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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A Nossa Política



                           Trecho de um artigo de Roberto Macedo publicado em 
                      Reformador (FEB) Novembro 1946 sob o título ‘A Nossa Política’.

           " ....A Política é essencialmente mundana e visa o governo transitório dos homens; a Religião é essencialmente divina e visa a regeneração eterna dos espíritos. Se puderem nossos confrades, sem violentar a linha de suas provas, afastar-se do braseiro das paixões, tanto melhor para eles. Voluntariamente, coletivamente, é que nos parece menos aconselhável irmos ao encontro do perigo, possibilitando assim o escândalo, tão natural nos homens em épocas de fermentação ideológica, mas tão impróprio nos discípulos d'Aquele que ensinou a mansidão e mandou dar a César o que é de César. Dando a Deus o que é de Deus, estaremos cumprindo o nosso dever moral unanimemente aceito e proclamado; procurando alistar-nos nas hostes de César, estaremos suscitando divergências até mesmo entre nós. Se neutralidade de opinião não existe entre cristãos conscientes do seu direito de pensar, a neutralidade de ação talvez constitua... o mais saudável dever para o confrade propenso à política. Pode ele concorrer para a vitória de sua parcialidade - pelo voto, como arma cívica, - pela prece, como arma divina. A intervenção espontânea no campo da luta, fora dos muros da Doutrina, convém evitar sempre que possível. Lembremo-nos de que o triunfo irresistível dos ideais cristãos depende menos da nossa cooperação individual que da orientação dos Guias e do gradual amadurecimento da Humanidade. Houve, é certo, entre os fundadores da Federação, alguns participantes da Política. Eram, porém, homens cheios de amor, como todos os pioneiros, e atuavam num ambiente menos impregnado de cóleras...   Demais. abandonaram a Política, renunciando ao mundo, quando lhes pareceu oportuno; a última palavra ficou, pois, com a Espiritualidade. Não insinuamos que eles errassem, nem que errem os crentes cujo livre arbítrio os conduza aos campos de batalha da Política. É um direito. Será um dever'? Nosso dever, cremo-la firmemente, é o de nos esforçarmos para sermos os eleitos de Deus."

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