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domingo, 1 de dezembro de 2019

Antes do diagnóstico de obsessão



Antes do Diagnóstico de obsessão
Umberto Ferreira
Reformador (FEB) Dezembro 1976

            Frequentemente, são trazidas ao meio espírita pessoas com distúrbios mentais e que são prontamente rotuladas como obsidiadas.

            O conhecimento de todas as causas destes desequilíbrios nos induz, entretanto, a uma atitude mais cautelosa, uma vez que a parasitose mental não é a única causa destas alterações. Não desconhecemos que em praticamente todos estes casos há um componente obsessivo mas o problema surge quando se afirma que em todos eles o fator básico é a obsessão.

            Não se pode esquecer os casos das doenças mentais de fundo orgânico e que invariavelmente constituem expiação.

            Bezerra de Menezes (1) chama a atenção para este fato, quando afirma: “ora, a loucura, como temos demonstrado, é moléstia de fundo orgânico, nuns casos, e é de fundo espiritual, noutros casos; logo a Ciência precisa bem conhecer esta diferença, para variar de ação, segundo a espécie.”

            E os sintomas destas psicoses de fundo orgânico por vezes se assemelham muito aos do processo obsessivo.

            Uma outra condição que precisa ser considerada antes do diagnóstico de obsessão é a que André Luiz (2) chama de “emersão do passado” em que a pessoa revive situações de encarnações passadas que entram em choque com a realidade presente, dando a aparência de um verdadeiro possesso.

            Por fim é necessário lembrar que muitos Espíritos bastante atrasados moralmente, oriundos de zonas purgatoriais, reencarnam para progredir e praticam atos de verdadeira perversidade. Estes são quase sempre rotulados como obsidiados. É claro que eles atrairão a companhia de Espíritos da mesma categoria, que os ajudarão, mas a principal causa do comportamento estranho estará neles mesmos, na falta de evolução espiritual. (3)

            É por isso que qualquer precipitação neste campo pode levar a profundas decepções. Eis as razões por que é imprescindível um estudo meticuloso de cada caso antes de se firmar o diagnóstico de obsessão.

            (1) “A Loucura sob Novo Prisma”, Bezerra de Menezes, 3ª. Ed. FEB. p. 155.
                (2) "Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz, 3ª ed. FEB, p. 191.
                (3) “Mecanismos da Mediunidade”, André Luiz, 4ª ed. FEB, pp. 171-3. 

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