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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

25a. 'Amor à Verdade'



25a
“Amor à Verdade”
por Alpheu Gomes O. Campos
Marques Araújo & C. – R. S. Pedro, 216
1927



            Corriam regularmente os trabalhos quando um ataque maior, por parte de legiões inimigas, veio fazer fraquejar o vidente, desviando-o do caminho verdadeiro.             

            Novamente sós os dois primitivos combatentes! Pilades e Orestes indefesos. Firmes na estacada, compenetrados de nosso dever, assistidos, naturalmente por isso mesmo de nossos Guias, pudemos resistir à onda impetuosa.

            Não pode ser em pura perda a dedicação do homem à verdade, a sua porfia no lucubrar, o seu denodo em face da dor, o seu empenho pelo futuro da humanidade. Perante o divino Juízo, tudo isto concilia mérito, que redunda no resgate de antigas faltas. Tanta ventura logramos. Eis como se dão as coisas:
            “À vítima é dada liberdade para se aproximar de quem trabalhou. Incutindo-lhe ruins alvitres, ou produzindo-lhe qualquer mal, age muita vez com o subsídio de outras almas que alicia e levam em gosto tal empreitada.

            Estranha recompensa, não há negar! Mas é uma prova a que se submete a criatura. Tendo feito jus a subir um degrauzinho, deita se lhe pela frente uma tarefa complementar que importa vencer, não só em seu próprio benefício como a bem da família humana, mercê da grandiosa lei de solidariedade.

            A alma odienta, a alma que persegue e tira vingança, é alma ínfima; facilmente a ensenhoreia quem traz no coração a doutrina de Jesus e sabe tirar dela quanto há nela de sublime. Pois bem; estabelecida a luta, mui comumente incompreendida, de duas uma: ou o obsidiado repele as sugestões, desarma o Infeliz e o necessita a buscar a luz; ou deixa-se levar pelas intuições do oculto vingador, dando-lhe portanto força e vindo a sofrer as tristes consequências de uma afinidade que não soube refugir (afastar-se) . Assim, não só perde o tempo como deixa de saldar uma dívida com esclarecer aquele a quem prejudicou antanho. Aumenta o débito, em lugar de reduzi-lo; conserva um perigoso inimigo, em vez de fazê-lo amigo verdadeiro. Porém, com uma simples queda não se vai ficar para sempre estendido no solo. A provadura repete-se, repete-se, até ser vencida a contento. Compreendê-lo é a mais segura maneira de encontrar felicidade no seio da própria dor. (1)

                (1) Ver os capítulos: Divina Moeda, A Caridade, Provas e Expiações.



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