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quinta-feira, 19 de março de 2020

Cristianismo e Espiritismo





Cristianismo e Espiritismo
Túlio Tupinambá (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Julho 1957

            Os mais duros ataques desferidos contra o Cristianismo foram provados, não por este, mas pelo Catolicismo. Infelizmente, durante muitos anos não se fez a distinção entre um e outro. Hoje, já se procura observar a diferença fundamental entre o Cristianismo e o Catolicismo. Com a Codificação do Espiritismo, que permite a identificação do verdadeiro Cristianismo, em sua pureza primitiva, sem igrejas nem sacerdócio organizado, sem liturgia nem dogmas extravagantes, nem práticas tomadas do Paganismo.

            Jesus não pregou nenhuma religião organizada. O Catolicismo transigiu e buscou, para se adaptar aos ambientes em que desejava impor-se, assimilar velhos rituais. Substituiu os deuses do Paganismo por santos, mas conferiu a estes o mesmo poder que os antigos atribuíam àqueles... Não estamos inventando nada. A História nos conta isso, exibindo, fora do manto diáfano da fantasia, como diria Eça de Queiroz, a nudez crua da verdade. Se o leitor estudioso quiser enfronhar-se melhor no assunto, não terá mais a fazer do que ler “Cristianismo e Espiritismo”, de Léon Denis, e "O Cristianismo do Cristo e o dos seus vigários”, do Padre Alta. Este último livro, por seu título expressivo, estabelece desde logo uma separação: o Cristianismo do Cristo é o que Jesus pregou e pelo qual sofreu as humilhações do Gólgota; o que seus pretensos vigários pregam é completamente diverso, porque esses vigários não exemplificam os ensinamento do CrIsto e, empolgados pelo poder temporal, abandonaram há muito tempo o anseio pelo poder espiritual, decorrente da observância das lições evangélicas.

            A começar pela prática da tolerância, vemos como o Catolicismo fracassou redondamente. Seus corifeus suspiram, saudosos, pela Inquisição, anatematizam com ódio aqueles que não aceitam passivamente seu domínio, cobrem de apodos os que, indiferentes ao Catolicismo, buscam no Espiritismo o conforto espiritual, a elucidação doutrinária, o amparo evangélico e a esperança no porvir.  

            Conhecemos tudo o que a doutrina do Cristo encerra de sublime; sabemos que ela é, por excelência a doutrina do amor, a religião da piedade, da misericórdia, da fraternidade entre os homens. Mas a doutrina de Jesus é a que ensina a Igreja Romana? A palavra do Nazareno nos foi transmitida pura e sem mescla, e a interpretação que dela nos dá a Igreja é isenta de todo elemento estranho ou parasita” Estas perguntas se encontram na Introdução de “Cristianismo e Espiritismo”, de Léon Denis.

            Por seu turno, o Padre Alta, em “O Cristianismo do Cristo e o dos seus vigários”, afirma, no magnifico prefácio: "Este livro mostrará, através da formação sucessiva das Igrejas e dos dogmas eclesiásticos, a deformação progressiva da Religião do Cristo. Apelo para todos os espíritos que desejam a Religião do espírito, para todos os corações que sonham com a religião do coração, a fim de que se unam, acima de todos os sectarismos e  de todas as explorações, dentro do verdadeiro Cristianismo, o do Cristo, não o dos homens. Deus é luz! Deus é amor! Exalçar-se cada vez mais na luz e no amor é, pois, praticar a religião de Deus, o Cristianismo do Cristo.”

            Resumindo os ensinamentos de Jesus, vamos encontrar, então, em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, o que é imprescindível à preparação do homem de acordo com a sólida moral evangélica. “Esta obra é para uso de todos. Dela podem todos haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respectivo proceder. Aos espíritas oferece aplicações que lhes concernem de modo especial. Graças às relações estabelecidas doravante, permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta, porque cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a pô-la em prática, a conselho de seus guias espirituais. As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do Céu que vem esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.” (“O Evangelho segundo o Espiritismo” - Introdução.)

            O que o espírita ou o neo-espírita precisa fazer é estudar e transformar em um templo de paz e amor o próprio lar. Nada é mais propício à constituição de um ambiente feliz do que a compreensão dos ensinamentos de Jesus através do Espiritismo, porque o Espiritismo é o Cristianismo do Cristo, redivivo em sua forma simples e pura, tal como Jesus o pregou e o exemplificou. O homem não tem senão que se disciplinar evangelicamente para ser feliz. E essa oportunidade magnífica lhe é dada, sem igrejas, sacerdotes, liturgias, pelo Espiritismo que Allan Kardec codificou magistralmente.

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