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quarta-feira, 20 de julho de 2011

'O Nascimento de Jesus'



O Nascimento de Jesus

1,18 Eis como nasceu Jesus: Maria, sua Mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. 1,19  José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. 1,20 Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temais receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. 1,21 Ela dará à luz um filho a quem porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo de seus pecados. 1,22 Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: 1,23 Eis que a virgem conceberá  e dará à luz a um filho que se chamará Emmanuel (Isaías 7,14), que significa: Deus conosco!” 1,24 Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. 1,25 E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus. 

Para  Mt (1,18-25), Nascimento de Jesus,  lemos,  em “Elucidações Evangélicas” (5ª Ed. FEB), de Antônio Luiz Sayão, os trechos que se seguem:

“Na criação, tudo tem uma origem comum. Tudo vem do infinitamente pequeno para o infinitamente grande, até Deus, ponto de partida e de reunião de tudo. Tudo provém de Deus e para Deus volta.

O fluido universal, que o toca de perto e dele parte, é o instrumento e o meio de toda a criação espiritual, material e fluídica.

O Espírito, em sua origem, como essência espiritual e princípio de inteligência, se forma da quintessência dos fluidos que no seu conjunto constituem o que chamamos - o todo universal e que as irradiações divinas animam, para lhes dar o ser e compor os germens de toda a criação, da criação de todos os mundos, de todos os reinos da natureza, de todas as criaturas, assim no estado material, como também no estado fluídico. Tudo se origina desses germens fecundados pela Divindade e progride para a harmonia universal.

Os princípios latentes, em multidão inumerável, aguardam no estado cataléptico que Deus lhes dê destino e os aproprie ao fim que devam servir, segundo as leis naturais, imutáveis e eternas por Ele mesmo estabelecidas.

Tais princípios sofrem passivamente, através das eternidades e sob a vigilância dos Espíritos prepostos, as transformações que os hão de desenvolver, passando sucessivamente pelos reinos animal, vegetal e animal e pelas formas e espécies intermediárias existentes entre esses reinos.

Assim, numa progressão contínua, eles chegam ao período preparatório do estado de Espírito formado e, vencido esse período, ganham o estado de criaturas possuidoras de livre-arbítrio, com inteligência capaz de raciocínio, Independentes e responsáveis pelos seus atos.

Alcançada a condição de Espírito formado, de Espírito pronto para ser humanizado, o Espírito se encontra num estado de inocência completa, tendo abandonado, com os seus últimos invólucros animais, os instintos oriundos das exigências da animalidade.

É a estátua que acabou de receber as formas. Cobre-se então de fluidos que lhe comporão o que chamamos de Perispírito e que é um corpo fluídico que se torna para o Espírito o instrumento e o meio, ou de seu progresso até a perfeição, ou de sua queda. Ainda, porém, neste último caso, o perispírito lhe será também instrumento de progresso, de reerguimento, mediante encarnações e  reencarnações sucessivas, expiatórias a princípio e por fim gloriosas, até que atinja aquela perfeição moral.”

“A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os nobres impulsos para o bem constituem o objeto de seus anelos. As provas e sofrimentos pacientemente suportados lhe apuram cada vez mais o perispírito, tornando-o apto a galgar aquela escada até o topo, onde encontrará a Jesus, cofre de todas as esperanças, âncora única de salvação.”

“ Jesus, o filho diletíssimo do Pai celestial, que Nele pusera toda sua complacência, como o declarou a voz do céu que se fizera ouvir após o seu batismo, não teve genealogia humana, porque a eternidade é o tempo de seu nascimento, o céu é a sua habitação, sendo infinito o seu braço. Seus olhos tudo vêem, seus ouvidos tudo ouvem. Conforme o quer, tudo por Ele passará, por Ele - a porta estreita, para chegar aos umbrais do infinito! Por diadema, tem a glória celeste e o brilho desse diadema é a redenção da humanidade. Um Salvador que de tal grandeza não fosse nos não poderia salvar das conseqüências do pecado.

Posto na Terra com um corpo animal, o homem ressuscitará em corpo espiritual. Assim como há o corpo animal, também há o corpo espiritual. Era deste gênero o que Jesus trazia  e que aos olhos do homem parecia material. ”

“Jesus não tem genealogia, porque seu espírito, puríssimo, imaculado, não precisava, nem podia cobrir-se do barro podre, de que é formado o corpo humano.”

“Para Mt (1,18-25), ocupar-nos-emos tão somente com o termo - desposar, que quer dizer - contrair esponsais, isto é, ajustar matrimônio. Maria e José haviam ajustado casarem-se, ligarem-se pelo casamento, viverem como marido e mulher.

Quanto ao mais, tudo deve ser entendido em espírito e verdade, de acordo com a s explicações já dadas acerca da genealogia de Jesus.”      

Espírito Santo - Explicações

Da mesma fonte, extraímos:

“Os primeiros cristãos, que usavam com muita facilidade do qualificativo santo, como fazem certo as Epístolas de Paulo, davam, de modo geral, o nome de Espírito Santo a todo espírito bom. Mais tarde, com o especializar-se o sentido geral em que era usada, a expressão Espírito Santo passou a ser aplicada, em particular, ao Espírito Guardião ou Paracleto.

Mortos os apóstolos, travadas as discussões filosóficas e teológicas que invadiram a Judéia como todo o Oriente, perdida a tradução primitiva, a noção de que o Espírito Santo era o Espírito guardião degenerou na do Espírito Santo como sendo a terceira pessoa de Deus e o próprio Deus. Uma circunstância favoreceu esse erro: sabiam os primeiros cristãos que os Espíritos eram os produtores dos fenômenos; mas, ignorando em absoluto a existência do que a ciência moderna chamou “fluidos”, a explicação dos fenômenos lhes escapava às inteligências, donde o atribuírem-nos a uma causa sobrenatural. Da admissão da causa sobrenatural à divinação dessa causa não havia mais que um passo.

   Note-se ainda que das vinte vezes que os Evangelhos, nos textos originais, falam de Espírito Santo, em seis apenas essas palavras vêm precedidas do artigo, isto é, em seis apenas eles dizem - O Espírito Santo. Em todos os outros casos, empregam-nas sem o artigo. Ora, excluído o artigo, as palavras gregas que correspondem àquelas já não significam - O Espírito Santo, mas sim - Espírito Santo, ou Um Espírito Santo, porquanto, não intervindo o artigo para determinar o Espírito, em sentido indeterminado é que se devem entender aquelas duas  palavras. Assim,  em  Lc 1,15  lê-se:   “E   Ele (João Batista) será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida fermentada e será cheio de um “Espírito Santo” desde o seio de sua mãe...”

Desde muito antes, pois, do aparecimento de Jesus na Terra, o que prova não poder tratar-se do Espírito Santo, tal como o define o dogma, que somente exprimiria a realidade se se apoiasse em palavras de Jesus Cristo, o único que poderia anunciá-lo, porém que o não anunciaria então, pela simples razão de que não fizera sua aparição entre os homens.

Mesmo, porém, nos casos em que os Evangelhos usam a expressão Espírito Santo precedida do determinativo “o”, fácil é de ver-se, pelas circunstâncias de lugar e tempo, que não se trata da terceira pessoa da santíssima trindade, que ainda não fora dogmaticamente instituída, mas, sempre, do Paracleto, do Espírito Guardião, ou, enfim, de um Espírito bom, no sentido espírita.”
 



 



   

 



   

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