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sábado, 15 de junho de 2019

O Corpo de Jesus


O Corpo de Jesus
Ramiro Gama
Reformador (FEB) Fevereiro 1971

            Há certos assuntos a que chamamos chaves, subestimados entretanto por alguns confrades, que neles veem assuntos-problemas 
e que não devem ser dilucidados.

            E que, geralmente, leem e absorvem esses assuntos, no dizer do venerando Doutor Bezerra de Menezes, com espírito de sistema, isto é, 
de olhos fechados às verdades neles expostas e opulentadas.

            Referimo-nos ao corpo de Jesus, 
que aceitamos como sendo fluídico, 
logo assim penetramos o Espiritismo; 
e isto espontaneamente, 
sem haver lido, até aí, nada a respeito.

            Acontece que fomos eleito Presidente do Grupo Espírita Fé e 
Esperança, de Três Rios, no Estado do Rio, no ano de 1932, 
quando residíamos naquela cidade fluminense.

            E começamos a conviver, intimamente, 
com os companheiros de Diretoria do Grupo, 
muitos dos quais nos procuraram experimentar os conhecimentos
 com relação ao Espiritismo e saber se estávamos mesmo à altura do cargo.

            Um deles, o 1.° Secretário, José Magno da Silva, 
professor de Matemática, 
era o mais versado nos assuntos da Terceira Revelação. 
De uma feita, assistimos à palestra sua sobre a 
Virgindade de Maria Santíssima e 
achamos que dissertou com acerto e mestria sobre o delicado tema.

            E foi ele, justamente, o escalado para nos arguir.

            Logo de início, perguntou-nos:

            - Que acha o confrade do Corpo Fluídico do Cristo?

            Ficamos alguns instantes surpreso, 
pois não esperávamos tal pergunta. 
E, talvez, por intuição ou inspiração caridosa do Alto, 
respondemos assim.:

            Somos a favor. 
Sem que tenhamos lido ainda algo a respeito, 
acreditamos no corpo fluido de Jesus. 
Achamos que Ele não tivera um corpo igual ao nosso. 
Foi, em verdade, pura e claramente, um agênere.

            E concluímos:

            - Entretanto, lendo os Evangelhos, 
recordamos uma afirmativa de Jesus, 
que tudo nos fala de seu corpo: 
"dos nascidos de mulher, João Batista é o maior". 
Para nós isso é o bastante. 
Não precisamos de nenhuma outra documentação 
para vitoriar o asserto do Divino Mestre.

            O querido confrade, hoje na Espiritualidade, 
deu-se por satisfeito: Também para ele isso bastava.

            Recebemos, depois, de Manoel Quintão
seu precioso "O Cristo de Deus", 
em que ele esgota o assunto, 
com citações autorizadas, 
calcadas todas na lógica e na razão,
 transcrevendo e apreciando várias passagens evangélicas 
e vitoriando, assim, o magno problema. 
Depois fomos obsequiados com
 "Jesus nem Deus, nem Homem", 
de Guillon Ribeiro, que também focou e 
ressaltou a verdade toda inteira do corpo de Jesus, 
sempre com aquela superioridade de espírito e
 inspiração costumeira de seus valiosos Guias, 
dando-nos exemplos vários com relação à incorporeidade 
do Amigo Celeste e à luz da terceira explosão 
da bondade de Deus, 
que é o Espiritismo.

            Lemos ainda "Elos Doutrinários", 
de Ismael Gomes Braga
"A Vida de Jesus", de Antônio Lima
os livros eruditos de Leopoldo Cirne, Sayão 
e outros queridos seareiros, 
habituados todos a ler e compreender o 
Espiritismo Consolador sem o espírito de sistema e
 com olhos de ver, 
coração de pensar e inteligência de amar. 
Portadores que eram e são 
do AMOR que SABE e do SABER que AMA.

            E começamos, desde daí, a ver em Jesus um Ser à parte, 
um Espírito imaculado, tão grande e tão lindo, 
que jamais seremos capaz, nesta vida, 
de Lhe traduzir o valor, 
a culminância espiritual, tão longe nos consideramos 
d’Ele e tão endividados, ainda, diante dEle...

            E, por não considerarmos de pouca valia o seu corpo, 
mas chave para traduzir,
embora palidamente, a Sua gênese, 
é que O vemos com respeito e coração ajoelhado.
Quando, durante o Culto no Lar feito por nós há 42 anos, 
abrimos Seu Livro, o Livro
da nossa redenção, 
"O Evangelho segundo o Espiritismo", 
buscamos n’Ele e com Ele o clima da Luz Acima, 
da defesa espiritual, 
da legítima vitória,
 no exemplo da humildade, 
a prol da nossa tarefa de trabalhadores da última hora!

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Do Blog: 5 livros e um só tema.

Cabe lê-los para formar sua opinião a respeito.
Por qual vamos começar?


'Jesus - Nem Deus nem Homem' (FEB) - Guillon Ribeiro
'Elos Doutrinários' (FEB) - Ismael Gomes Braga
'O Cristo de Deus' (FEB) - por Manoel Quintão
'Elucidações Evangélicas' - (FEB) - Antônio Luiz Sayão
'Vida de Jesus' (FEB) - Antônio Lima



                           




Um comentário:

  1. Sei que os espíritas rejeitam o trabalho de Ramatis. Mas certa vez li o livro O Sublime Peregrino e a lógica da explicação me pareceu a visão de um Jesus muito mais humano e, apesar de sua altíssima elevação espiritual, manteve um grande esforço para se adequar a composição de nosso planetinha.

    Mas como disse é só uma leitura complementar e em muitas vezes rejeitada por nós espíritas. Mas me pareceu interessante.

    Agora a questão do corpo fluídico me parece que vem de Roustang. E que por conta disso foi duramente criticado pelos espíritas.

    Mas vale a pena a pesquisa e reflexão.

    Agora no quesito espírita, acredito que o valor moral dos seus ensinamentos é de maior valor que as questões que o próprio Kardec classifica como temas de amplo debate e sem uma conclusão definida.

    Entender o contexto em que se deram os acontecimentos e a mentalidade daquele povo ajuda a compreender as palavras do Mestre. As questões periféricas tem sido tema de debate caloroso e as vezes ate improdutivo.

    Mas como disse, vale a pena a pesquisa e a reflexão. Mas sem esquecer do trabalho hercúleo de classificar aquilo que seria de grande importância para todos nós: o aspecto moral do Mestre.

    Grande abraço.

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