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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Desvio de Milênios


Desvio de Milênios
por Antônio Túlio
Reformador (FEB) Jan 1956

            Num precioso livro com o título “Heilung durch den Geist” (Cura através do espírito), Stefan Zweig estuda a arte de curar através dos tempos e demonstra que a medicina primitiva achava-se estreitamente ligada à religião e à moral. Sentia-se que a doença era consequência do pecado, castigado pelos deuses, e só os sacerdotes tinham poder de curar, repacificar o pecador com os deuses ofendidos.

            O tratamento do doente era sempre ato religioso.

            Depois de tal demonstração histórica, o autor nos mostra o renascimento dessa velha convicção em três escolas modernas, sem ligação entre si, que tratam os doentes por processos espirituais, sem drogas nem remédios materiais.

            A primeira citada por ele é de Mesmer, de cura pelo magnetismo, por meio de passes e de sugestão. A segunda é de Mary Baker Eddy, que surgiu nos Estados Unidos com o nome de “Christian Science; (Ciência Cristã) e cura pelo estudo da Bíblia e do livro moral da autora. A terceira é a do médico austríaco Sigmund Freud, Psicanalista, que atribui as enfermidades a recalques morais e os trata por processos morais.

            Segundo Stefan Zweig, esses três processos diferentes de tratar doentes demonstram que o materialismo da Medicina foi um desvio milenário, consequente do triunfo das ideias materialistas no mundo científico, mas não deu resultados satisfatórios e a Humanidade tende a regressar ao método primitivo de ligar medicina com moral e atribuir as enfermidades a erros morais.

            O novo livro de André Luiz – “Nos Domínios da Mediunidade” - não só confirma essas suposições de Stefan Zweig, como vai muito mais longe, porque, conhecendo a reencarnação, pode explicar as doenças e deformidades de nascença as causas remotas das enfermidades, sempre com base em erros morais ou pecados. É o regresso em cheio à medicina primitiva, porém com inteira luz sobre os casos de enfermidades.

            Não só as doenças como todos os outros males que afligem a Humanidade são produtos do pecado, são maus hábitos velhos ou novos que têm de ser corrigidos para que o homem entre no caminho da saúde e da felicidade reais.

            Quando toda a Humanidade conhecer estes ensinamentos e os aceitar integralmente, como terá de ser um dia, mais cedo ou mais tarde, medicina e moral se fundirão num só grupo de conhecimentos práticos para criar a Humanidade nova do porvir.

            Não importa que o materialismo médico já tenha milênios de existência e que tenha feito belas e úteis descobertas. O Materialismo tem que desaparecer, porque o futuro pertence ao Espírito, como nos diz Emmanuel no prefácio do mesmo livro, e essas belas aquisições da Ciência irão auxiliar a compreensão da parte espiritual das enfermidades.

            Não haverá a dualidade Ciência e Religião de hoje, mas um só grupo de conhecimentos de aplicação prática na vida. Moralidade será sinônimo de saúde e imoralidade terá o mesmo sentido de doença. Sacerdote, médico, moralista, será o mesmo Mestre.

            Quem aceite os ensinos de André Luiz no livro “Nos Domínios da Mediunidade” não tem que esperar essa evolução da Ciência para mudar sua conduta; ao contrário, tem que ser pioneiro da nova ideologia e demonstrar que à transformação moral corresponde o melhoramento na saúde, salvo quanto às fundas raízes no terreno escuro do passado que não poderão ser removidas subitamente, porque terão ainda que produzir seus penosos esforços. Por haver mudado de conduta, o criminoso não fica absolvido dos crimes do passado, pelos quais já esteja condenado, apenas não cometerá novos crimes para o futuro e poderá receber diminuição da pena, levada em conta sua boa conduta na penitenciária. Isto na justiça humana. Na Justiça Divina se dará coisa ainda melhor: o condenado cumprirá com perfeita resignação o resto da pena, recebendo desde já alegrias novas e maiores energias pela perfeita observância ativa da Lei.  

            O Espiritismo não é somente a delícia de encantadores conhecimentos que nos levam à adoração, como a Astronomia, é mais: é um Código de conduta obrigatório para todos.


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