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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Combate ao ateísmo



Combate ao ateísmo
por Vianna de Carvalho
 Reformador (FEB) Jan 1920

            No último Consistório secreto, o atual chefe do catolicismo (Bento XV) – não da cristandade que é coisa absolutamente diversa – instruiu o Episcopado para que volte suas baterias contra o materialismo.

            O papa já excomungou a Teosofia, deu ordens relativas à extirpação do Espiritismo e das ideias protestantes. Agora, encara, frente a frente, o problema ateísta. Foi necessária a irrupção do bolchevismo na Europa, com tendências avassaladoras, para despertar o zelo pontifício na eliminação de princípios negativistas que se infiltram nas populações do velho continente.

            Há dezenas de anos que o materialismo faz seu curso pernicioso, corrompendo sobretudo a mocidade das faculdades superiores de ensino.

            A igreja permaneceu indiferente e calada ante essa inoculação de incredulidade no espírito das novas gerações.

            Mas, investia furiosamente se opondo á divulgação do Espiritismo que é, sem dúvida, o maior antídoto à infecção materialista em todas as suas manifestações.

            A razão dessa atitude se explica facilmente: o Vaticano compreendeu que era impossível reconquistar, com o absurdo revoltante dos dogmas, as classes ilustradas, inteligências saturadas de conhecimentos positivos.

            Restava a multidão que não raciocina e sustenta o comércio dos sacramentos.

            A esta, os fatos da ciência são como se não existissem.

            E, como a doutrina dos espíritos pode ser assimilada pelos homens simples e conduzem ao alijamento da bagagem católica, se impunha a sua condenação de qualquer forma.

            A teologia rançosa considerou-a qual terrível rival e moveu-a ataques desleais a ver se conseguia arreda-la do campo das competências religiosas.

            Enquanto isso, as concepções da filosofia niilista pairavam no alto, nos areópagos das academias.

            Presentemente, porém, a cena se mudou.

            O povo começa a executar as ilações das teorias dissolventes outrora defesas à sua curiosidade. Houve, amplificação de contágio pelos veículos da imprensa, dos comícios e associações libertárias.  

            E a igreja vê-se assediada por mais outro elemento de destruição.  

            Nesta conjuntura sem remédio, recorre a argumentos da fé, exaltando o valor do Deísmo quando, no fundo, apenas defende o próprio interesse comprometida pelas correntes do socialismo revolucionário.

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