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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"A Sogra de Pedro"


A  Sogra de Pedro

8,14   Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre.
8,15 Tomou-lhe a mão e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los.

         Para Mt (8,15) -Tomou-lhe a mão e a curou... - , leiamos o Cap. XIV de “A Gênese”, de Alan Kardec,  para os seguintes comentários:

            “A ação magnética (de cura) pode produzir-se de muitas maneiras:

                   pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

                    pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

                    pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.

            É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é a mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional.

           No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se  operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência.”

      Obs.: No rodapé, o autor cita casos de curas instantâneas relatados na  “Revue Spirite.”


            Leiamos agora...

“O ‘porque’ dos Milagres”,
de Vinícius.
artigo do Reformador de 01-01-1935:

            Jesus restituiu a vista aos cegos e a audição aos surdos; fez andar os paralíticos; curou os epilépticos e os lunáticos; limpou os leprosos e libertou os obsidiados dos seus perseguidores; ressuscitou mortos, multiplicou pães e peixes, saciando as multidões famintas; andou sobre a superfície instável do oceano, transformou água em vinho e acalmou a fúria dos elementos desencadeados.

            Que será tudo isso? Milagres? Não; lição. O Senhor operou aqueles feitos para nos ensinar e exemplificar o poder do espírito sobre a matéria.

            Depois do Espírito conseguir a conquista de si próprio, poderá também dominar o meio em que vive, submetendo as mesmas forças da natureza.

            E o que Jesus evidenciou aos olhos do mundo, sujeitando a matéria ao império do seu Espírito varonil. Ele não fez milagres. Demonstrou praticamente que o homem não foi criado para ser escravo, mas senhor da matéria que o reveste e até mesmo do ambiente que o cerca.

            Não há contingência que o homem não possa vencer, uma vez que tenha os seus poderes anímicos devidamente educados e postos em contato com a fonte eterna das energias - Deus.

            É por isso que Jesus realizou as maravilhas que assombraram a sociedade do seu tempo. A matéria, sob a ação do Filho do Homem, é semelhante ao barro nas mãos do oleiro. Ele podia, disse alguém com justeza, reparar os distúrbios e as mazelas do corpo humano, como o mar recompõe sua superfície após a passagem de um barco.

            Realmente, é mesmo assim. Não há hipérbole, nem exagero naquela comparação. E o importante, para nós, no caso em apreço, é o se haver assim exprimido Jesus acerca de tais fenômenos: Tudo que Eu faço, vós também podeis fazer.

            Ele é o modelo, o protótipo a ser imitado. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Isto quer dizer que nós também devemos vencê-lo.

            O espírito se manifesta através do corpo ou matéria organizada; porém, geralmente, manifesta apenas uma limitadíssima parcela de suas possibilidades.

            Não pode haver nenhuma dúvida sobre essa asserção. Cada um de nós possui uma soma incomparável de energias ocultas, em estado latente. Deixamo-las dormir inativas, quando a vida tem necessidade da sua utilização, para se engrandecer, tornar-se tranquila. divinamente bela e digna de ser vivida.

            Daí os dizeres do Mestre: “Eu vim a este mundo para que tenhais vida e vida em abundância.” A grande maioria dos homens não aprofunda o pélago da vida: permanece na periferia, que é a zona dos sentidos. O grande Goethe proferiu esta frase arrojada: “Se o homem soubesse querer firmemente, não morreria.”

            No entanto, cumpre considerar - e o fazemos com a maior ênfase - que não é bastante a educação da vontade, considerada isoladamente em cada indivíduo, para que ele logre êxito no domínio de si próprio e da natureza que o envolve. É indispensável nos coloquemos em contato com a Vontade Soberana, com a Fonte Eterna da Vida.

            Assim predica o Mestre sobre este particular: “Eu sou a videira, vós sois as varas; meu Pai o Viticultor. Como a vara não pode dar fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.”

            Por várias vezes declarou o Mestre, peremptoriamente: “As obras que faço, não as faço de mim mesmo, mas pelo poder do Pai que está em mim.”

            No despertar, pois, das nossas potências psíquicas e na harmonia com o Infinito, está a chave de todos os problemas que nos afetam, está a solução de todas as mais belas e transcendentais incógnitas da Vida.


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