Pesquisar este blog

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Emmanuel em 1861


Emmanuel em 1861
por Guido Falcoeiro
Reformador (FEB) Outubro 1946


            No capítulo XI, nº 11, de "O Evangelho segundo o Espiritismo", já reproduzida sob o nº 135 na primeira edição, encontra-se bela mensagem sobre o egoísmo, assinada por Emmanuel, recebida em Paris, em 1861.

            Hoje, que a obra de Emmanuel, no Brasil, confirma, pela linguagem irretorquível dos fatos, as comunicações de que a Árvore do Evangelho foi transplantada para a Terra do Cruzeiro, de onde irradiará a nova civilização cristã para o mundo, e depois que Emmanuel nos deu a bela mensagem sobre "A Missão do Esperanto", publicada em "Reformador" (Fevereiro de 1940, págs. 46/7), seis anos antes do lançamento de "O Livro dos Espíritos" em Esperanto, sentimos o desejo de relembrar a primeira mensagem que conhecemos do grande Espírito que assina o nome simbólico que deveria ter o Messias, segundo Isaías, 7: 14: "Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal; eis que uma donzela conceberá e dará à luz um filho, e por-lhe-á o nome de EMMANUEL." E a profecia se cumpriu, como vemos em Mateus, 1:18 a 25:

            "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi desta maneira: Estando Maria, sua mãe, já desposada com José, antes que se ajuntassem, ela se achou grávida por virtude do Espírito Santo. José, seu marido, sendo reto e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Quando, porém, pensava nestas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado, é por virtude do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem chamarás Jesus; porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado EMMANUEL, que quer dizer, Deus conosco. José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.

            Logo, o nome "Emmanuel" é profeticamente o do Divino Mestre e significa: Deus (está) conosco. A incompreensão materialista até hoje nega a veracidade desse ponto do Evangelho segundo S. Mateus e não hesita em caluniar a sublime virgem de Nazaré, e, desgraçadamente, até com o título de espíritas e cristãos surgem acusadores irreverentes, atrevidos, negando fé ao Evangelista; mas não houve forças que arrancassem esse episódio do Evangelho e chegou o dia em que, pela maravilhosa mediunidade de Mme. Collignon, o fato foi literalmente confirmado e depois disso numerosos outros médiuns têm repetido a mesma explicação.

            A explicação espírita do aparecimento de Jesus deu nova vida ao Evangelho e por isso mesmo desencadeou as fúrias das trevas contra o Espiritismo, cujo primeiro ponto que entraram a combater foi a obra recebida pela Sra. Collignon; para, em seguida, atacarem os outros aspectos cristãos da Doutrina: a prece, "O Evangelho segundo o Espiritismo", as outras obras de Kardec, e, finalmente, proclamam que só se deve conservar o aspecto científico do Espiritismo. Entram, então, a discutir a mediunidade, lançam a dúvida quanto à real intervenção dos Espíritos nas comunicações e por fim negam a sobrevivência. Tem sido esse o curso fatal da obra das trevas em diversos países, mais notadamente na França e na Itália.

            Por mercê de Deus, no Brasil a obra de Roustaing está de pé e por isso o aspecto religioso e construtivo do Espiritismo tomou entre nós impulso incomparável com o- de qualquer outro país. Neste ano de 1946 as obras de Kardec, e mais notadamente "O Evangelho segundo o Espiritismo", chegaram a edições maiores do que todas as precedentes.

            Em grande parte devemos essa prosperidade à Direção de Emmanuel, quer agindo diretamente como instrutor em livros destinados a brilhante futuro e pela imprensa periódica, quer como Diretor, organizando o trabalho para numerosos outros Espíritos superiores. Ao todo, já aparecem mais de sessenta Espíritos elevados trabalhando sob a direção de Emmanuel. A obra imensa já consta de perto de trinta volumes destinados a todos os graus de cultura, a ambos os sexos e a todas as idades. Nos últimos meses, está Emmanuel superintendendo a produção de uma série de livros para crianças, dos quais já foram recebidos cinco ou seis, mas nenhum ainda foi impresso. Pela rapidez da produção, podemos prever uma biblioteca infantil tão preciosa quanto a outra já publicada para adultos.

            Não podemos asseverar que a mensagem de 1861 seja do mesmo Emmanuel que hoje anima os movimentos espírita e esperantista no Brasil, mas temos muita razão de supor que seja o mesmo, não só pelo pseudônimo igual, como pela semelhança de ideias.

            De qualquer sorte ouvimos repetido a cada instante o nome simbólico = Deus conosco, que relembra a profecia de Isaías, cumprida e confirmada pelos Evangelistas Mateus e Lucas e explicada pelo Espiritismo, ligando assim as três Revelações num todo harmonioso e sublime. A primeira veio mediunicamente por Moisés que recebeu diretamente do mundo espiritual os dez mandamentos; a segunda foi anunciada pelos Espíritos a Zacarias (Lucas, 1:11 a 15) e a Maria (Lucas, 1:26 a 38); a terceira vem por numerosos Espíritos e diferentes médiuns por toda a superfície do globo e confirma as duas precedentes.          

            Tanto no relato de Mateus acima citado, confirmando a profecia de Isaías, quanto no de Lucas, ficou declarado que Jesus, ou Emmanuel, expressão de Deus conosco, viria ao nosso mundo como Espírito, sem a geração material e a encarnação física comum aos homens do planeta. Os dois relatos ficaram para sempre escritos, mas não foram compreendidos senão 1866 anos mais tarde, quando veio a lume a "Revelação da Revelação", de J. B. Roustaing, e mesmo então por um número pequeno de pessoas. É necessário ainda muito tempo, grande evolução da Humanidade, para entendermos a Terceira Revelação; porém, isso não importa, porque não depende tanto de compreensão quanto de sentimentos o nosso progresso espiritual. O fato que todos já podemos compreender, pelo menos os que estudamos a Terceira Revelação, é que elas se completam e o nome cunhado por Isaías - Emmanuel - é hoje um símbolo para os espíritas brasileiros.

            O nome "Emmanuel" só aparece três vezes na Bíblia - em lsaías, 7:15; 8:8; e em Mateus, 1 :23 - mas na literatura espírita brasileira já aparece em milhares ou milhões de lugares, entrando cada dia mais para o coração dos espíritas

Nenhum comentário:

Postar um comentário