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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

'O Livro dos Espíritos' e o Demonismo


'O Livro dos Espíritos' e o Demonismo

A Redação
Reformador (FEB) 16 de Junho de 1917

            Há sessenta anos, foi publicado “O Livro dos Espíritos”.  

            Porque este título em oposição às ideias predominantes, cientificas e religiosas?

            Encontramos a explicação nos subtítulos audaciosos. O livro continha (textualmente) os princípios da doutrina espírita sobre a natureza dos seres do mundo incorpóreo, suas manifestações e relações com os homens, sobre as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da humanidade.

            Foi ditado e publicado por ordem de espíritos superiores. Em épocas anteriores, houve comunicações entre espíritos desencarnados e encarnados mas andavam envoltas em mistérios, em lendas, fábulas e superstições.

            Recebendo revelações do mundo espiritual, pode Allan Kardec organizar a doutrina espírita. “Os espíritos anunciam, disse o Mestre, que são chegados os tempos marcados pela Providência para uma universal manifestação e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes da vontade divina, a sua missão é instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da humanidade. Este livro é um resumo de seus ensinamentos. Foi escrito por ordem e sob o ditado de espíritos superiores para servir de fundamento a uma filosofia racional, despida de preconceitos. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sofrido o seu exame. 

            A ordem e a distribuição metódica das matérias como as observações e a forma de algumas partes da redação são somente a obra daquele que recebeu a missão de publica-lo”.

            Há mais de meio século essa obra fundamental, publicada em numerosas edições e em várias línguas, tem sido estudada, comentada, submetida a exame e à crítica.

            Os seus princípios estão firmes.

            Percorrei os capítulos d’ O Livro dos Espíritos.

            Vede as soluções dadas pelos reveladores às grandes questões humanas, aos grandes problemas que interessam à humanidade.

            Depois das noções gerais insertas na primeira parte, as revelações, cada qual mais instrutiva, versam sobre o mundo dos espíritos. Allan Kardec coordenou em seguida as leis morais, entre as quais prima a lei do progresso, e encerrou os ditados com os capítulos sobre as esperanças e consolações.

            Na conclusão, o Mestre nos apresentou um resumo da doutrina revelada, encarando-a sob vários aspectos.

            A doutrina regeneradora está vitoriosa em toda linha.

            Para ela volve a humanidade, nesta predita hora amarga de tormento...

            Quando se revelam os Espíritos, nossos irmãos do espaço, mensageiros do Senhor, quando se ergue entre os escombros do presente, essa construção magnífica - a Nova Revelação, que vem reafirmar o ensino evangélico, expurga-lo das glosas humanas, faze-los resplandecer e frutificar, o farisaísmo, ostentando, como outrora em Jerusalém, o seu luxo, a sua vaidade, o seu orgulho e poderio nos templos de pedra, renova, reproduz e repisa as
antigas acusações. A mesma assacadilha de enviado de Satã, dirigida ao Cristo, é reeditada contra o Espiritismo.

            Comparai os princípios da doutrina espírita, expostos na obra imortal de Allan Kardec, com as invenções mesquinhas e ridículas do demonismo clerical.

            Os fariseus, que estão retratados nos Evangelhos - e o Cristo se dirigiu, fulminando-os, a todos eles presentes e futuros, - os fariseus, dizíamos, precisam manter o mito do diabo. Dele necessitam para a exploração da indústria religiosa. É fonte de renda. É instrumento de governo.

            Lamentamos a situação dos que, pretendendo, segundo dizem, dirigir almas, exploram a ignorância e caem debaixo da divina apóstrofe:

            “- Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!”


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