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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Não te aflijas



Não te aflijas
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1952

            Não te aflijas diante do quadro de lutas que te arrebatam ao torvelinho das provas inevitáveis porque a inquietação destrutiva nada constrói em benefício dos semelhantes.

            Por ocasião do incêndio não é a precipitação que salva ou retifica e nem apagaremos o fogo crepitante, atirando-lhe combustível.

            De qualquer modo, numa esfera de ação, qual a terrena, em que os bons sentimentos são luzes vacilantes e obras incompletas, seremos defrontados, diariamente, pelos raios mortíferos da desarmonia, da cólera, da intemperança e da crueldade; entretanto, a fim de que nos convertamos em recursos vivos de educação para os elementos que nos rodeiam, é imprescindível o aprendizado da serenidade e do silêncio, de modo a reajustarmos, com calma, as inseguras edificações humanas que a tempestade prejudicou.

            Ante à convulsão do verbo desvairado, cala-te e espera.

            Ante a violência arrasadora, emudece-te e aguarda a passagem das horas.

            Ante o movimento inesperado das intenções menos  dignas ou do ataque indébito, cala-te ainda e conta com o tempo.

            Se aproveitas a dificuldade e a dor, a sombra e a deficiência, por sagradas oportunidades de auxiliar os teus irmãos, encontrarás no desdobramento de tua cooperação a resposta a todos os problemas que te atormentam a alma.

            Quando Jesus proclamou a bem-aventurança aos aflitos não se reportava aos espíritos insubordinados e impacientes que elegem o desespero e a indisciplina por normas regulares de reação; referia-se, antes de tudo, aos que se acham aflitos por ajudarem o engrandecimento coletivo, por se converterem realmente à luz eterna, por se consagrarem à caridade e, acima de tudo, por se dominarem, transformando-se em veículos de manifestação da Vontade do Senhor.

            Assim, pois, se te inquietas pelas construções do Bem Eterno, permaneces credenciado à bem--aventurança divina que, efetivamente, é muito difícil de alcançar.


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