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sexta-feira, 17 de maio de 2019

O Orgulho



O orgulho
por Brant Horta
Reformador (FEB) Janeiro 1920

            O orgulho é a manifestação mais ridícula da ignorância, como é a revelação mais perigosa do pecado.

            É o egoísmo mais triste e a cupidez mais louca querendo, nas asas do Ícaro, vencer os segredos dos céus e subir mais alto que Deus.

            É uma espécie de miragem nas trevas, que faz ver reflexos de auroras onde não há senão clarões de fogos-fátuos.

            É o inimigo mais cruel da caridade, porque conduz consigo o Desprezo, a Inveja, a Hostilidade, os Ódios, a Vingança, a Astúcia, o Embuste, a Desumanidade, a Crueldade, e onde estão estes males, está o amor de si próprio, que é o menosprezo de Deus, por conseguinte a negação do Bem.

            É a mais terrível das embriaguezes, porque é a embriaguez do espírito; é a mais triste das cegueiras, porque é a cegueira da alma.

            Assim com o Bem erigiu o seu pedestal na humildade, o Mal assentou o seu trono no orgulho.

            Quem vive no orgulho, vive trancado numa esfera de sombra onde nada mais vê que o seu próprio eu, e onde Deus mesmo não é mais que o reflexo da sua entidade.

            O inferno surgiu da rebeldia que tentou sobrepor-se a Deus.

            Esta revolta nasce da ânsia gulosa de primazia.

            E este desespero devorador de prioridade teve origem no orgulho que embriagou espíritos luminosos, atirando-os na cegueira eterna.

            Quem vive no orgulho não pode viver a vida do Céu, subir ao Senhor, amar o próximo, compreender a Verdade, saborear o Bem, ter a percepção da beatitude, porque quem está no Orgulho não se regenerou e quem não se regenerou não pode entrar no Reino de Deus.

            Se fosse possível partir-se no Inferno o cetro de Satanás - o Orgulho - os anjos rebeldes poderiam voltar ao seio do Senhor, porque estariam curados da cegueira eterna.

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