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domingo, 18 de junho de 2017

Deus


DeusComo compreende-Lo em espírito e verdade        PARTE 1         
Ernani Cabral
Reformador (FEB) Outubro 1943

Deus é nosso Pai. Foi Ele quem criou nossa alma, dotando-a de imortalidade. Sendo bom e perfeito, merece cultuado; somente a Ele devemos adorar, porque, se nosso espírito goza da imortalidade, também somos deuses, pois existiremos por toda a eternidade. E, como deuses, só devemos prostrar-nos, submissos, ante o nosso Criador, o Deus dos deuses.

Esta afirmativa não é sacrílega, pois que está no Velho e no Novo Testamentos.

"Deus assistiu sempre no conselho dos deuses; no meio dele julga os deuses." (Salmos 81:1).

Jesus, com a sua grande autoridade de Messias, reiterou: "Não é assim que está escrito em vossa lei: Eu disse: sois deuses? Se ela chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida ... (João, 10:34-35).

Mas, que é Deus? - "É a alma consciente do universo".

"Deus é espírito, declarou o Divino Mestre, e em espírito e verdade é que o devem adorar os que o adoram." (João, 4:24).

Sabemos que Ele existe; sentimo-lo, mas não podemos penetrar-lhe a essência, nem explica-lo convenientemente. Porque? - Porque somos finitos e Ele é infinito; somos imperfeitos e Ele é absolutamente perfeito.

A parte infinitesimal ainda em estado evolutivo, embora consciente, não pode fazer juízo preciso a respeito do todo, que é completo e lhe foge à percepção, quanto a sua expressão integral.

Sabemos que Ele está em toda parte. Mas, sobretudo, devemos senti-lo em nossos corações.

O Cristo ensinou: "O reino de Deus está dentro de vós. (Lucas, 17 :21). Paulo de Tarso o repetiu: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós. (1ª aos Coríntios, 3:16).

Ainda o mesmo apóstolo, falando aos atenienses no areópago, acentuou:

"Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo o Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos pelos homens, nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma criatura, quando ele mesmo é que dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas. E de um só fez todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra, assinando a ordem dos tempos e os limites da sua habitação; para que buscassem Deus, se porventura o pudessem tocar ou achar; ainda que não esteja longe de cada um de nós. Porque nele vivemos e nos movemos e existimos, como ainda disseram alguns de vossos poetas: porque dele também somos linhagem. Sendo nós, pois, linhagem de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro ou à prata, ou à pedra lavrada por arte e indústria do homem." (Atos, 17: 14 a 29).

Também não devemos limitá-lo, nem figurá-lo, como fazem infantilmente certos crentes, apresentando-O como um velho barbado e bonachão. Isto, sim, seria sacrilégio, se Deus não perdoasse a simplicidade e a ignorância dos que pretendem compara-lo a um homem, bitolando-o por um ser limitado e imperfeito.

Deus não tem forma, pois está em toda parte; é Espírito, porém não circunscrito, como o nosso, sim absoluto e integral, vivificando a terra e os outros mundos, tudo coordenando, sabiamente, dando vida e evolução ao universo!

É força criadora, harmonizadora, inteligente e justa.

Não há panteísmo nesta explanação, porque, se Deus está nos sois e nos planetas, como nas criaturas, Ele não é o sol, nem os planetas, nem as criaturas, porém, muito mais do que isto! O universo, como já disse alguém, seria o quadro e Ele o pintor. O panteísmo confunde Deus com a sua obra, enquanto que os que adoram a Deus em espírito e verdade sabem que Ele vive no universo, tendo consciência, amor e plenitude, sendo o criador desse todo sublime que expressa a sua grandeza e a sua perfeição.

Até os sofrimentos e as injustiças deste mundo são necessários para nossa evolução; portanto, o conjunto cósmico é completo. A imperfeição é relativa e contingente, pois vive no todo, que é perfeito. É apenas expressão da obra dos deuses, ainda humanos, ainda jungidos à matéria. Com efeito, os homens se rustem (enganam) para o seu próprio aperfeiçoamento espiritual, até conseguirem atingir regiões mais elevadas onde não há desses atritos, por ali imperar a lei de amor, que Jesus também quer dar à terra.

"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o máximo e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: amarás a teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos estão toda a lei e os profetas." (Mateus, 22:37 a 39).

Deus, porém, será trino? Haverá três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro? - Não,
absolutamente, não! Isto não se encontra no Velho, nem no Novo Testamento; é interpretação dos homens, é criação das igrejas de pedra, dos concílios dogmáticos, que têm falseado a verdade embora de boa fé, criando mistérios impenetráveis, mas esquecidos da advertência do Salvador de que "nada há encoberto que se não venha a descobrir; nem oculto, que se não venha a saber". (Mateus, 10:26).

