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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Eu não tenho medo da morte.. Tenho pânico!!!!



O Temoda Morte”
               
             “O Céu e Inferno”  de Allan Kardec, em seu Cap. II, traz à baila um tema sobre o qual muitos ainda evitam falar...

            “O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem, tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos.

            A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crêem apresentam-se-nos possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por que?

            Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento.

            Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

            À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim, calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela, nada que se não prenda ao presente; depois dela, tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou da má direção deste.

            A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro.

            Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota, de parte do Espírito encarnado, um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria.

            No Espírito atrasado, a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador.

            Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real, a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza.

            O Temor da Morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote  também a necessidade de viver e o receio da destruição total, igualmente o estimula, secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza.

            Este Temor decresce, à proporção que a certeza aumenta e desaparece  quando esta é completa.”

            Finaliza Kardec, “Os espíritas não temem a morte por não terem dúvidas sobre o futuro, encaram sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não pela porta do nada. ” 

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