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domingo, 9 de junho de 2013

O erro não vence a verdade



O erro
não vence a Verdade
Tibúrcio Barreto(?)
Reformador (FEB) Jan 1959

            A atual ofensiva da Igreja Católica contra o Espiritismo está inspirada em ideias materialistas. Negando os fenômenos espíritas, a começar pela materialização, a Igreja nega concomitantemente os "milagres" que se encontram no Velho e no Novo Testamento. Só os materialistas é que se opõem radicalmente à ideia de que são possíveis os suficientemente provados fenômenos espíritas.

            Recusando-se a aceitar a materialização e a reencarnação, a Igreja defende justamente o que é absurdo por ilógico: a ressurreição. Não há nada neste mundo que possa fazer reviver um corpo morto, realmente morto. Como diz Kardec, "o Espiritismo, que nunca fez milagres, também não faz esse". Se a Igreja afirma que a alma dos mortos vai para o inferno, o purgatório ou o céu, evidentemente essa alma não se faz acompanhar do corpo carnal respectivo. Este baixa ao túmulo e fica logo sujeito à desintegração da matéria orgânica. Destrói-se. Nestas condições, não é possível que a alma possa reocupá-lo, por ocasião da ressurreição, porque ele não mais existe. Terá que ser requisitado outro... Como se vê, a ideia é infantil e esdrúxula. O Espiritismo ensina o que é razoável e compreensível: "O Espírito, fluídico, inteligente, este não baixa à campa com o grosseiro invólucro, que lá fica definitivamente. Separa-se dele no momento da morte, e nada mais têm de comum entre si." ("O que é o Espiritismo".) A Igreja aceita a realidade das manifestações de Espíritos, embora em geral os considere maléficos, aos quais chama "demônios", que outra coisa não significa senão "Espíritos".

            O fato de a lei mosaica proibir a evocação de mortos é uma prova de que essa evocação é possível, do contrário não haveria necessidade de proibi-la. À vista da ignorância de outros tempos; unida a preconceitos sectários e a estreitos pontos de vista pessoais, era mesmo desaconselhável o entendimento com o Invisível, o que não deixou de ser útil naquela época, pois então os homens eram mais inclinados às coisas terrenas que nos tempos atuais. Convirá que o leitor que ainda não conheça "O Céu e o Inferno", de Allan Kardec, procure ler esse livro, que instrui sobre muita coisa que a evolução humana já abandonou, ajudada pela Ciência e pelo Espiritismo. A realidade incontestável das manifestações espíritas está provada até mesmo pelo Velho Testamento, assim como confirmada pelo Novo. Se desde tempos tão remotos a negação dessa realidade não conseguiu destruí-la, apesar do combate renhido que lhe tem sido movido pelo clero de todas as épocas, é porque a verdade não morre, apesar dos esforços e dos recursos contra ela utilizados. O erro jamais poderia triunfar sobre a verdade. Por isto é que, apesar do espírito intolerante de todas as épocas, a verdade continua de pé. Jesus não disse uma única palavra contra a evocação dos mortos nem contra as manifestações dos Espíritos. O que há na Igreja a esse respeito não foi herdado de Jesus, mas criado pelo clero. “Se os que clamam injustamente contra os Espíritos se aprofundassem mais no sentido das palavras bíblicas, reconheceriam que nada existe de análogo, nos princípios do Espiritismo, com o que se passava entre os hebreus. A verdade é que o Espiritismo condena tudo que motivou a interdição de Moisés: mas os seus adversários, no afã de encontrar argumentos com que rebatam as novas ideias, nem se apercebem de que tais argumentos são negativos, por serem completamente falsos. A lei civil contemporânea pune todos os abusos que Moisés tinha em vista reprimir." ("O Céu e o 'Inferno")

            Kardec insiste: "Que os cépticos neguem a manifestação das almas, vá, visto que nelas não acreditam; mas o que se torna estranhável é ver encarniçar-se contra os meios de provar a sua existência, esforçando-se por demonstrar a impossibilidade desses meios, aqueles mesmos cujas crenças repousam na existência e futuro das almas!" Se o mundo está cheio de cépticos, responsável por isso é a Igreja Católica, que apresentou sempre aos homens muitas verdades falsas. Bastou que o espírito humano ficasse mais esclarecido para que pudesse ir colhendo provas da irrealidade de tais afirmativas. Falhando, a Igreja Católica fez que se substituíssem no coração de muita gente a crença e a esperança em descrença, ateísmo e desespero.

            O Espiritismo veio justamente cumprir sua missão redentora, pondo a Humanidade no verdadeiro caminho, sem ofender lhe a razão, antes nela se apoiando em defesa de sua doutrina.


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