E os Espíritos do Senhor vieram, no tempo prescrito, derrubar esse e outros dogmas, que tem encoberto a verdade e deturpado a palavra evangélica, criando o temor a um Deus incompreensível, quando o verdadeiro Deus é uno, misericordioso e todo amor!

Jesus, o Espírito mais puro que já baixou à terra, protetor e governador do nosso planeta, interprete da vontade divina para as criaturas deste mundo, não é Deus. Ele procurou sempre evitar que assim o considerassem, como em seguida demonstraremos. O Velho Testamento não nos dá notícia de nenhum deus-trino; ao contrário, fala a cada passo da unidade divina. O mesmo se verifica nos Atos dos Apóstolos e em suas Epístolas, de cuja leitura se conclui que os companheiros do Messias nunca o tiveram como Deus, mas como Filho, isto é, como criatura, com individualidade própria e distinta do Pai, embora integrado no pensamento deste e expressando-o à terra, como o caminho para a salvação, ou, seja, para a purificação, para a elevação espiritual. Apenas no início do Evangelho de João, vemos a afirmativa de que Jesus é Deus; mas, Deus, como filho de Deus; como expressão de Deus para a terra, não o Deus único e verdadeiro, jamais o Deus dos deuses.

Jesus mesmo, respondendo a um homem, declarou: "Porque me chamas tu bom? Ninguém é bom, senão só Deus." (Lucas, 18-19).

Ninguém é bom, ninguém é Deus; só Deus é bom, só Deus é Deus, verdadeiramente. Os demais gozam da divindade, porque imortais, porque podem possuir a Deus no coração. Outros já alcançaram a perfeição sideral, unidos ao Excelso, como Jesus. E governam mundos. O Deus dos deuses, porém, é um só.

 "Não há outro Deus senão só um. Porque, ainda que haja alguns que se chamem deuses, ou no céu ou na terra (e assim sejam muitos os deuses e muitos os senhores), para nós, contudo, há só um Deus, o Pai, de quem tiveram o ser todas as coisas, e nós nele; e só um Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas existem e nós outros por ele." (Paulo, 1ª aos Coríntios)

Jesus é Nosso Senhor, porque é o governador do planeta que habitamos, razão por que ninguém chegará ao Pai senão por seu intermédio, isto é, por intermédio de sua doutrina, que vem de Deus e que, conforme o disse Ele, se resume no amor.

O Divino Mestre ainda frisou: "O Pai é maior do que eu." (João, 14:28).

Se ele fosse Deus, que é absoluto, não seria relativo, ou, seja, não seria menor que a outra face de Deus.

Mais claro foi o Bom Pastor nesta afirmativa: "E a ninguém chameis Pai vosso sobre a terra; porque um só é o vosso Pai, que está nos céus." (Mateus, 23:9). "Nem vos intituleis mestres; porque um só é o vosso Mestre, o Cristo." (Idem, 23:10). Logo, Deus é Pai, Jesus é Mestre, porque interprete da vontade divina, médium de Deus.

Quando apareceu a Madalena, depois da "ressurreição", disse: "Não me toques, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai aos meus irmãos e dize-lhes que vou para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus." (João, 20:17).

Nosso Senhor foi aí bem explícito, mandando que ela fosse falar com seus "irmãos".

Os discípulos eram, como nós outros somos, irmãos do Divino Mestre - e não filhos - porque oriundos da mesma linhagem para usarmos do substantivo de que Paulo se serviu.
             
Jesus disse a Madalena: "Vou para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus."

Ora, se ele também fosse Deus ou um desmembramento misterioso da divindade seria igual ao Pai, porque era uma parte componente do Todo Poderoso e não chamaria "irmãos" a seus apóstolos, não trataria a Madalena como tal e nem se expressaria daquela forma, confessando que o Pai tanto era o seu Deus, como o de Marta Madalena e dos discípulos.

É certo que Jesus, Espírito puro, embora criado como nós, muito antes que a terra existisse, jamais faliu. "Cordeiro imaculado", atingiu as regiões siderais em linha reta, sem as sinuosidades que caracterizam, por exemplo, o avanço das nossas almas. É verdadeiramente um Filho de Deus, porque honra ao Pai, fazendo-lhe a vontade, nas mais acendradas manifestações de amor. Por isto, mereceu governar a terra e, possivelmente, outros planetas... (Temos a impressão pessoal de que todo o nosso sistema solar está sob a sua supervisão, sob o seu império meigo e esclarecido. Fomos levados a tal ideia, pelo fato dele ter asseverado: "Tenho também outras ovelhas que não são deste aprisco." (João, 10:16)

Em resumo, Jesus é um Cristo, como muitos outros há nas sublimes regiões em que Ele habita, governadores de outros planetas ou de outros sistemas planetários.

