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terça-feira, 25 de setembro de 2012

28 e final. 'Amor à Verdade'


28
“Amor à Verdade”
por Alpheu Gomes O. Campos
Marques Araújo & C. – R. S. Pedro, 216
1927



Renovação

            É, positivamente, o esclarecimento das almas a antemanhã de uma nova era.

            As provas maravilhosas da sobrevivência, os fenômenos de mais em mais amiudados, os fatos insistentemente ocorridos entre a própria gente descuidada ou cética, tudo está a pedir, de modo inconfundível, um pouco de reflexão sobre os destinos humanos e a grande verdade de que além desta vida transeunte outra vida existe, mais vida, onde “nada ficará, oculto que não seja descoberto.”

            As mensagens daqueles que o Criador encarregou de educar a humanidade sucedem-se manancialmente, orientando por igual os encarnados e os desencarnados que, doutrinados no Além, necessitam voltar à Terra para sua evolução.

            Também sucedem-se, é claro, com esse movimento crescente, as provas e expiações.

            Assim, toca a buscar a razão da dor o que sofre, e cumprir seus deveres cristãos o iniciado.

            Se a um vai pesar a revolta contra o padecimento, ao outro não menos doerá o deixar demonstrar, por toda parte, pelos meios possíveis, com o exemplo e a palavra, o caminho verdadeiro.

            Os que, para progredir, precisam tomar novo corpo, são almas ainda fracas e de certo modo inexperientes: da ação dos que aqui aceitam os ensinos depende a sua sorte - o naufrágio ou a vitória, nova queda ou a falsidade. Está traçado que devem formar a base de uma sociedade melhor constituída que a presente.

            Não falirão tanto pela dor como pelo mau exemplo, que os arrastará para a desgraça. Os erros que tem conduzido os homens à desventura, muito refletirão sobre a nova camada, que só para evoluir  vem, como precursora de outra mais iluminada e forte que afinal baixará para fazer triunfar a  verdade sobre a mentira, o sentimento sobre a sensação, o espírito sobre a matéria.

            Pelo teor seguinte nos fala a esse respeito o abnegado que foi Pedro de Alcântara, tão solicito sempre em guiar-nos pela boa senda:

            “Ao infinito se desdobram os acontecimentos e suas consequências. O início foi dado com o maior sinal que ainda se notou sobre o globo - a Grande Guerra.

            Em sua sabedoria, o Pai celestial chamou, a um tempo, milhares de entes que, embevecidos no poder terreno, esqueciam que só Deus pode sabiamente distribuir, justiça e determinar acontecimentos.

            “Assim conduzidos pela dor, despertaram entre clarões, não já dos fuzis matadores, porém da luz divina, que, iluminando-os, fê-las compreender a vantagem do sofrimento, o seu poder regenerador, e que só serão felizes quando não mais causarem gemidos a  seu próximo.

            “Atualmente, estudam, observam, experimentam todas as sensações, desde as da densa atmosfera terrestre, . penosas, até as sublimes e puras dos céus. Em continuas alternativas de dor e alegria, pesquisam, para que possam, quando vestirem novo corpo físico, sentir os avisos da felicidade que lhes está reservada, bem como a todos quantos souberem amar a Deus e ao próximo.

            "Entre elas, aprendizes em sua vasta maioria, contar-se-ão mestres que as conduzam na trilha do Dever. E lá onde estanceiam os Espíritos guardiães onde, somente, o amor e a verdade podem ser conhecidos em toda a pureza, lá, um Amigo maior que todos, sábio e manso, cheio de fé nos irmãos a quem confiou a tarefa de ajudá-la, lá, o Mestre, o Filho de Deus, o que sofreu por amor dos homens, o que de seus algozes não teve senão piedade, Jesus, entre hinos e luminares, contemplará a faina, por todos orando e a todos inspirando.

            “Os encarregados, quais obreiros da primeira linha, de desbravarem o terreno e lançarem os alicerces do grande edifício, esses, filhos também abençoados pelo Pai e amados por Jesus, tendo, sob os rigores do pesado trabalho, concluído sua incumbência, serão, ao regressar, festivamente recebidos. E sua sede será saciada na água cristalina... Repousarão, para que os novos operários levem por diante a obra, que lhes apresentará mais delicados encargos.

            “Tratai, pois, de preparar o meio que deverá receber os irmãos agora convertidos e que ensaiam, neste momento, ainda na erraticidade, os seus primeiros passos no caminho maravilhoso da fé.

            “Muito vos pedimos, é exato; mas muito vos daremos. E se mais precisardes, é pedir: não se esgota a fonte eterna do Amor.”

FIM




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