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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Nossos irmãos materialistas



Nossos Irmãos Materialistas
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1974

            Eles, os nossos irmãos materialistas, sentem-se temporariamente desligados da fé. Não porque o desejem. Quase sempre observam-se empurrados para o frio da negação por acontecimentos aflitivos para cuja travessia não se prepararam devidamente.
            Foram condicionados, desde a juventude, por equívocos referentes à ilusória superioridade pessoal e, enquanto se lhes garante o ápice das energias físicas, não toleram as realidades do Espírito.
            Acham-se desafiados por enigmas da inteligência que aguardam a maturidade espiritual do mundo a fim de serem resolvidos sem os perigos da hegemonia e da guerra e, por não conseguirem soluções prematuras, se fazem pessoas ressentidas contra os poderes da Criação, que devem prevalecer sobre os nossos desejos.
            Asseveravam-se crentes na Sabedoria Divina, mas pretendiam comandar os desígnios da vida, caindo em ateísmo ao se reconhecerem desatendidos nas petições inadequadas que endereçavam ao Céu, nos momentos de crise, recusando o sofrimento e ignorando-lhe a função de bênção das leis do Universo, funcionando neles mesmos.
            Atenderam às sugestões inferiores inerentes à nossa própria natureza e, depois de se acomodarem com situações indébitas que lhes impuseram desconforto à consciência, declaram-se afastados da Paternidade Divina e afirmam que Deus não existe, já que não os preservou contra os amargosos resultados da culpa que deveriam ter evitado por si próprios.
            Confessavam-se criaturas de fé, no entanto admitiam a transferência das responsabilidades que lhes dizem respeito para os orientadores humanos a que se afeiçoavam, qual se pudéssemos responder uns pelos outros diante dos princípios que nos regem a existência, e, porque os orientadores humanos padecem as limitações características de nós todos - os Espíritos em evolução no planeta -, resvalaram no vazio deles próprios, quando esses mesmos instrutores lhe faltaram à vida.
            São almas sensíveis e afetuosas que as aflições pela perda dos entes queridos, seja na desencarnação ou em graves provas do estágio terrestre, fizeram desvairar, através de indefiníveis angústias, marginalizando-se, transitoriamente, em rebeldia e sofrimento.

                                                                         *

            Nossos irmãos materialistas...
            Não os censures, nem lastimes, quando os encontres nos espinheiros da negação.
            A descrença em Deus é desajuste na alma, tanto quanto a moléstia é desequilíbrio do corpo. E não te lembrarias de acusar um doente porque seja portador de enfermidade.
            Ao invés disso, obedecerias ao impositivo da solidariedade, oferecendo-lhe compreensão e socorro. Assim, também nós, quando estamos nas trevas, não esperamos que se nos dirija essa ou aquela frase condenatória. Suplicamos simplesmente para que algum braço amigo nos acenda uma luz.


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