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terça-feira, 22 de março de 2016

Na saída do Templo

           
         21,14   Os cegos e os coxos vieram a Ele no templo e Ele os curou.


            Para  Mt  (21,14) -Jesus  a saída do Templo - leiamos “Dois Mundos Tão Meus” de Luiz Sérgio por Irene Pacheco Machado:

         “Jesus entrou em Jerusalém no domingo, primeiro dia da semana.

            O povo que havia ido vê-Lo em Betânia acompanhava-O. Junto a eles também se encontrava muita gente que ia a  Jerusalém celebrar a Páscoa.

            A natureza sorria, as árvores verdejavam, as flores espargiam pelo ar todo o seu perfume, e Jesus, montado no asninho, dava entrada triunfal em Jerusalém; mas eis que parou e Seu olhar contemplou o sol que banhava o Templo que atraía todos os olhares, tal a sua beleza.

            Majestoso, suntuoso, destacava-se de todos os outros edifícios.

            Ele era o orgulho da nação judaica. Os romanos uniram-se aos judeus para embelezá-lo, e o imperador de Roma o enriquecera, fazendo dele uma das maravilhas do mundo. O puro e alvo mármore das entradas do Templo cintilavam, beijadas pelo sol. Na entrada achava-se uma videira de ouro e prata, com verdes folhagens e maciços cachos de uvas, feitos pelos mais hábeis artistas da época.

            Todo esse deslumbramento representava Israel como uma próspera vinha.

             No olhar de Jesus estampava-se a tristeza; e a multidão, que antes cantava e gritava, silenciou, encantada com tal esplendor. As pessoas não compreenderam por que  Jesus estava triste diante de tanta beleza.

            O povo, que antes agitava os ramos de palmeira, olhava a cena sem compreender a causa de tanto desalento no olhar de Jesus. Os discípulos pensavam fosse porque logo adiante estava a porta das ovelhas, pela qual, durante séculos, haviam sido conduzidos os animais destinados às ofertas sacrificiais.

            Mas não era essa a tristeza de Jesus.

            Em seguida, vimos Jesus no Templo expulsando os vendilhões.

            A minha casa será chamada casa de oração, mas vós fizestes dela covil de ladrões.

             Ele curava os cegos e os coxos (Mt 21,14), mostrando ao povo que o templo não é lugar de comércio, é um hospital de Deus, onde o homem vai para curar a alma.
           
O templo tinha diversos átrios: dos sacerdotes, dos israelitas, e um externo chamado dos gentios, que era uma espécie de praça diante dele, na qual podiam entrar também os pagãos, onde os negociantes vendiam animais para os sacrifícios e os cambistas trocavam moedas profanas pelas sagradas, únicas válidas para as ofertas.

            Deste templo Jesus expulsou os vendilhões e, com eles, os animais. Era um comércio contrastante com a pureza que deveria existir num lugar de oração.

            Jesus não chicoteou quem quer que fosse, apenas usou o chicote das palavras, e estas, por serem verdadeiras, doeram por demais.

            Se Jesus houvesse chicoteado os animais e ficado furioso, como alguns interpretaram nessa passagem, Ele deitaria por terra toda a Sua Doutrina.

             E, Ele, que é o caminho, a verdade e a vida, não ía enfurecer-se Jamais, como diz esse trecho do Evangelho.

             O chicote usado pelo Mestre foi o chicote da verdade.

             Quantos de nós, quando a sentimos no espírito, sofremos por demais.


           Saindo do Templo, Jesus, pela manhã, voltava para a cidade...”  

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