Pesquisar este blog

domingo, 11 de fevereiro de 2018

A Derrubada


A Derrubada
Casimiro Cunha
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Junho 1943


Rangem troncos seculares
À força do lenhador.
É o machado formidando
No impulso renovador.

Toda a floresta se agita
Nas terríveis convulsões,
Continua a derrubada
Que precede as plantações,

Sol quente. Suor. Serviço.
E as árvores vigorosas
Estraçalham com fragor
As frondes cariciosas.

Após o trabalho ingente,
A invasão do fogaréu,
Fumo espesso devorando
A doce amplidão do céu.

Gritam aves assustadas,
Sem ninho, sem paz, sem guia.
Animais inferiores
Vão fugindo em correria.

Depois, ainda, é a coivara,
Completando a grande prova,
É o termo da derrubada
A favor da vida nova.
Somente aí são possíveis
Pasto verde, espiga loura,
Pomares e sementeiras.
Celeiro, casa e lavoura.

Já observaste que o homem,
Ao longo de toda estrada,
Precisa também, por vezes,
Das foices da derrubada!

É a dor proveitosa e rude,
Surgindo em golpes violentos,
A força que retifica
A mata dos sentimentos.

Sem trabalho, não teremos,
No caminho universal,
Nem casa com Jesus Cristo.

Nem pão espiritual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário