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domingo, 5 de agosto de 2012

'Em defesa do Espiritismo'


Em defesa
do Espiritismo


por Christiano Agarido     Ismael Gomes Braga

in ‘Reformador’ (FEB) Dezembro 1945

           
            O célebre fisiologista francês prof. Charles Richet, foi também o defensor brilhante e destemido do Espiritismo e do Esperanto quando esses movimentos encontravam a risota do pessimismo acadêmico em todo o mundo.

            No livro de J. Malgras, "Les pionniers du Spiritisme en France", encontramos belas páginas do professor Richet, das quais vamos traduzir algumas linhas para os nossos leitores.

            Eis a palavra do grande médico:

            "Quando atacam a priori o Espiritismo, não há nisso outra razão, no fundo, senão ser ele coisa nova; porque nos fatos do Espiritismo nada se pode encontrar em contradição formal com os dados estabelecidos pela Ciência.

            "Escolhamos, entre os inumeráveis fatos relatados pelos espíritas, o mais extraordinário; por exemplo, uma aparição, materialização de um ser. O exemplo clássico será o de Katie King observado por Sir William Crookes. Decerto é um fenômeno estranho, prodigioso, inverossímil. Por mais que procuremos epítetos, não encontraremos um bastante forte para expressar o nosso espanto ao nomear esse fenômeno que consiste na aparição de um fantasma, um ser que tem peso, circulação, inteligência, vontade; enquanto o médium ali se acha ao lado dessa nova entidade; e conservou, também ele, seu peso próprio, a circulação, a inteligência, a vontade. Por mais extraordinária que seja a existência de um fantasma, não é uma contradição com a ciência estabelecida. Onde se encontraria uma experiência que prove que uma forma humana não pode aparecer?

            Do mesmo modo os raps ou golpes batidos, inteligentes, em objetos inertes. Do mesmo modo a transmissão do pensamento, ou a lucidez. Do mesmo modo o movimento dos objetos a distância. A Ciência não tem dados para negar esses fatos, não poderá ter tais dados. Recuso admitir o argumento simplista ; "é impossível, porque o bom senso me diz que é impossível". Porque impossível? Quem traçou o limite do que é possível ou não? Reflita-se bem; todas as conquistas da Ciência e da Indústria, outrora, foram consideradas impossíveis. Assim, nenhuma contradição há entre a ciência clássica e o mais extraordinário fenômeno do Espiritismo.

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            Tanto tem a Ciência de inatacável quando estabelece fatos, quanto de miseravelmente sujeita a erros quando pretende estabelecer negações.

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            Empreender aqui uma bibliografia mesmo abreviada, de tudo quanto se tem escrito sobre os fenômenos espíritas, seria trabalho considerável. A propósito desses fenômenos publicam-se anualmente cem a duzentas obras sérias: tanto na França, como na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Alemanha, na Itália, e sem revoltante injustiça não, temos direito de tratar tais obras com desprezo e silêncio. Pois não! Há tantos escritores que, depois de haverem feito experimentação, refletido, estudado, sentiram o dever de confiar ao público o resultado de sua reflexão e seus estudos, e teriam trabalhado somente com fraudes!

            Homens como Crookes, Russell Wallace, Zoellner, Lombroso, Stainton Moses, Aksakof, Oliver Lodge, de Rochas, Gibier, teriam empregado seu infecundo trabalho em irrealidades absolutas? Sábios de todos os países ter-se-iam perdido em afirmações de fatos errôneos, deixando-se mistificar e enganar por impostores! ...

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            Como explicar pela fraude de um lado, pela credulidade de outro, essas ilusões de tantas pessoas honradas e instruídas que teriam passado horas e horas a se iludir com enganos? E isso em todas as cidades do mundo, em todas as classes sociais, por indivíduos de todas as idades e todas as categorias.

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            Sob pretexto de que essas pessoas experimentavam mal e que não eram cientistas, não se dar ao trabalho de indagar dos seus métodos e dos resultados obtidos, na minha opinião, é muita inabilidade.

            É inabilidade, mas é também injustiça. Porque muitos desses espíritas são pessoas honradas e de talento que não merecem tal desdém... e o injustificável silêncio em que os físicos, os fisiologistas, os filósofos procuraram sufocar os fatos e teorias do Espiritismo.

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            Nossos antepassados não eram mais tolos do que nós, no entanto, quantas coisas lhes escaparam! Quantos fatos evidentes, berrantes, eles não perceberam! ...

            Na verdade, seria uma fatuidade infantil crer que pudéssemos dizer: "Nossos pais, nossos avós, nossos bisavós desconheceram a verdade, defenderam teorias falsas, mas nós estamos ao abrigo de semelhantes erros: o que dizemos é intangível. Nada se porá abaixo do que estabelecemos, não se estabelecerão ciências novas".

            Sei muito bem que ninguém entre os sábios ousaria admitir esse raciocínio, nesta forma tão ridícula. Mas, no fundo, é raciocinar desse modo quando dizem: "A teoria espírita é absurda.  Não é possível que os mortos voltem; não podemos compreender forças inteligentes, misturadas em nossa existência e nas forças inertes que governam a matéria. Não é possível ver através do espaço... etc.".

            Quando essas verdades forem melhor conhecidas, elas modificarão profundamente as fracas noções que possuímos hoje sobre o homem e o Universo" .

            (De ‘Annales des Sciences Psychques’,
janeiro de 1905, transcrito em
"Les pionniers du Spiritisme en France").




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