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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Religião Espírita

O Céu e o Inferno


Religião Espírita
I. Pequeno / Antonio Wantuil


Reformador (FEB) Agosto 1947

            Pelos jornais católicos, qual acontece no momento, os padres constantemente procuram demonstrar que o Espiritismo não é uma religião.

             Visam, com tal propaganda, convencer o Governo de que estamos fora da lei e de que a Constituição do País, no seu Capítulo referente aos direitos das organizações religiosas, nada tem que ver conosco.

            O plano é diabólico, está-se a ver. Examinemo-lo, porém, as bases.

            Quando surgiu o Cristianismo, o seu fundador disse repetidamente que não veio destruir a religião existente - o Judaísmo; pregava nas sinagogas judaicas e jamais proibiu que alguém seguisse o Judaísmo. Quando se referia aos seus ensinos, anunciava-os como o Evangelho do Reino, ou, seja, como a Boa-Nova, que não viria destruir, mas cumprir a Lei.

            Ao surgir o Espiritismo o mesmo disseram os Espíritos a Kardec, e, por isso, o Codificador lhes registou o ensino.

            Depreende-se das palavras de Jesus - e das pronunciadas pelos Espíritos que- não existem religiões, pois que a Lei é uma só.

            Os católicos, porém, fundaram o seu agrupamento e passaram a considerá-lo como uma religião à parte, desmembrada do Judaísmo e com adaptações à religião então dominante em Roma - o Paganismo.

            Também Kardec, três meses antes do seu decesso, verificando a necessidade dessa classificação humana passou a considerar o Espiritismo como religião, conforme se lê em sua Revue Spirite, de Dezembro de 1868.

            Assim, se a palavra do fundador do Espiritismo tem menos valor que a opinião de terceiros, perguntaremos: em quem se basearam os padres para dizer que o Catolicismo é uma religião? Se o Espiritismo não for considerado religião; com muito mais razão o Catolicismo não o deve ser.

            Se se basearem em opiniões de terceiros, que não na de Kardec, também poderemos afirmar que o Catolicismo não é uma religião, mas um agrupamento político, como o classificaram Rui Barbosa e muitos outros.

            Se considerarem, porém, o termo - RELIGIÃO - como significando esse amontoado de dogmas humanos e de cerimônias herdadas do Paganismo, nesse caso seremos os primeiros a assegurar que o Espiritismo não é uma religião; entretanto, etimologicamente e sem deturpações, o Espiritismo não é em verdade uma religião, mas a religião, porque é a única que não condena os adeptos de outros agrupamentos às caldeiras de Belzebu.

            Assim, pois, o Espiritismo é a verdadeira religião, porque é também a única que assevera a salvação de todas as criaturas, a religação delas ao ponto de partida – Deus -, pertençam essas criaturas a este ou àquele agrupamento religioso cá da Terra.

            O Espiritismo é, ainda, a religião, a verdadeira, porque não oriunda dos homens, mas dos ensinamentos do Consolador prometido pelo Cristo de Deus.


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