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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Prece



 Prece
           
             Jesus, bom e amado Mestre!

            Tu, que nasceste numa manjedoura em Belém de Judá, para dares o exemplo grandioso de humildade aos homens.

            Tu, que durante a permanência luminosa de Teu espirito na face da Terra, enxugaste lágrimas, curaste paralíticos e morféticos;   

           Tu, que expulsaste os espíritos imundos dos lunáticos; que curaste o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo e o servo do Centurião; 

           Tu, que só com o simples contato de Tuas vestes, fizeste exalar virtudes a ponto de curar aquela mulher de que nos fala a Bíblia; 

           Tu, que fizeste calar as tempestades e abrandar a fúria das ondas procelosas do mar bravio da Galileia; 

           Tu, que fizeste o prodígio da multiplicação dos pães e dos peixes, na proporção suficiente de saciar a multidão que Te ouvia e era composta de mais de cinco mil pessoas; 

           Tu, que Te transfiguraste no Monte Tabor e, diante de Pedro e João, trocaste ideias, na maior intimidade espiritual, com Moisés e Elias, mortos havia muito tempo; 

           Tu, que nas bodas de Canaã da Galileia, fizeste o prodígio de transubstanciação, transformando água em vinho; 

          Tu, que sempre Te revelaste o defensor de todos os oprimidos e o maior amigo e protetor das criancinhas; 

          Tu, que levantaste a Lázaro do sepulcro onde jazia havia já quatro dias; Tu, que perdoaste à mulher adultera; 

          Tu, que fugindo do bulício das cidades, compostas por populações perversas, foste ao jardim de Gethsemani para orar ao Pai; 

          Tu, que disseste que o Teu Reino não era deste mundo e que, depois de suportares todos os ultrajes e todas as perfídias humanas, que culminaram com a maior de todas as tragédias - a do Calvário -, deste o melhor exemplo de bondade, pedindo ao Pai perdão para os Teus algozes.

            Volve, Senhor, o Teu santo e misericordioso olhar por sobre a Humanidade hodierna que ainda se debate nos estertores da maior de todas as agonias, na crise mais ameaçadora e insuportável, no mais profundo labirinto de todas as desgraças!..

            Liberta, Mestre, as pobres criaturas da terra, das lágrimas que ainda as importunam, da paralisia e da morfeia do corpo e da alma, que ainda as torturam.

            Expulsa, Jesus, Tu que és a Cascata da Divina Luz Espiritual, os Espíritos imundos que até hoje ainda perturbam os homens, tornando-os nos endemoninhados, nos lunáticos ou obsedados atuais.

            Senhor, os homens, simbolizam, com os seus rosários de amarguras, os autênticos filhos das viúvas de Naim, as filhas de Jairo, os criados do Centurião, as mulheres dos fluxos de sangue, os homens da mão mirrada, os famintos do deserto, os sequiosos das bodas, os lázaros, os paralíticos e as adúlteras...

            Compadece-Te, Senhor, da miséria e das chagas dos homens e faz que ao Sol da Tua Caridade, eles se libertem dos seus males; que, à sombra do manto misericordioso da Tua proteção, eles se salvem das misérias, das desgraças e das trevas da vida terrena.

            Os desgraçados seres do nosso mundo carecem que os admoestes, que os censures e os ilumines, ao mesmo tempo, para se salvarem das tempestades, das procelas do mar da vida.

            Faze, pois, senhor, que os delegados de Tua imediata confiança, os espíritos de luz, influenciem as criaturas, para que a Terra se transforme num verdadeiro Tabor, onde serão edificados tantos tabernáculos, quantos necessários sejam para a integral regeneração humana, e que, a lei augusta que revelaste ao mundo, há vinte séculos - o Amor, - possa ser respeitada e praticada por todos os seres.  

            Faze, amantíssimo Jesus, que os homens transformem o seu coração em manjedouras de humildade, para que possas habitá-las, redivivo, a fim de que sejas o Pastor Soberano do rebanho humano, coeso, indivisível e fraternizado, para que a Terra seja, já agora, o Teu Reino Sagrado.

            Assim seja.

Amadeu Santos

in ‘O Retumbar da Trombeta’ Ed FEB  1942



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