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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Saudade vazia


Saudade Vazia

Jorge Faleiros por Chico Xavier

Reformador (FEB) Agosto 1963

 

Desde muito chorava o belo filho morto,

Num desastre de mar em suntuoso falucho (barco à vela),

Triste, a fidalga anciã vivia em pranto e luxo,

No esplêndido solar ao pé de velho porto...

 

Certo dia, a criada, em rijo desconforto,

Dá-lhe um pobre enjeitado, um magro pequerrucho,

Ela clama: “Não quero! Isto é morcego e bruxo,

Tem na face do monstro o nariz feio e torto!...”

 

E a dama solitária, em angústia insofrida,

Atravessou a morte e acordou noutra vida,

Buscando ansiosa e rude, a afeição do passado...

 

Debalde soluçou, na lição do destino...

Ao desprezar na Terra o infeliz pequenino,

Recusara, orgulhosa, o filho reencarnado.


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