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sábado, 1 de dezembro de 2018

Hospitalização Carcerária



Hospitalização Carcerária
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB)  Fevereiro 1977

            Quando tiveres de anotar o comportamento dos irmãos reeducandos, em retiros carcerários, deixa que a compaixão se te instale no espírito, antes que a palavra te configure as considerações.
            Presídios são escolas-hospitais, dignas de apreço.
            Irmãos internados nesses educandários se erigem à posição de enfermos em tratamento espiritual.
            Magistrados desempenham a função de especialistas, cominando preceitos penalógicos, à feição de recursos curativos para a supressão de desequilíbrios determinados.
            E, de nossa parte, devemos ser os irmãos compreensivos de quantos se vejam na condição de doentes da alma, integrando com eles a grande família humana.
            Somos todos Espíritos imortais, companheiros da mesma caminhada evolutiva.
            De que maneira condenar os semelhantes, se não dispomos de meios para analisar-lhes o sofrimento, quando o sofrimento lhes extravasa do ser, em forma de ignorância e doença, obsessão e criminalidade?
            Que espécie de dor terá erguido o braço daqueles que promoveram a destruição do próprio corpo?
            Quem terá impulsionado a mão do homicida contra aqueles que lhe experimentaram os golpes?
            Quantos dias de resistência gastaram os corações queridos, mas ainda inseguros, até que se emaranhassem nas trevas da tentação?
            Que forças invisíveis na Terra induziram ao enfraquecimento e ao desânimo almas belas e cultas, quando desertaram dos compromissos que elas próprias criaram na Causa do Bem?
            E qual teria sido o nosso comportamento se houvéssemos faceado as inquietações e os problemas em que os nossos semelhantes, considerados em erro, se matricularam em rudes provas?
            Meditemos nessas indagações, já que não nos é dado conhecer os dramas da sombra, desde o princípio, a fim de que não venhamos a intensificar os obstáculos de quantos se reajustam, muitas vezes, à custa de tribulações e de lágrimas.
            Entendemos a legitimidade dos tribunais humanos e todos somos chamados a respeitar-lhes as determinações.
            Entretanto, nas trilhas do relacionamento mútuo, situemo-nos todos - todos nós, os Espíritos ainda vinculados à evolução terrestre - ao esquema das consciências endividadas, ante os foros da Divina Justiça. E, longe de agravar as aflições dos nossos irmãos, sob assistência carcerária, auxiliemo-nos na reabilitação das próprias forças, rogando à Misericórdia Divina para que se compadeça de todos nós.

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