Pesquisar este blog

terça-feira, 8 de outubro de 2013

'O Escândalo' (a palavra de Mateus)


O  Escândalo                          

18,7   Ai do mundo por causa dos escândalos, porque é necessário que venham escândalos, mas ai daquele por quem o escândalo vier.
18,8 Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti: Melhor te é entrar na vida coxo ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres  lançado ao fogo eterno.
18,9 Se teu olho te leva ao mal, arranca-o e lança-o longe de ti; é melhor para ti entrares na vida eterna cego de um olho que, seres jogado, com teus dois olhos, ao fogo eterno.

          Para Mt (18,7-9), -O Escândaloencontramos a palavra de Kardec, no Cap. VIII de “O Evangelho...”:
           
            “No sentido evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão frequentemente empregada, é sempre mais geral e, por isso, não se lhe compreende a acepção em certos casos. Não é mais, somente, o que ofende a consciência de outrem, é tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições dos homens, toda reação má de indivíduo para indivíduo, com ou sem repercussão. O escândalo, nesse caso, é o resultado efetivo do mal moral.”

            “É preciso que haja escândalo no mundo, disse  Jesus, porque os homens, sendo imperfeitos sobre a Terra,  são inclinados a fazer o mal, e as más árvores dão maus frutos. É preciso, pois, entender por essas palavras que o mal é uma conseqüência da imperfeição dos homens, e não que haja para eles a obrigação de praticá-lo.”
              
          Para MT (18,8), -Escândalos - trouxemos a palavra de Emmanuel por Chico Xavier, conforme encontrado em “Caminho, Verdade e Vida”:

            “Unicamente a reencarnação esclarece as questões do ser, do sofrimento e do destino. Em muitas ocasiões, falou-nos Jesus de seus belos e sábios princípios.

            Esta passagem de Mateus é sumamente expressiva.

            É indispensável considerar que o Mestre se dirigia a uma sociedade estagnada, quase morta.

            No concerto das lições divinas que recebe, o cristão, a rigor, apenas conhece, de fato, um gênero de morte, a que sobrevêm à consciência culpada pelo desvio da lei; e os contemporâneos do Cristo, na maioria, eram criaturas sem atividade espiritual edificante, de alma endurecida  e   coração   paralítico.  A   expressão
melhor te é entrar na vida” representa solução fundamental. Acaso, não eram os ouvintes pessoas humanas?  Referia-se, porém, o Senhor à existência contínua, à vida de sempre, dentro da qual todo espírito despertará para a sua gloriosa destinação  de eternidade.

            Na elevada simbologia de suas palavras, apresenta-nos  Jesus o motivo determinante dos renascimentos dolorosos, em que observamos aleijados, cegos e paralíticos de berço, que pedem semelhantes provas como períodos de refazimento e regeneração indispensáveis à felicidade porvindoura.

            Quanto à imagem do “fogo eterno”, inserta nas letras evangélicas, é recurso muito adequado à lição, porque, enquanto não se dispuser a criatura a viver com o Cristo, será impelida a fazê-lo, através de mil meios diferentes; se a rebeldia perdurar por infinidade de séculos, os processos purificadores permanecerão igualmente como o fogo material, que existirá na Terra enquanto seu concurso perdurar no tempo, como utilidade indispensável à vida física.”

            Ainda para  Mt (18,7) -É necessário que venham escândalos...- leiamos “Livro da Esperança” de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse furtar um filho querido de toda relação com os revezes do mundo.

        Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de exceção.

            Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria exclusivamente na estufa, durante a fase do berço e, posto a cavaleiro de perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se-ia numa cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de mimos.

            Não frequentaria qualquer educandário, a fim de não aturar professores austeros ou sofrer a influência de colegas que não lhe respirassem o mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto doméstico, apreciaria unicamente os assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe escolhesse. Isolar-se-ia de todo o contato humano para não arrostar problemas e desconheceria todo o noticiário ambiente para não recolher informações que lhe desfigurassem a suavidade interior.

            Candura inviolável e ignorância completa. Santa inocência e inaptidão absoluta.

            Chega, porém, o dia em que o genitor, naturalmente vinculado a interesses outros, se ausenta compulsoriamente do lar e, tangido pela necessidade, o moço é obrigado a entrar na corrente da vida comum.

            Homem feito, sofre o conflito da readaptação, que lhe rasga a carne e a lama, para que se lhe recupere o tempo perdido e o filho acaba enxergando insânia e crueldade onde o pai supunha cultivar preservação e carinho.

            A imagem ilustra claramente a necessidade da encarnação e da reencarnação do espírito nos mundos inumeráveis da imensidade cósmica, de maneira a que se lhe apurem as qualidades e se lhe institua a responsabilidade na consciência. Dificuldades e lutas semelham materiais didáticos na escola ou andaimes na construção; amealhada a cultura ou levantado o edifício, desaparecem uns e outros.

            Abençoemos, pois, as disciplinas e as provas com que a Infinita Sabedoria nos acrisolam as forças, enrijando-nos o caráter.


            Ingenuidade é predicado encantador na personalidade, mas se o trabalho não a transfigura em tesouro de experiência, laboriosamente adquirido, não passará de flor preciosa a confundir-se no pó da terra, ao primeiro golpe de vento. ”                                                

Nenhum comentário:

Postar um comentário