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sábado, 1 de dezembro de 2018

Combate ao Ateísmo



Combate ao ateísmo?
por Vianna de Carvalho
Reformador (FEB) Janeiro 1920

            No último Consistório secreto, o atual Chefe do catolicismo – não da cristandade que é coisa absolutamente diversa – instruiu o Episcopado para que volte as suas baterias contra o materiaIismo.
            O papa já excomungou a Teosofia, deu ordens relativas à extirpação do Espiritismo e das ideias protestantes. Agora, encara, frente a frente, o problema ateísta. Foi necessária a irrupção do bolchevismo na Europa, com tendências avassaladoras, para despertar o zelo pontifício na eliminação de princípios negativistas que se infiltram nas populações do velho continente.  
            Há dezenas de anos que o materialismo faz seu curso pernicioso, corrompendo  sobretudo a mocidade das faculdades superiores de ensino.  
            A igreja permaneceu indiferente e calada ante essa inoculação de incredulidade no espírito das novas gerações.
            Mas investiu furiosamente se opondo à propagação do Espiritismo que é, sem dúvida, o maior antídoto à enfermidade em todas as suas manifestações.
            A razão dessa atitude se explica facilmente: o Vaticano compreendeu que era impossível reconquistar, com o absurdo revoltante dos dogmas, às classes ilustradas,  inteligências saturadas de conhecimentos positivos.
            Restava a multidão que não raciocina e sustenta o comércio dos sacramentos.
            A esta, os fatos da ciência são como se não existissem.  
            E, como a doutrina dos espíritos pode ser assimilada pelos homens simples e conduzem ao alijamento da bagagem católica, se impunha a sua condenação de qualquer forma.
            A teologia rançosa considerou-a qual terrível rival e moveu-lhe ataques desleais a ver se conseguia arreda-la do campo das competências religiosas.
            Enquanto isto, as concepções filosofia niilista pairavam no alto, nos areópagos das academias.  
            Presentemente, porém, a cena se mudou.
            O povo começa a executar as ilações das teorias dissolventes outrora defesas à sua curiosidade. Houve amplificação de contágio pelos veículos da imprensa, dos comícios e associações libertárias.  
            E a igreja vê-se assediada por mais outro elemento de destruição.
            Nessa conjuntura sem remédio, recorre a argumentos de fé, exaltando o valor do Deísmo quando, no fundo, apenas defende o próprio interesse comprometido pelas correntes do socialismo revolucionário.


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