luciano - meu xará dos idos do século 11 - foi o inventor do diálogo humorístico. Wieland imitou-o, conferindo à técnica os ancenúbios (sinônimo de nuance) da comicidade e da sátira. Erasmo de Roterdã fê-la famosa e inesquecível. Na Alemanha, comprouveram-se no diálogo as inteligências de Mendelssoln e Engel. Entre os italianos, notabilizaram-se Petrarca, Maquiavel, Gelli e Gozzi. Produziram também notáveis obras em diálogo os ingleses Berkeley, Hurd, Lyttelton e Addison. Mas foi da França que despontaram os maiores gênios, depois naturalmente das gloriosas expressões da Antiguidade: Pascal, Malebranche, Fénelon, Fontenelle, Montesquieu, Renan e esse incrível Voltaire!

            Emprestando-lhe necessária extensão filosófica, assim registra o tradicional “Grand Larousse”: “On comprendra l'importance philosophique du dialogue si l’on songe que Ia «dialectique», méthode de connaissance qui permet de s'élever à Ia contemplation de
l'absolu, n'est autre chose à l'origine que l'art de díaloguer”. (Entende-se a importância filosófica do diálogo, se considerarmos que a “dialética" - método de conhecimento que permite se eleve até à contemplação do absoluto, não é outra coisa que a origem da arte do diálogo – acataremos traduções melhores)

            Tenho pois todas as razões para escudar-me nessa parma (escudo romano) estilística, se me aventuro a reproduzir a intimidade de agradável dialogismo (figura de estilo que consiste em apresentar as ideias das personagens em forma de diálogo), a travar-se num anfiteatro qualquer da antiga Cencréia (cidade próxima a Corinto), onde Paulo raspou a cabeça por fidelidade doutrinária, ignorando que o Cristianismo iria acabar sendo um dia praticado dentro dos rigores da nova e nossa codificação kardequiana, sem vinho, sem jejum, sem batismo, sem lava-pés, etc. Acompanhemos portanto a conversação de Minos e Anaetes.

*

            - Meu bondoso Anaetes, que me dizes desse sincretismo estranho em que desejam os menos estudiosos enredar o Rivailismo, nosso movimento de salvação espiritual?

            - Referes-te certamente, Minos, às ideias extravagantes que emergem da plebe e que buscam imiscuir num só bloco a eles, espíritos incultos, ignaros e involuídos, conosco, da alta intelectualidade e de superiores noções da verdadeira iniciação...

            - Pois já viste tamanha estultícia?

            - Devo dizer-te, meu conspícuo confrade, que guardo comigo, sobre o tema, algumas preciosas reservas...

            - Mas como? Tu, Anaetes?! Não me deixes supor que perdeste o juízo! Cáspite!

            - Não é bem isso, Minos. Deixa que me confesse ao teu judicioso coração de irmão e compreenderás minhas preocupações.

            - Se isto te vale de consolo...

            - Pois bem. Fui noutro dia numa dessas reuniões e...

            - Tu?! “Pelo Cão!”

            - Escuta-me, por Deus, antes de me criticares a ação! Fui lá e verifiquei algumas
distorções dolorosas, como rituais, símbolos, cantochões, etc, Mas, - curioso - Espíritos havia que se manifestavam e, tanto quanto nós registramos em nossas tertúlias intelectivas, procuravam ali conduzir aquela gente à prática do Bem, à crença em Deus, ao conhecimento das leis fundamentais da nossa Pura Doutrina, tais como a reencarnação, a comunicação entre mortos e vivos, a pluralidade dos mundos habitados, etc.

            - Mas isto não basta, meu caro Anaetes!

            - Sim, porém o difícil me parece que está justamente nesse verbo: bastar. Afinal, que é que basta?

            - Ora, é claro que é preciso mais: é preciso ler os compêndios básicos e assimilar as lições dos tratadistas; é preciso livrar-se da superstição, dos rituais exóticos, das danças bárbaras, das crenças toscas, etc.

