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quarta-feira, 26 de junho de 2013

11. 'Rimas do Além Túmulo' - À alma prisioneira


11
‘Rimas do Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
 Guerra Junqueiro

Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929

Casa Editora Guajarina



À Alma Prisioneira

Ó alma inda na argila encarcerada,
sem o aroma da esfera onde fulgura
a pureza bendita, abençoada,
que  vem do Cristo plena de brandura;

depressa, ó pobre alma, aos gozos da Matéria
foge, das seduções do mundo vicioso,
e sofre com prazer as mágoas, a miséria;
da prece faz um hino à Lei do Deus bondoso.

E que sincero pranto te requeime a face;
carpindo, estás lavando o impuro coração;
as lágrimas que vertes - roseiral que nasce
no Espaço - em regozijo à tua redenção.

Lá, existem etéreos seres elevados,
de vestes cintilantes às quais nunca a traça
os tecidos rompeu, que são de luz formados,
mais puros do que a flor, mais leves que a fumaça.

São esses que na Terra foram desprezados
(mendigos e leprosos, quem lhes dava a mão?)
por isso, foram ao Espaço, coroados
de bênçãos, receber o galardão.

Desejo-vos as glórias dos regenerados,
e que minha palavra em vossos corações
encontre um eco: assim falando aos encarnados
eu recebo ideais consolações.
30 de Janeiro de 1928.


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