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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Somos devedores porque possuidores



 Somos devedores –
 porque possuidores


         Sou devedor a gregos e bárbaros, a sábios e ignorantes. Da minha parte, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós, em Roma.
            Pois não me envergonho do Evangelho, porque é virtude divina para dar salvação a todo o homem que crê, em primeiro lugar para o judeu, mas também para o gentio. Pois nele se patenteia que Deus justifica pela fé e para a fé, conforme está escrito: “O justo vive da fé.”   (Rom 1, 14 ss)



 
            Homem, que te julgas proprietário da fortuna que possuis!...
           
            Homem, que te dizes dono da ciência que adquiriste!...
           
            Homem, que te arvoras em possuidor das graças que recebeste!...
           
            Oh! Como vives iludido, pobre homem!...
           
            Não és dono de coisa alguma – és apenas depositário, administrador...
           
            O único dono e proprietário é Deus.
           
            Foste por Ele encarregado de administrar, por alguns anos, os cabedais da inteligência, da graça, em benefício teu e em benefício de teus semelhantes.
           
            “Amarás o teu próximo como a ti mesmo...”
           
            És depositário de grandes riquezas? De um vasto saber? De grandes favores divinos?
           
            Pois, sabe, ó homem, que de tudo isto és devedor, não somente a Deus, mas também ao próximo -- devedor a “gregos e bárbaros, devedor a sábios e ignorantes.”
           
            O Evangelho é anticomunista e anticapitalista. Toda a propriedade tem função social.
           
Todos nós somos devedores do próximo, e tanto mais devedores quanto mais possuidores de bens materiais e espirituais...

                                                       

Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  


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