Não obstante, porém, a imensa distância a que dele nos achamos, moral e cientificamente, mesmo procurando-o com ardor, porque sabemos que Ele é "o caminho, a verdade e a vida", ainda assim temos a alegria de proclama-lo nosso estremecido irmão. Irmão superior, valoroso, sábio, cheio de amor e de virtudes, que infelizmente não possuímos, pois somos ainda "escravos do pecado". Eis o que nos distancia do Mestre. A separação é enorme, bem o sabemos. Tangidos, porém, pela sua palavra maravilhosa, seremos libertos e sentiremos a ventura e a graça de nos considerarmos também filhos de Deus, como Ele o é.

Já que falamos em "Santíssima Trindade", ocorre-nos a seguinte pergunta: o Espirito Santo é Deus? - Não, o Espírito Santo não é Deus, embora com Ele se confunda, pois expressa a sua vontade.

Segundo as explicações dadas pelos mensageiros do Senhor, o Espírito Santo é uma expressão que sintetiza a falange de Espíritos elevados, que manifestam a bondade do Excelso para com a terra.   
                
São os anjos e os seres de hierarquia superior nas esferas celestiais e que servem sob as ordens do Pai e de Jesus, pois este exprime sempre a vontade de Deus. É o nome genérico da coorte benfazeja dos Espíritos do Senhor. Assiste os homens de boa vontade, dando-lhes intuições salutares, edificantes (morais e científicas), servindo-lhes de guia, protetor ou anjo de guarda, encaminhando-os ao amor divino, que redime e purifica.

Portanto os que acreditam em Jesus, os que praticam o bem, seja qual for o credo a que pertençam, tem o batismo, a assistência do Espírito Santo, merecem o amparo das falanges do bem que sempre que podem (sem ferirem o livre arbítrio de seus protegidos, que é sagrado), como dádiva de Deus, os livram do mal, isto é, do pecado.

Ele é o Consolador que Jesus prometeu diretamente aos homens de boa vontade, interpretando também, nos tempos prescritos, a palavra do Divino Mestre, fazendo-o em espírito e verdade, para que se cumpram as Escrituras.

Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (João 14:26).


DeusComo compreende-Lo em espírito e verdade        PARTE 2         
Ernani Cabral
Reformador (FEB) Novembro 1943


Não há uma só referência na Bíblia donde se deduza que Deus seja trino. Apenas, Jesus, conforme relata Mateus, cáp. 21, vers. 1, disse aos seus discípulos: "Ide pois e ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo."

Mas, absolutamente não declarou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas distintas e num só Deus verdadeiro". Esta conclusão foi tirada, erroneamente, pelos homens, reunidos em concílio, onde nunca existiu unanimidade de vistas. Tal dogma é criação de seres falíveis, é interpelação, enxerto, excrecência posta pelos homens nos Evangelhos do Senhor, porque não repousa, antes contraria, as afirmativas de Jesus. Trata-se, lamentavelmente, de má interpretação dos livros sagrados, como os Espíritos de Deus nos têm desvendado.

Nosso Pai é uno, perfeito, absoluto, eterno, infinito, porém não se fraciona, nem se desmembra, não se subdivide, embora esteja em toda a parte. Este é o Deus verdadeiro: o Deus de Moisés, o Deus de Jesus, o Excelso, o Todo Poderoso, Criador do céu e da terra, dos homens e das coisas. Perante Ele, ante esse Deus único e perfeito, o nosso espírito se curva reverente e o adora, cheio de fé, de amor e de esperança!     

É incontestável que Jesus declarou: "Eu e o Pai somos um." (João, 10:30). "Eu saí de Deus. Eu saí do Pai e vim ao mundo." (Idem, 16:28 e 29).

Mas, tais afirmativas têm de ser confrontadas com outras, para que seja tirado da letra o espírito dos Evangelhos, pois, conforme Paulo advertiu, "a letra mata e o espírito vivifica". (II aos Coríntios, 3:6). A letra mata, isto é, conduz ao erro; e o espírito vivifica, ou, seja, conduz à verdade!

Tomando a letra, isoladamente, algumas passagens bíblicas, onde Jesus falou em linguagem figurada; jungindo-se o interprete, rigorosamente, a tais expressões, certo cairá no erro do dogmatismo e da intolerância.

