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terça-feira, 20 de julho de 2021

A perenidade do Espiritismo

 

A perenidade do Espiritismo

por Tasso Porciúncula (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Outubro 1962

            O Espiritismo nos deu elementos para aceitarmos as ideias explanadas nas obras de Allan Kardec, onde a lógica anda ao lado da clareza que leva à compreensão. Saímos do ateísmo a que nos levaram arengas de sacerdotes-papagaios, que nos impingiam paradoxos como o chamado “pecado-original”, afora outros, para uma atitude desconfiada e cética, quando fatos espíritas nos feriram profundamente o sentimento, chamando a nossa atenção para problemas seriamente equacionados.

          Durante anos e anos, sem perdermos o nosso hábito inquiridor nem a preocupação do exame, chegamos a convicção da realidade espírita. Achamos graça quando adversários do Espiritismo acumulam “provas” contra ele. Achamos graça porque, na generalidade, esses pretensos monopolizadores da verdade desprezam os elementos evidenciais da realidade espírita, apegando-se aos já velhos e desmoralizados argumentos de fraude, da mistificação, etc. Ora, nenhum espírita que se preze deste nome age desatenta e invigilantemente. Pelo contrário, procura separar o joio do trigo, pois o que a todos nos interessa é o Espiritismo isento de dúvidas, dessas dúvidas que a má-fé e a ignorância costumam espalhar em todos os setores da atividade humana, até mesmo nos científicos.

          Há dias, um desses megafones do clero, com aquela “pose” de auto suficiência eu os donos da verdade possuem, investiu contra Kardec, “destruiu” a reencarnação, contestou a veracidade do mediunismo, enfim, “acabou” com o Espiritismo!  

          Mas não são esses assalariados da mentira que hão de estabelecer normas invencíveis contra o Espiritismo. Quem pode melhor distinguir a “verdade” deles da verdade espírita são aqueles que, tangidos pela dor, sofrem e não encontram lenitivo em outras religiões tradicionais. Esses sim.

          Quantos católicos correm desesperadamente ao encontro do Espiritismo, a fim de ter aliviados os seus sofrimentos físicos ou morais? Por que o fazem? Deixamos de responder, por simples espírito de caridade...

          Não importa que “destruam” o Espiritismo, que digam que tudo no Espiritismo é fraude, mistificação, mentira. Os fatos se encarregam de demonstrar que a verdade está com os espíritas. Portanto, com esta certeza, oriunda da honestidade do nosso trabalho e da indiscutibilidade da evidência que temos encontrado em anos e anos de contato com o Espiritismo, nada nos preocupa, nada abala a nossa convicção e nenhum receio poderá haver da parte de quem, seja quem for, não é néscio nem ingênuo e sabe perfeitamente o que está fazendo, guiado por um critério inteligente e sadio.

          Os melhores defensores do Espiritismo são aqueles que nele encontram remédio para os seus sofrimentos e lenitivo para as suas dores morais. O resto, pouco importa, porque o Espiritismo é hoje para o mundo o que foi, na antiguidade, o Cristianismo do Cristo para a Humanidade, não esse cristianismo que anda por aí na boca de pregadores insinceros, de pseudo herdeiros de Jesus, que traíram a sua humildade, como traem, a cada passo, os legítimos desígnios do Evangelhos.

          Ataquem o Espiritismo, persigam-no, levem-no á cruz, depois de enxovalha-lo com mentiras soezes, tal como os fariseus perseguiam e insultavam o suave rabi da Galileia. Nada alcançarão, porque, contra o Bem e a Verdade, não prevalecerão o Ódio, a Mentira, a Corrupção e o Dolo. A perenidade do Espiritismo está assegurada pela perenidade do Evangelho do Cristo.


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