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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fabiano de Cristo





Fabiano de Cristo


Adaptação do livro
“Fabiano de Cristo - O peregrino da Caridade”,
de Roque Jacintho.

            Antes era José de Anchieta. De retorno à carne, era Barbosa. Quando jovem português, era pobre. Imigrou para o Brasil. Fez-se comerciante. Enriqueceu. Socorreu a família pobre que ficara em Portugal. Mas, algo ardia-lhe no peito. Como homem comum, poderia dizer-se que já se realizara. Porém, era das coisas do espírito com que se sobressaltava. Inquieto, deixava amadurecer sua decisão.
            Um dia, socorre um pobre cidadão, vítima de malfeitores que, em aparente delírio febril, dá passagem a espírito de luz que responde a questão posta em espírito e verbalmente por Fabiano:
            “-Quem és?”
            “-Sou aquele a quem serves, desde muitos séculos! Voltaste a procurar-me, após te cansares de juntar os bens da Terra. E me encontraste, onde sempre há um pedaço de minha alma: no coração de cada aflito.”
            Fabiano deu tudo que tinha e seguiu, iniciando a entesourar, de novo, os tesouros eternos. Fixou-se no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. Tornou-se franciscano. Reaprendia a servir.
            Iniciava-se como porteiro da instituição. Sozinho, era sempre de seu patrono - Francisco de Assis -  que sentia a presença e o consolo através de  emanações de amor. Conviveu com escravos, pedindo-lhes pelo sacrifício da liberdade física em prol da liberdade da alma, lembrando as palavras de Jesus “ Bem-aventurados és, tu que choras, porque serás consolado.
            Lutar contra os poderosos que controlavam o tráfico, como? Rezava por eles, pedindo ao Senhor que se lhes abrandassem os corações.
            Ajusta conflitos entre casais,  cuida e cura crianças obsidiadas através de vibrações de seu amor,  recupera suicida potencial mostrando-lhe quais devem ser os reais valores de um encarnado. (suicídio -  não é  porto de chegada, mas a travessia de uma grande tormenta. É o princípio de todas as dores e de tormentos infindos, porque a vida é eterna), dá a visão a cegos, não a visão material mas aquela que consola, que  mostra a luz eterna da  paciência.
            É depositário da confissão de  um assassino fortuito. Sofre muito. Sua dor chega ao culpado que resolve confessar-se às autoridades. O culpado o escutara, escutara o silêncio de suas preces.
            Fabiano é colocado no caminho de terrível vingança com origem na infidelidade. Tão grande  o amor que a partir dele se expande que o vingador como que se desarma, arrependendo-se antes de executar o passo em falso, origem de muitas dores futuras.
            Nas crises financeiras, na eterna busca por recursos sempre escassos para o atendimento à carentes de toda a natureza era Fabiano que liderava as movimentações. Bateu à porta daqueles que como ele, foram depositários de fortuna. Reencontrou muitos com a vida. Aos pobres deu alimento como também o pão da vida. Dizia ele:
            “-Se lhes falta alguma coisa na despensa, falta-lhes, igualmente, a esperança no coração.”
            Clamou por saúde já que carregava uma perna permanentemente em dor. Erisipela. Respondeu-lhe Jesus:
            “-Se servi ao Pai na cruz, de mãos e pés atados por cravos, como não servires a Deus com pernas e braços livres?”
            E assim seguiu Fabiano entre crianças, moribundos, prostitutas e curas por misericórdia divina.
            Fabiano de Cristo desencarna em 17 de outubro de 1747, tendo previamente avisado seus superiores desta data. O pai dos pobres retornava a pátria espiritual.
            O Rio de Janeiro como que perdia seu consolador não fora a decisão de Fabiano em permanecer na Terra em auxílio a todos os que sofrem.


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