            - No entanto, como induzir criaturas que se encontram naquela faixa evolutiva a passarem para a nossa? Como é mesmo, meu caro Minos, aquele axioma da natureza que não dá saltos..?

            - Pelos nossos Guias! É fácil! Vamos até a esses locais e ali preguemos a alvinitente singeleza da Doutrina!

            - Meu bom amigo, não se me afigura assim tão fácil a solução. Conto-te mais um pedaço da minha incursão àquele érebo (sombra, escuridão profunda). Um medianeiro incorporado, vendo-me a um canto, chamou-me. Não tive como escapar e, embora, já bem vês, bastante a contragosto, postei-me à frente dele, depois que me obrigaram a tirar as sandálias. Aí, disse-me a entidade que se manifestava: “Pois é, meu irmão, com você posso falar normalmente, mas com eles aqui tenho de assumir outras personificações, senão acham que sou obsessor e nem me querem ouvir. Mandam-me logo embora e começam a rezar para eu melhorar”. Ou, então, acham que o meu intermediário está mistificando ou que a manifestação não passa de puro animismo. Não tem jeito, não, meu filho. Tenho mesmo de enrolar a língua e ir levando a coisa. Assim, pelo menos, me ouvem e eu posso habilmente ir conduzindo essa gente à prática do Bem”...

            - Ora vejam só...

            - Pois é o que te conto. Disse-me mais a tal entidade: que se ele cometesse a “ousadia” de dizer que a simbologia não vale nada, logo lhe chamariam inimigo da Luz e seriam até capazes de surrar o médium para por fim à “mistificação”.

            - Estou perplexo! Quase aterrado com tuas palavras. Porém, sei-as sinceras e, sendo tu quem as usa, não posso deixar de aceitá-las. Mas, convenhamos, pelo menos que se dê a isso tudo outro nome. Isso não é Rivailismo e não devemos sequer citá-los!

            - Aqui não te compreendo, meu leal Minos. Afinal, quando aportam nestas glebas cientistas estudiosos dos fenômenos psíquicos, logo te apressas em convidá-los à intimidade do nosso areópago para falarem às nossas hostes. Estes, no entanto, não menos do que aqueles, estão afastados da nossa ortodoxia, por princípios fundamentais. E não deveríamos também citar em nossos trabalhos e estudos doutrinários os nomes dos investigadores clássicos da fenomenologia rivailista, porque jamais foram ou se disseram rivailistas. Todavia, as pesquisas que fizeram não serão por acaso Rivailismo? E os médiuns profissionais das terras dos “goidels” (celtas) e dos “britanos” (britânicos?), que andarão fazendo por lá: Rivailismo ou materialismo? No mais, hás de convir comigo que em esferas altamente superiores estarão Espíritos ainda mais evoluídos do que nós e os quais certamente também já não compreendem e dispensam a música das materializações, a água da terapêutica fluídica, os nomes materialmente deixados sobre as mesas de trabalhos para efeito de socorro, ou mesmo o magnetismo da imposição das mãos. Será que lá em cima, nas culminâncias da evolução, também eles estarão querendo desligar-se completamente de nós, a dizerem que o que fazemos não é pureza doutrinária?

            - Anaetes! Tu me confundes!

            - Perdão, meu bom amigo. Acho que tu te confundes a ti mesmo.

            - Além de tudo, esqueces-te de que o termo Rivailismo foi criado especificamente para nomear a nossa Doutrina!

            - Para replicar-te não creio sequer necessária a “Arte de Glauco” (divindade marinha). Dás importância ao que não tem. Sabes muito bem que o termo “ectoplasma” é acadêmico, pertence à Biologia e foi criado para nomear a membrana que envolve o citoplasma. E daí? Nós por isso não poderemos usá-lo, emprestando-lhe acepção mais larga? Penso, meu estimado confrade, que esse termo “rivailismo” já não pertence exclusivamente a nós. Disse o Mestre, aliás, que rivailista é todo “aquele que crê nas manifestações dos Espíritos”. Ademais, também não poderíamos chamar-nos a nós mesmos “cristãos”, que longe, muito longe estamos de proceder rigorosamente como o Cristo doutrinou... Finalmente, peço-te que atentes para o seguinte: se só pudesse ser considerado “rivailista” quem segue severamente a Doutrina Rivailista, nem eu, nem tu, nem ninguém sê-lo-ia de verdade. E cristãos, por seu turno, só poderíamos contar algumas raríssimas exceções humanas.

