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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Coitado... Eu!?!


               
             Hábito tradicional, piedoso mesmo, mas de absoluto negativismo, é essa exclamação:  “-Coitado!...” ou “-Coitada!...” Essa exclamação tem poder mórbido, capaz de fazer descer o nível moral de quem mereceu tal comiseração. Se a vida coloca pedras e precipícios em nosso caminho é porque quer que os enfrentemos, conscientemente, sabendo que nos compete romper todos os obstáculos para que conquistemos algo.  

            Não é coitado quem vive situação difícil, física ou moral; é apenas uma criatura numa experiência necessária, que precisa de estímulo que lhe alimente a coragem e a resistência, mas não de piedade.

            Ninguém é coitado no mundo. Os que levam a cruz do sacrifício precisam de um Cirineu, é certo, mas não de um derrotista.

            Devemos romper com os velhos hábitos e adotar maneiras condizentes com o que a vida espera de nós. A evolução não pára nem retrocede. Caminhar com evolução é ser positivo, é encarar as coisas, por mais desagradáveis que sejam, com otimismo sadio e serena confiança, não vestindo de luto a vida que nos dá tantas oportunidades de sermos felizes e de vivermos alegres. Só podemos dar o que possuímos. E, se vivemos nos lamuriando com pena de nós mesmos, se nos achamos “coitados” quando atravessamos uma crise, então para oferecer aos companheiros de jornada só teremos essa piedade doentia.

            Encaremos a vida como escola de aprendizagem e aperfeiçoamento e afastemos da mente as idéias negativas. Compreendendo a razão de ser da vida, não temos o direito de lastimar coisa alguma, em nenhuma situação.

            Compreendamos que tudo o que acontece tem razão oculta, que foge ao nosso entendimento, mas traz sempre uma mensagem de luz e um impulso de progresso.

            O azorrague da dor é a força que nos desperta, orientando-nos, dando-nos visão ou corrigindo-nos a rebeldia ou a indiferença.

            Em futuro não muito distante, tudo nos será claro, e, entendendo a linguagem da vida, a ela obedeceremos sem necessidade de ter pena de nós nem de  ninguém, porque seremos fortes na obediência à Lei de Deus.                

                              Cenyra Pinto              Do livro “Vem !...” (Ed. Lachâtre)       



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