É preciso que se busque dar à palavra do Senhor, não uma exegese rigorosa e formalística, mas um paralelo com outras, que completam o sentido dos textos, onde a verdade está velada, porque assim era mister, às inteligências dos homens da época, cujo orgulho e atraso intelectual exigiam que Deus se fizesse homem - igual a eles - concepção que reinou durante séculos, porque tal era necessário, para impressionar mais fortemente a humanidade. Todavia, no tempo prescrito, as palavras de Jesus são explicadas pelo Espírito Santo, que vem dar a interpretação exata e justa de todos os versículos, tirando o véu da letra, iluminando, esclarecendo-lhe as palavras, em espírito e verdade!

Assim, vejamos o que Jesus pretendeu afirmar com aquelas expressões e vamos faze-lo de acordo com a "Terceira Revelação" divina, o Espiritismo.

Citemos, antes de mais nada, outros textos, que aqueles se relacionam, intimamente.

"Como meu Pai me amou, assim vos amei eu. Permanecei no meu amor." (João, 15:9).

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim." (Idem, 14:6).

"Não credes que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo; mas, o Pai, que está em mim, esse é que faz as suas obras." (Idem, 14:10).

''Naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós." (Idem, 14:20).

"Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele, e faremos nele morada." (Idem, 14:23).

"E a palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou." (Idem, 1.4:24).

"O meu preceito é este, que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.” (Idem, 15:12).

"Se me amais, guardai os meus mandamentos." (Idem, 14 :15) .

E, finalmente, para completar essas citações bíblicas, chamo a preciosa atenção do leitor para mais estas, muito importantes e que completam a elucidação daqueles textos. Com efeito, o Nazareno, dirigindo-se ao seu Criador e nosso Criador, ao seu Deus e nosso Deus, implorou, em proveito dos discípulos:

"Eu não peço que os tireis do mundo, mas que os guardeis do mal.” (João, 17 :15). Deve-se entender que o mal é o pecado.

E logo depois:

"Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E eu me santifico a mim mesmo por eles, para que também eles sejam santificados na verdade. Eu não rogo somente por eles, rogo também por aqueles que hão de crer em mim por meio da sua palavra. Para que eles sejam todos um, como tu, Pai, o és em mim, e eu em ti, para que eles também sejam um em nós e creia o mundo que tu me enviaste. Eu lhes dei a glória que tu me havias dado, para que eles sejam um, como também nós somos um. Estou neles e tu estás em mim, para que eles sejam consumados na unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste e que tu os amaste, como amaste também a mim, Pai, a minha vontade é que, onde eu estou, estejam também comigo aqueles que tu me deste; porque me amaste antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas, eu te conheci e estes conheceram que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu Nome, e lh'o farei ainda conhecer, a fim de que o mesmo amor com que me amaste, esteja neles, e eu neles." (João, 17:17 a 26),

A, unidade divina é o amor. A palavra de Jesus, que interpreta a vontade de Deus, é a verdade. E a verdade consiste, como disse o Divino Mestre, em "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Nisto se resumem as leis e os profetas." (Mateus, 22:40). Quem ama a Jesus segue os seus mandamentos e caminha por seu intermédio para Deus, que é a verdade e o amor. Sentindo a lei sublime da fraternidade, unifica-se ao Pai pelas obras, que são o lídimo testemunho da fé. E instala o reino de Deus no coração: o Cristo passa a morar nesse Espírito pois ele reside onde o amor impera. Jesus acha-se absolutamente integrado na lei divina portanto, no amor, ou seja, na expressão dessa lei, Ele e o Pai "são um"; nós algum dia seremos um neles, como quer Nosso Senhor.

O Salvador, referindo-se aos seus discípulos àqueles que creem na sua palavra. disse:

" ...que eles sejam todos um, como tu, Pai és em mim e eu em ti, para que eles também sejam um em nós." (João, 17:21).

Em face dessa afirmativa de Jesus e do dogma da "Santíssima Trindade", é o caso de perguntar-se: como é possível uma trindade de tantos Espíritos, na unidade de um só Deus?

Já é tempo da humanidade compreender e sentir as palavras do Divino Mestre em espírito e verdade. É preciso que rompa desassombradamente com o tabu dos dogmas e dos preconceitos: é necessário não creia de olhos fechados, sem investigar, sufocando a inteligência, quando o raciocínio é o dom mais precioso do espírito.

Que os homens se arreceiem menos do inferno e mais do erro! Que possam compreender a verdade sem o pavor de pretensas heresias, porque, quando interpretam os Evangelhos com sinceridade (que também é amor), Jesus nos vê, nos assiste e nos ilumina!


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