            - É incrível! Porém de certo modo óbvio... Talvez tenhas alguma razão,  Anaetes. Qual deverá ser, então, nosso comportamento diante dessa gente?

            - Acima de tudo, entendê-la. Um dia compreenderão muitas coisas, como já compreendemos nós outros. A vida é uma escada, cujos degraus representam ciclos evolutivos e conquistáveis passo a passo. Lá entre aquela gente, como aqui entre nós, e como além de nossa evolução, está o Espírito. E onde estiver o Espírito está o Rivailismo. Há Espíritos que se ignoram como tais, quer no corpo, quer fora do corpo. Manifestam-se. Deixará de haver Rivailismo nessas manifestações? Não é a ignorância ou o conhecimento das coisas que dá existência à Revelação. Ela existe por si, como uma Verdade independente de tudo. Da mesma forma não nos importa se alguém crê ou não no Espírito: a verdade é que afirmaremos e demonstraremos sempre que esse alguém é um Espírito!

            - Teus argumentos têm lógica, Anaetes. Confesso-me perturbado.

            - Acalma-te, Minos... É preciso que te acalmes. Do contrário serão capazes de dizer que já não és mais rivailista, pelo simples fato de que já pensas como eu...

            - Apenas para terminarmos, resume para mim tua belíssima conceituação, Anaetes.

            - Que seja. Anota isto, Minos: tudo é Rivailismo; mas nem tudo é Doutrina Rivailista.

            E encerro aqui a reprodução do diálogo que ouvi em Cencreía, e cujo mote, por reproduzi-lo, certamente me levaria a ser esmagado entre as terríveis simplégadas, se Jáson não me houvesse confidenciado, em tempo, a mágica de Medéia, para que eu vencesse o dragão da intolerância ortodoxa... Praza aos céus que também eu tenha conseguido fixar para sempre o movimento daqueles rochedos, deixando doravante o mar aberto a todos, ainda que nele se tenha de entrar sob a proteção estilística do diálogo que Platão e outros imortalizaram...

“Marcus: 9-40, in dialogus”
por Luciano dos Anjos

Reformador (FEB) Abril 1971

Uma pequena mensagem




"Quem não preza compromissos
Cria a própria desventura;
A vida fornece à vida
A vida que se procura."


Lições da Estrada (trecho)
Gastão de Castro
por Chico Xavier

Reformador (FEB)  Junho 1970

Oremos

            Senhor!
           
            Não te pedimos isenção das provas necessárias, mas apelamos para tua misericórdia, a fim de que as nossas forças consigam superá-las. Não te rogamos a supressão dos problemas que nos afligem a estrada; no entanto, esperamos o apoio de teu amor, para que lhes confiramos a devida solução com base em nosso próprio esforço.

            Não te solicitamos o afastamento dos adversários que nos entravam o passo e obscurecem o caminho; todavia, contamos com o teu amparo de modo que aprendamos a acatá-los, aproveitando-lhes o concurso.

            Não te imploramos imunidades contra as desilusões que porventura nos firam, mas exoramos o teu auxílio a fim de que lhes aceitemos sem rebeldia a função edificante e libertadora.

            Não te suplicamos para que se nos livre o coração de penas e lágrimas; contudo, rogamos à tua benevolência para que venhamos a sobrestar-lhes o amargor, assimilando-lhes as lições!...
           
            Senhor, que saibamos agradecer a tua proteção e a tua bondade nas horas de alegria e de triunfo; entretanto, que nos dias de aflição e de fracasso, possamos sentir conosco a luz de tua vigilância e de tua bênção!...

Oremos
Emmanuel
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Setembro 1970