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sábado, 14 de março de 2020

Intolerância religiosa



Intolerância Criminosa
Túlio Tupinambá (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Outubro 1957

            Não obstante a frequência com que se fala em liberdade e a maneira suave de se expressarem aqueles que detêm o poder nas mãos, a intolerância continua forte e violenta, como há cem anos atrás. É bem verdade que já não se queima ninguém em nome de Deus mas pouco falta para se alcançar a plenitude dos excessos uJtramontanos, verificados em tempo não muito distante. Religiões dominantes põem de lado os princípios do Cristianismo, de amor e tolerância, e buscam o auxílio oficial para imporem a sua vontade, como se fosse possível sufocar a realidade dos fatos com providências truculentas. O mal que podem fazer é retardar o conhecimento da verdade, nunca, porém, eliminá-la, pois a verdade é eterna e o poder humano está sujeito à temporeidade (temporalidade) das coisas transitórias...

            Não faz muito tempo, na Inglaterra, segundo divulgou o jornal inglês "Two Worlds", realizava-se uma sessão de materialização num apartamento particular, na cidade de Nottingham, com o concurso do médium especializado Helen Duncan. Prosseguiam calmamente os trabalhos quando a policia invadiu brutalmente o apartamento, à cata de provas para a fraude que se cometia (!). Todos os recantos do apartamento foram revolvidos sem o menor acatamento ao direito de propriedade nem ao respeito devido a uma residência particular. Os policiais farejavam barbas falsas, máscaras, enfim qualquer acessório destinado à obtenção fraudulenta das materializações. E tiveram de regressar com as mãos vazias porque a fraude existia apenas na imaginação daqueles que ordenaram a “batida”.

            O médium, uma senhora de cinquenta e cinco anos, teve de ser recolhida ao hospital, em estado de choque, onde permaneceu cinco semanas, vindo a desencarnar. O médico que a atendeu declarou que ela possuía um coração fraco mas que a morte fora causada pela intervenção brutal da polícia. Isso aconteceu num país como a Inglaterra que se diz super civilizada e respeitadora dos direitos individuais. Imaginem os leitores o que pode acontecer em países onde as manobras do alto clero se tornam cada dia mais evidentes por  sua hostilidade ao Espiritismo. Helen Duncan já havia sofrido anteriormente perseguições da Justiça e fora condenada injustamente como feiticeira...

            O fato provocou grande ruído na Inglaterra. Os perseguidores de Helen Duncan não têm meias medidas. Para eles todas as manifestações mediúnicas são fraudulentas!

            Segundo o referido jornal espírita inglês, a Sra. Helen Duncan, no começo da última guerra, participara de uma sessão de materialização em Portsmouth, durante a qual se manifestaram diversos marinheiros desencarnados, que declararam ter perecido com o afundamento de seu navio “HMS Barham”. Ao saber disso, o Almirantado inglês, por motivos estratégicos conservou em segredo a revelação. Helen começou a sofrer perseguições. Aí está: dois fatos que o povo desconhecia, o afundamento do navio e a perda da tripulação, são revelados numa sessão espírita e mantidos em secreto pelo Almirantado inglês, que sabia da sua veracidade ou viera a saber por intermédio da aludida sessão. Entretanto, isto em vez de servir para reafirmar, uma vez mais, a realidade pujante do Espiritismo, suscita perseguições, como essa, da polícia londrina, que teve como epílogo a morte de uma mulher que cometia o crime de ser médium!

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