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terça-feira, 4 de outubro de 2011

'A Regra de Ouro'



A  Regra  de  Ouro

 7,12  Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Porque esta é a lei e os profetas.

         Para Mt (7,12) -A Regra de Ouro - temos, no Cap.XI de  “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Alan Kardec, o que se segue:
           
            “...O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados á altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais. Feliz aquele que, ultrapassando sua humanidade ama com amplo amor seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece a angústia da alma, nem a miséria do corpo, seus pés são leves, e vive transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina - Amor - ela fez estremecer povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.”     (Instruções dos espíritos - Lásaro, Paris, 1862)   

           
        Para Mt (7,12) -A regra de Ouro - temos em “Segue-me!”, de Emmanuel por Chico Xavier:

        “Para extinguir a cultura do ódio nas áreas do mundo, imaginemos como seria melhor a vida na Terra se todos cumpríssemos fielmente o compromisso de reclamar menos.

        Quantas vezes nos maltratamos, reciprocamente, tão só por exigir que se realize, de certa forma, aquilo que os outros só conseguem fazer de outra maneira!  De atritos mínimos, então partimos para atitudes extremas. Nessas circunstâncias costumamos recusar atenção e cortesia até mesmo àqueles a quem mais devemos consideração e amor; implantamos a animosidade onde a harmonia reinava antes; instalamos o pessimismo com a formulação de queixas desnecessárias ou criamos obstáculos onde as grandes realizações poderiam ter sido tão fáceis. Tudo porque não desistimos de reclamar -na maioria das ocasiões- por simples bagatelas.

        De modo geral, as reivindicações e desinteligências repontam, mais frequentemente, entre aqueles que a Sabedoria Divina reuniu com os mais altos objetivos na edificação do bem, seja no círculo doméstico, seja no grupo de serviço ou de ideal. Por isso mesmo os conflitos e reprovações aparecem quase sempre no mundo, nas faixas de ação a que somos levados para ajudar e compreender. Censuras entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos e amigos. De pequenas brechas se desenvolvem os desastres morais que comprometem a vida comunitária: desentendimentos, rixas, perturbações e acusações.
           
         Para Mt (7,12) - A Regra de Ouro - lemos, no Cap. XVII de  “O Evangelho...”, de  Kardec, o texto que se segue, sob o título:
                                              
 “O Homem De Bem ”

            “O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Se interroga a consciência sobre seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou essa lei; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele; enfim, se fez a outrem tudo o que quereria que se fizesse para com ele.

            Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça e em sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem sua permissão e se submete, em todas as coisas, à sua vontade. Tem fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.

            O homem, possuído do sentimento da caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça.

             Encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, nos felizes que faz, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos.

             Seu primeiro movimento é de pensar nos outros antes de pensar em si, de procurar o interesse dos outros antes do seu próprio. O egoísta, ao contrário, calcula os lucros e as perdas de toda ação generosa.

            Ele é bom, humano e benevolente para com todos, sem preferência de raças nem de crenças , porque vê irmãos em todos os homens. Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema àqueles que não pensam como ele.

            Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia; diz a si mesmo que aquele que leva prejuízo a outrem por palavras malévolas, que fere a suscetibilidade de alguém por seu orgulho e seu desdém, e que não recua à ideia de causar inquietação, uma contrariedade,  ainda que leve, quando pode evitá-lo, falta ao dever de amor ao próximo, e não merece a clemência do Senhor.

            Não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece, e não se lembra senão dos benefícios; porque sabe que lhe será perdoado como ele próprio houver perdoado.

            É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: aquele que está sem pecado lhe atire a primeira pedra. Não se compraz em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência. se a necessidade a isso o obriga, procura sempre o bem que pode atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha, sem cessar, em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a poder dizer a si mesmo no dia de amanhã, que há nele alguma coisa de melhor do que na véspera.

            Não procura fazer valorizar nem seu espírito, nem seus talentos às expensas de outrem; aproveita, ao contrário, todas as ocasiões para ressaltar as vantagens dos outros. Não se envaidece nem com a fortuna, nem com as vantagens pessoais, porque sabe que tudo o que lhe foi dado, pode lhe ser retirado. Usa, mas não abusa, dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito do qual deverá prestar contas, e que o emprego, o mais prejudicial para si mesmo, é de fazê-los servir à satisfação de suas paixões.

            Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, ele os trata com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa de sua autoridade para erguer-lhes o moral e não para os esmagar com o seu orgulho; evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa. O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição e tem o escrúpulo em cumpri-los conscienciosamente. O homem de bem, enfim, respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza, como
gostaria que os seus fossem respeitados.”

            Dediquemos à solução do problema as nossas melhores forças, buscando esquecer-nos, de modo a sermos mais úteis aos que nos cercam, e estejamos convencidos de que a segurança e o êxito de quaisquer receitas de progresso e elevação solicitam de nós a justa fidelidade ao programa que a vida estabelece em toda parte, a favor de nós todos: reclamar menos e servir mais.”         

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