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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Direitos e Deveres


Direitos e Deveres
por Vínicius
Reformador (FEB) Novembro 1939

           Todas as rixas, leves ou graves, entre os povos e indivíduos, se originam da defesa ou da disputa de direitos. Ninguém quer abrir mão dos que tem, todos querem conquistar os que não têm.

Jesus foi o único que abdicou de todos os direitos próprios, para cumprir os deveres alheios. Em tal se funda sua escola: cumprir deveres e renunciar a direitos. Semelhante doutrina é a loucura da cruz, que os sábios e prudentes do século não podem conceber nem aceitar.

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O homem primitivo desconhece deveres: usa e abusa do direito, única forma de ação que concebe. O homem do presente cumpre alguns deveres e exerce todos os direitos que pode. O homem do futuro cumprirá deveres e desistirá de direitos.

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Fato curioso: quem acaba adquirindo maior soma de direitos são justamente aqueles que mais se dispõem a despojar-se deles. Renunciar é uma espécie de riqueza que quanto mais se espalha mais se ajunta e multiplica. Quem desiste de um direito que legitimamente lhe assiste, lança no coração da humanidade uma semente que vai produzir cento por um e, assim centuplicada, voltará um dia às mãos do semeador.

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Existem muitas escolas de Direito. Delas procedem os jurisconsultos, os juristas, os magistrados e os causídicos. Todos eles proclamam o grande valor dessa ciência de cuja interpretação se dizem mestres. Não há, no entanto, um templo para o Dever, nem uma academia onde se aprenda essa disciplina. Não é, pois, de admirar que os homens não se entendam e vivam em constantes querelas e disputas a cata da justiça.


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