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quarta-feira, 6 de julho de 2011

'A Concepção de Jesus'


‘A Concepção de Jesus’
trecho do livro  ‘Maria’
Espírito Francisca Tereza
por Irene Pacheco Machado[1] (1ª Edição 2006 – Ed. Recanto)

            “... Maria tecia e bordava o algodão do seu pobre e simples enxoval. Um dia, quando fazia batas para José, enquanto fiava, orando baixinho, viu chegar junto a Gabriel outro amigo espiritual. Sorrindo, agradeceu a visita, sendo advertida da bela missão de Mãe do Messia (Lucas, Cap. 1, vv.28-35):

            Disse Gabriel: u te saúdo, cheia de graça, o Senhor está contigo, és bendita entre as mulheres.

            Maria, porém, ouvindo-o, estranhou o seu falar e consigo mesma pensava no que significava aquela saudação. O anjo disse: Não temas, Maria, porquanto  caíste em graça perante Deus. É assim que conceberás em teu ventre e que de ti nascerá um filho ao qual darás o nome de Jesus. Ele será grande e será o Filho do Altíssimo , o Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará eternamente sobre a casa de Jacó. E o seu reino não terá fim. Então disse Maria ao anjo: Como sucederá isso, se não conheço varão? O anjo lhe respondeu: o Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra, e por isso o Santo que nascerá de ti será Filho de Deus.

            Quem não conhece esta passagem do Evangelho? Quantas vezes frente a frente a ela ficamos, a imaginar a reação de Maria diante de algo que hoje ainda relutamos em aceitar! Ontem, na época de nossa infância espiritual, ela, a criança de Deus, de cabeça baixa escutou o mensageiro do Altíssimo dar-lhe a notícia de que fora a escolhida por Deus para receber Seu Filho: Jesus.

            Noiva ainda, Maria sentiu em seu ventre os fluidos magnéticos que revestiriam o corpo perispiritual do Mestre. Ajoelhou-se na cela humilde e orou pedindo forças, quando viu ao Seu lado não somente Gabriel, mas uma plêiade de Espíritos do Senhor. Chorou, sorrindo, e alisou o ventre, no qual já sentia a ligação com o Alto. Todos os dias acariciava seu filho, sabendo que não lhe pertencia de todo, por ser Ele mais do Pai do que dela. Foi o silêncio de uma grande alma que, sozinha com sua fé, deu condição de todos recebermos o Messias prometido.

            Não conheço varão, respondeu Maria aos mensageiros.  Em nossas imperfeições, pensamos: “Como? Ela já não era noiva de José? Já não se preparava para o casamento?” Sim, ela conhecia o noivo, mas não o homem. José, como noivo, poderia repudiar Maria e quando ela, humilde, contou-lhe que esperava um filho de Deus, ele, olhando-a friamente, apenas sacudiu a cabeça e se retirou. Maria, porém, não se desesperou ao ver que José não acreditara em sua pequena mas real história, procurando em Gabriel o conselho, ao que ele respondeu:

            - Maria, foste escolhida por Deus. És bendita entre todas as mulheres.

            Maria não mais se sentia sozinha. Jesus já estava em ligação com ela, fazendo-lhe companhia em união mental. O corpo de Jesus estava sendo criado pela vontade de Deus e por Sua própria vontade, uma vez que Maria, como Sua grande auxiliar, era possuidora de purificados fluidos magnéticos.

            De volta à casa, José sentia que devia tomar sérias resoluções: levar Maria para a casa dos pais, como era de costume, até o matrimônio, ou repudiá-la por traição. Quando este pensamento lhe chegava, lembrava-se da mulher-menina, com seus olhos puros e sonhadores, e não podia imaginá-la traindo alguém, ainda mais oferecendo seu corpo imaculado de mulher-virgem a outro homem que não a escolhera, José triste se encontrava e, enquanto meditava, sendo essênio, em total contemplação a Deus, eis que escutou a voz de um Espírito, em sonho, dizendo-lhe:

            José, filho de Davi, não receeis receber Maria por tua esposa, porquanto o que nela se gerou foi formado pelo Espírito Santo. Ela terá um filho e tu lhe darás onome de Jesus, porque ele próprio libertará seu povo dos pecados . 9Mateus, Cap. I, vv. 20 e 21)

            Chorando muito, José não titubeou, pedindo perdão a Deus pela falta de fé da qual fora possuído, pois, como estudioso das Escrituras ,tinha conhecimento do poder do Nosso Senhor. Foi, então, buscar Maria, sabendo que junto a ela fora escolhido como pai adotivo do Messias. Quando Maria o viu sorrindo, quis dizer-lhe que sempre acreditou em sua lealdade de homem sábio e bom. Logo depois, retiraram-se daquele templo onde Maria fora educada para ser a Mãe do Filho de Deus. Na saída, depois de orar junto a todos a quem devia a educação recebida, Maria ajoelhou-se na porta e, olhando para o Alto, falou:

            - Aqui está a serva do Semhor, faça-se em mim conforme  as Tuas palavras.

            Todos, de olhos baixos, recitaram uma prece, entoando cânticos. Segurando o braço da noiva, José a conduzia com amor e respeito, sabendo que ali, naquele ventre de Virgem, encontrava-se a grande força do poder de Deus.”


[1] Aos que talvez não se lembrem, Irene Pacheco Machado psicografou a maioria dos encantadores livros do Espírito Luiz Sérgio. Francisca Theresa, por sua vez, conduziu os primeiros passos de Luiz Sérgio quando de seu retorno. Permanece com ele pela eternidade.



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